―Papai! Papai! ― A pequena Nicolly corria entre as flores. Seu cabelo loiro e seu vestido rosa flutuavam a cada passo que ela dava em direção a Harry.
―Oi meu doce ―Harry deu um sorriso. Ela lembrava tanto Draco...
―Posso te fazer uma pergunta?
―O que acontece se eu disser que não? ―Ele perguntou ironicamente, ela iria perguntar da mesma forma. Levantou sua sobrancelha loira, soltando um riso nasal antes de responder.
―Eu pergunto do mesmo jeito. ―Ela sorriu.
―Então, pergunte.
Ela se sentou a frente de seu pai, que agora estava escorado em uma das paredes de pedra do castelo.
―Por que a vovó Cissa chora todos os dias pelo papai Draco? Ela sente saudades dele? Quando ele volta de viagem?
Harry não respondeu. Ficou estático, as palavras não saiam da sua boca.
―Em breve, meu amor... ―Ele não voltaria, ele não vai voltar.
―Mas, pai... Já fazem cinco anos que ele foi viajar e não voltou mais... Eu não posso nem ligar para ele!
Ele segurou as lágrimas. Não é justo contar a uma criança que seu pai morreu.
Todas as lembranças foram voltando lentamente. Os anéis, o vestido do casamento...
―Papai?
Mas... Não seria justo deixar de contar a Nicolly.
―Amor, vem aqui. O seu pai, o seu outro pai. Ele... ―Aquilo seria difícil de falar. ―Não vai voltar. Ele virou uma... Estrela. Igual aquelas que nós observamos a noite, sabe? E... Aquela, a mais brilhante que você sempre acha, que sempre está aqui em volta, e não importa o lugar onde você esteja, a noite ela sempre vai estar te "observando", é ele...
Era impossível conter as lágrimas. ―Vem aqui pai, não precisa chorar. Papai Draco não iria querer que você ficasse triste.
Ela o abraçou. ―Te amo, meu amor.
―Eu também te amo, pai.
Alguns anos se passaram, Harry estava próximo aos seus quarenta anos.
―Filha, eu vou dormir, ok? Não fica muito tempo aí, você também tem que dormir. ―Disse Harry, saindo do observatório que eles construíram nos jardins do palácio.
―Vou ficar mais um pouco, prometo que já já vou deitar.
Ela ficou lá, mais um pouco. Conversando com seu pai.
―Pai, você deve conseguir ver tudo dai de cima. Eu sei que consegue. Eu 'tô meio nervosa... Não sei se vou conseguir ser uma rainha tão boa quanto você e o papai eram, quando eram reis. ―Virou assustada, após sentir algo frio, como uma brisa.
Mas o medo logo passou. Ela sabia, sentia ele ali. Não era algo físico, não podia tocar, abraçar, mas podia sentir ele ali.
―Eu te amo pai, e prometo que vou fazer o máximo que eu puder para ser tão boa como você.
―Hoje, a frente de toda a corte, eu declaro Nicolly Potter Malfoy a nova rainha da Irlanda e França!
Recebeu em seus cabelos louros a coroa prateada, com alguns diamantes a rodeando.
Harry fez questão de modifica-la, era uma das homenagens e coisas que ele fazia para se distrair da perda.
―Bom, eu sei que todos esperam que eu faça um discurso falando sobre minhas promessas sobre o reino, ou coisas políticas. Eu até poderia discursar sobre isso, mas não vou. Hoje, dia quinze de abril, faz vinte anos que Draco Malfoy, meu pai, faleceu. ―Ela olha para seu pai, os cabelos grisalhos já se mostrando presentes.
―Draco Black Malfoy, foi muito mais do que um simples príncipe, ele foi a luz na vida de muita gente. Apresentou o amor para os que nunca haviam sentido ―Ela olha para Harry. ―Foi o melhor amigo que alguém poderia ter. ―Desta vez ela direciona seu olhar a Pansy. ―Foi o irmão que muitos não tiveram. ―Blaise dessa vez era o alvo do olhar da rainha.
Porque Draco estava ali, em todos os momentos. A brisa gelada estava sempre presente.
Esteve presente no dia da coroação, no dia em que Nicolly dissera sua primeira palavra, deu seu primeiro passo.
Ele sempre esteve lá, com Harry, com seus pais e com sua filha.
E, derrepente a brisa sumiu do lado de Nicolly. Harry dessa vez se arrepiou ao senti-la, novamente. ―Eu te amo Draco. ―Sussurrou.
Harry sabia, de algum lugar muito distante, Draco estava respondendo.
―Eu também te amo, Harry.
Harry faleceu dez anos depois.
―Onde... Onde eu estou? ― A voz ecoou sobre o lugar, tão lindo quanto os jardins do castelo.
―Bom, você está no nosso paraíso, amor. ―Era Draco, com seus cabelos tão lindos, com a mesma aparência do dia em que o conheceu. Naquele piano.
Eles estavam idênticos às suas respectivas aparências no dia do piano.
―Como essa música começou a tocar? ―Moonlight Sonata, clássica.
―Isso eu não sei te explicar. ―Disse logo em seguida estendendo sua mão a Harry.
Ele girou o moreno, logo o puxando para si.
Cercou sua cintura, o puxando ao encontro ao seus lábios. O mesmo beijo que uniu e separou ambos países, agora se encontrava junto, novamente e para sempre.
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Foi isso, espero que tenham gostado, S2.
Até mais S2
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