Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.
Antoine de Saint-Exupéry
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O contrato havia sido feito antes mesmo de os herdeiros completarem dez anos.
Ambos tiveram a melhor educação existente, aprenderam diversas línguas, receberam o amor de seus pais...
Mas o casamento teria de acontecer, o pior, os dois nem sequer se conheciam. Diferente do casamento do Senhor Potter e da Senhora Potter, que já se conheciam e desenvolveram uma paixão na adolescência, o Senhor e Senhora Malfoy, já se conheciam também.
Então por que? Por que forçar seus filhos a se casarem com um completo desconhecido?
"Meu amor, esta aliança foi feita a tempos" a ruiva tentava consolar o filho "não terá escolha" ela dizia com um sorriso doce e reconfortante no rosto.
Demorou eternidades, mas o moreno compreendera que aquele seria seu destino. Casar com alguém que mal conhece.
Já no palácio Malfoy, nada além de o som do piano branco era ouvido, o herdeiro tocava a melodia mais ouvida na casa, a sua melodia preferida.
Nenhum sentimento de rebeldia fora demonstrado, apenas a aceitação, pois desde pequeno sabia que seu destino seria esse.
E sinceramente, ele estava feliz. Por casar com um reino tão poderoso quanto o seu, nunca havia visitado o palácio Potter, mas diziam ser lindo, com a estética Irlandesa. Logo deveria visitar, afinal: seu noivo morava lá.
Pediu licença a seus pais, e caminhou aos seus aposentos. Uma pequena área de lazer, as cadeiras azul bebe posicionadas em um formato circular em volta da mesa feita de madeira. Grandes cortinas brancas cobriam mais da metade da extensão da janela, uma pequena mesinha de canto, caminhando mais um pouco poderia encontrar a enorme cama, encostada na parede, um lustre minimalisticamente decorado com pequenas pedras preciosas.
Se jogou em meio a cama arrumada, pensando em como seria sua vida daqui para a frente. Esperava que fosse boa, com certeza seria uma vida cheia de riquezas, mais do que já tem.
O casamento havia sido marcado para duas semanas, nesse momento, seus pais estavam em uma conversa, enquanto aguardavam o retorno de suas esposas, Draco não iria querer ouvir, mesmo sendo sobre o seu casamento, saiu da sala indo em direção ao piano que tanto amava, começou a tocar a melodia recém aprendida de um compositor muito antigo, Moonlight Sonata.
Com certeza pediria ao seu pai para tocar essa música no dia do casamento, era uma melodia melancólica para pessoas externas, mas para o loiro fazia os dedos dançarem no piano: ela era uma inspiração, uma inspiração a leitura, a escrita, a arte.
Assim que finalizou a melodia, recebeu palmas misteriosas, virou-se e ficou deslumbrado com a visão: era seu noivo, já havia visto fotos, mas nunca pode ver de perto. A pele morena e os cabelos castanhos, indomáveis como dizia os jornais por todo o mundo, o menino vestia roupas formais, um terno cinza, com a gravata preta.
O moreno estava escorado na parede, aparentemente estava lá a algum tempo, pois se espreguiçara ao se mover se aproximando do piano em que o loiro tocava.
"Pode me ensinar?"
"Claro, sente" apontou para o banco, liberando espaço para o menor sentar ao seu lado.
"Aqui, essas são as partituras..."
Ensinou tudo o que sabia para o futuro marido, e percebera que era um ótimo professor, pois Harry aprendera a tocar perfeitamente.