Marina
Meu quarto era separado do da minha mãe, mas não ficava muito distante do dela, porém, mesmo assim, eu tinha uma parte privada para que eu pudesse entrar em parafuso, como estava acontecendo naquele momento.
Sentada na cama e olhando para a janela, que ainda me dava vista do lugar, que eu estava há alguns minutos, percebi como o que aconteceu foi estranho. Pior de tudo, eu havia visto um homem sem camisa e senti muita vergonha de presenciar tal fato.
Nunca havia visto uma pessoa daquela forma e claro, que não era inocente ao ponto de pensar que não veria alguém assim algum dia, nem que fosse na rua. No entanto, Eduardo Montenegro era meu patrão e achei um pouco desconcertante presenciar a cena que vi há alguns minutos.
Levei meus olhos para o céu estrelado e respirei fundo. Minha vida realmente havia mudado da noite para o dia. Naquele momento eu não devia mais me importar com o que presenciava a respeito do mundo. Já que eu não era mais uma irmã de caridade.
Era somente uma mulher que viveria sua vida fora do convento. Mas então, por qual motivo eu achava que aquilo tudo ainda era uma forma de pecado que a vida estava querendo me pregar?
Provavelmente seria por não terem feito nem vinte e quatro horas que saí do convento, com toda certeza, depois eu me acostumaria com a ideia e tudo seria diferente. Ao menos era o que eu esperava.
Tentei desvencilhar os meus pensamentos, já que amanhã seria o início da minha vida como babá, algo que nunca fui, mas sentia que já amava. Eu adorava crianças e novamente passava pela minha cabeça que Matheus e eu seríamos a melhor dupla que existiria.
Aquele garotinho aprenderia a gostar de mim e eu também teria muito carinho por ele e acabaria cuidando dele com todo o amor que sentia em meu coração. Abri um sorriso e levantei da cama, caminhando até o armário que estava com as minhas poucas roupas.
Peguei minha camisola, que possuía flores roxas e antes de tirar o meu vestido, fui até a janela e fechei as cortinas. Não estava com nenhuma vontade que alguns dos seguranças que caminhavam por aquela casa me vissem trocando de roupa e muito menos o senhor Eduardo presenciasse tal cena. Já bastava que eu o tinha visto sem camisa, aquilo já havia sido constrangedor o suficiente para minha estadia naquela casa.
Após voltar para perto da camisola, tirei meu vestido longo e a vesti rapidamente. Tinha vergonha de expor meu corpo, até mesmo para mim, já que eu nunca pensei em nada mundano, como a maioria das pessoas pensava.
Fui até o banheiro que tinha em meu quarto, peguei a escova de dente e assim que fiz minha higiene pessoal, voltei para o quarto e me joguei sobre a cama. Estava quase me sentindo mimada com aquele pequeno quarto e um banheiro somente para mim.
No convento não tínhamos aquela liberdade, já que todas as irmãs dividiam três banheiros que ficavam dispostos nos corredores, e os quartos sempre eram para duplas, ou até mesmo para um trio.
Aquilo ali era quase um paraíso se eu parasse para pensar. Na verdade, toda aquela casa enorme, para tão poucas pessoas, era um exagero, mas mesmo assim, não podia negar que era uma bela mansão.
Antes de fechar meus olhos, orei como todas as noites e assim que encerrei o meu momento com o Senhor, caí em um sono profundo. Muito provavelmente se dava ao cansaço da viagem.
Já que mesmo sendo poucas horas, ainda era um deslocamento que quase implorava ao corpo para que depois relaxasse o máximo que pudesse. Só que no meio da noite, fui despertada por um chorinho e assim que abri meus olhos rapidamente, percebi que vinha da babá eletrônica, que minha mãe havia me entregado mais cedo.
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A Noviça, o CEO e o Bebê - Degustação
RomanceEle era um viúvo cobiçado, mas que não deixava seu coração ser preenchido por outra pessoa, a não ser seu filho. Ela era uma mulher inocente, virgem e que teve de desistir dos seus sonhos, enquanto noviça para ajudar sua mãe com os trabalhos da cas...