Eduardo
Meu corpo todo doía.
Exaustão era meu segundo nome, ou provavelmente o primeiro. Só que mesmo assim deveria vestir a máscara de durão que eu sempre coloquei e continuar vivendo um dia de cada vez.
Cheguei em casa e as luzes já estavam apagadas. Infelizmente naquele dia, não havia conseguido chegar a tempo de pegar Matheus — meu pequeno príncipe — acordado, para mostrar que eu sempre estaria ao seu lado todos os dias.
No entanto, eu iria vê-lo, antes de me jogar na cama e deixar que meus músculos relaxassem. Eu nem havia jantado, mas também não sentia fome. Era só cansaço que gritava em meu corpo e ele pedia muito que eu dormisse, que tirasse um dia de folga. Já que havia um ano e meio que eu não matava ao menos um dia de serviço.
Subi as escadas, pensando em como minha vida havia mudado em tão pouco tempo. Afinal, um ano e meio era quase nada, comparado com tudo que havia vivido.
Fui um jovem prudente, que sempre pensava nos próximos. Meus pais me ensinaram a ser assim, deixaram claro toda a minha infância e adolescência, que eu nunca deveria ser um mesquinho que não se importava com as pessoas. E foi me importando demais que conheci Alessandra — minha esposa, que acabou me deixando para a morte.
Alessandra era uma garota humilde que conquistou meu coração na faculdade. Parecia que o simples sempre chamava minha atenção, mesmo que eu tivesse várias mulheres correndo atrás de mim, nunca me interessei por nenhuma.
Meus olhos só eram para Alessandra, por isso em um dia tive coragem de chamá-la para sair. Ela era bolsista e tinha muito orgulho de ter batalhado para conseguir fazer o curso que tanto amávamos.
Logo nos tornamos namorados e em um piscar de olhos estávamos casados. Vivemos cinco anos felizes e românticos, onde no seu último ano de vida ela me disse que estava grávida e foi mais uma conquista em nosso casamento.
Foi uma gravidez conturbada. onde nos primeiros meses, Alessandra teve um leve deslocamento de placenta e teve que ficar em repouso. Depois veio os problemas com pressão alta e logo depois o parto prematuro, que foi onde ela acabou não conseguindo sobreviver e deixou, Matheus — o meu pequeno bebê — e a mim para trás.
Perdi meu amor e foi como se tudo tivesse perdido o sentido. Eu amava demais Alessandra e ainda estava tentando me reerguer, depois que ela partiu e me deixou cuidando do nosso filho sozinho.
Terminei de subir os degraus e caminhei para o quarto do meu pequeno bebê. Abri a porta delicadamente e caminhei vagarosamente até chegar próximo ao seu berço, onde ele dormia tranquilamente e não parecia ter problema algum, já que era uma criança e eu queria que curtisse a sua vida na maior paz que poderia ter.
Sua boquinha estava ligeiramente aberta e Matheus respirava vagarosamente. Seus fios de cabelos loiros, iguais aos meus, estavam desgrenhados, o que fazia com que ficasse ainda mais engraçadinho.
Passei meus dedos ásperos por sua bochecha e por um momento fiquei com medo de acordá-lo assustado, mas Matheus era tão sonolento que nem havia percebido o meu contato.
Abri um sorriso leve e depois de dar um beijo em sua testa, saí do seu quarto e caminhei para o meu. Há três dias, Dona Maria havia falado comigo, pois segundo ela não estava mais dando conta da rotina da casa e eu fiquei um pouco preocupado, com medo de que ela poderia deixar o emprego.
Só que a pequena senhora — que já havia sofrido muito da vida — me disse, que só precisava de uma ajudante. Porém, o único problema daquilo tudo, era que eu não confiava em ninguém e para ter outra pessoa dentro do meu refúgio, teria que ser alguém de muita confiança e que eu gostasse logo de cara.
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A Noviça, o CEO e o Bebê - Degustação
RomansaEle era um viúvo cobiçado, mas que não deixava seu coração ser preenchido por outra pessoa, a não ser seu filho. Ela era uma mulher inocente, virgem e que teve de desistir dos seus sonhos, enquanto noviça para ajudar sua mãe com os trabalhos da cas...