Prólogo

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⚠️ ATENÇÃO ⚠️

Conteúdo delicado.

Este capítulo contém cenas de insinuação a  violência sexual.

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🍂🌻🍂 AONDE TUDO COMEÇOU

Lia olhou para o céu, contemplando as várias estrelas que preenchiam aquele vasto azul escuro. A lua brilhava em seu auge, iluminando a noite quente.

Ela respirou fundo, enchendo os pulmões de ar.

Apesar do calor que fazia, havia uma brisa fria, indicando que dali alguns minutos a chuva começaria a cair.

Lia adorava esse tipo de clima. A acalmava.

E ficar calma era o que ela mais precisava naquele momento.

Já se passavam das onze da noite, e ela esperava sozinha no ponto o ônibus passar. A garota olhava de 5 em 5 minutos para o relógio de pulso, trocando o peso do corpo de um pé para o outro repetidas vezes, nervosa.

- Qual é?! Vamos lá! - Soltou, impaciente.

Ela poderia ligar para os pais ir busca-la, mas não queria incomoda-los. Sabia que provavelmente eles já estavam na cama. Talvez até dormindo.

Eles sempre iam dormir exaustos.

Lia se arrependeu amargamente naquele momento de não ter aceito a carona que Ally, sua melhor amiga, havia oferecido mais cedo quando saiu de sua casa. As duas ficaram tão entretidas na conversa que acabaram perdendo a noção do tempo. Quando olharam o horário, já era tarde.

Ainda ciente que a amiga recusaria a carona, pois a conhecia muito bem e sabia como Lia não gostava de atrapalhar ou causar incômodos- mesmo que não fosse- Alisson insistiu em levar Lia para casa.

Não houve muita conversa.

As duas eram amigas a muitos anos, estavam sempre juntas andando para cima e para baixo pelas ruas da cidade e pelos corredores da escola. Conversavam todo dia e tinham trocado muitos momentos especiais juntas. Ally conhecia bem a melhor amiga, seus defeitos e qualidades; E ser teimosa era um bom adjetivo para Lia.

Alisson só não havia se decidido se era uma qualidade ou um defeito.

O ônibus apareceu na esquina da rua assim que os primeiros pingos da chuva de verão começaram a cair. Lia acenou, quase pulando de alegria por ver o transporte coletivo.

Após cumprimentar o motorista, escolheu um dos assentos livres, o que não foi uma tarefa difícil, já que praticamente todos estavam desocupados, e se sentou.

Apenas alguns minutos depois estranhamente se deu conta de que- olhando para o fundo do ônibus para ter certeza- estava sozinha com o motorista no veículo, e percebeu que algo estava errado.

Por um minuto ficou insegura, pensando se no calor do momento teria pego o transporte errado, mas logo descartou essa ideia quando viu pessoas em alguns pontos mais a frente reclamando com o motorista por ele não parar. Fazendo muito pelo contrário, o motorista acelerava cada vez mais enquanto a chuva aumentava e tornava o asfalto mais liso.

O ônibus começou a fazer uma trajetória diferente na qual nenhuma linha passava, pois, como Lia notou, estavam indo para um lugar mais afastado da cidade, quase deserto, em um bairro industrial cheio de galpões abandonados.

O motorista parou o veículo abruptamente, e institivamente Lia se levantou e foi para a porta do meio, esperando que ele abrisse a mesma.

Ela não sabia aonde estava, mas naquele momento pensava que isso não importava, desde que não estivesse mais na companhia daquele cara louco.

Precious Decision- CristãOnde histórias criam vida. Descubra agora