Uma nova Stark

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Calina

A internet havia caído a dois dias então a única coisa que tinha para me entreter era uma bolinha vermelha antiestresse que a terapeuta havia me dado quando me mandou pra cá.

Eu a jogava contra a parede a fazendo quicar e a pegando, jogava para cima deitada na cama e a pegava no mais puro tédio.

As garotas estavam lá fora brincando de trançar o cabelo uma da outra ou algo do tipo. Mas não me importo em ficar sozinha, isso acontecia muito em Sokovia.

— Calina! — A madre superiora entrou tão de repente que fez com que eu me distraísse e a bola caísse no meu olho. — Arrume as suas malas! Você foi adotada!

— É O QUE? — Me sentei bruscamente com uma mão cobrindo o olho dolorido. — Não, não, como assim?

— Você foi adotada. — Repetiu pegando a mala embaixo da minha cama e já começando a jogar minhas roupas dentro.

Isso que é pressa para se livrar de mim...

Sem chances de fugir só comecei a ajudá-la com as roupas arrumando para conseguir enfim fechar a mala.

A madre superiora me pegou pela mão praticamente me puxando para a saída. Antes de cruzarmos o portão ela lambeu a mão passando na frente do meu cabelo, arrumou a minha postura e apertou as minhas bochechas o suficiente para me deixar vermelha.

Quando o portão abriu pude ver um carro luxuoso preto estacionado e um homem de terno e óculos escuros.

— Calina? — Perguntou se aproximando.

— É o meu nome.

— Sou Happy, vou te levar a torre. — Disse pegando minha mala.

— Me venderam para a máfia? — O olhei com a sobrancelha arqueada caminhando junto a ele.

— O Tony te adotou. — Ele parou ao lado da porta a abrindo pra mim.

— Tony? Tipo Tony Stark? — O olhei com o cenho franzido, mas ele só ficou me olhando esperando que eu entrasse logo. — Entendi.

Bufando entrei no carro e em pouco tempo estávamos na estrada. Fazia tanto tempo que eu não saía daquele lugar que eu não conseguia tirar os olhos da janela, estava quase colocando a cabeça para fora igual aos cachorros.

— Por que te chamam de Happy? — Perguntei olhando para ele que só ergueu o vidro entre a gente. — Tão carismático...

Foi uma boa e longa viagem até a torre que pessoalmente parecia muito maior do que eu imaginava dos artigos que via na internet.

— Enorme né?! — Happy praticamente brotou do meu lado fazendo meu corpo estremecer com o susto.

— É...

— Vamos.

Ele foi na frente com a minha mala e eu logo atrás dele. Aquele lugar era PURA tecnologia! Eu babava por cada centímetro quadrado dali.

— Bem-vinda Calina. — Tony estava logo a nossa frente próximo aos elevadores.

— Não acredito que me adotou por culpa.

— Happy, leva as malas para o quarto dela? Vou apresentar a torre a nossa nova hóspede. — Mesmo parecendo relutante Happy fez o que ele pediu. — Não te adotei por culpa.

— Não? Como chama isso?

— Investimento. — Deu de ombros. — Você é muito inteligente, tem grande potencial, merece boas oportunidades e eu posso oferecer isso a você.

— Tá sentindo esse cheiro? — Puxei o ar pelo nariz algumas vezes.

— Que cheiro?

— De culpa. — O olhei com um meio sorriso o vendo revirar os olhos.

— Não faça eu me arrepender e te devolver para o orfanato. — Disse me fazendo rir enquanto apertava um botão para chamar o elevador.

— Tenho que começar a te chamar de papai? — Perguntei enquanto esperávamos.

— Me poupe...

Quando entramos percebi que haviam mais andares do que eu imaginava, mas um deles me chamou drasticamente a atenção.

— Eu sei para onde está olhando. — Com um sorriso sarcástico ele apertou o botão "laboratório".

Um sorriso de orelha a orelha brotou instantaneamente. E só alimentou quando finalmente chegamos lá. Nunca havia visto tanta tecnologia em toda a minha vida!

Passei as minhas mãos nos computadores de última geração, o chão de vidro permitia que eu visse os robôs sendo fabricados junto a algumas armaduras.

Se não fosse tão vergonha alheia eu daria pulinhos de alegria!

— Me sinto na Disney. — Tenho certeza que meus olhos brilhavam. — O mais próximo que estive de tanta tecnologia foi quando seus robôs foram a Sokovia.

— A legião de ferro?

— Uhun. — Me aproximei de uma das telas a tocando e a acionando.

— Quer que eu coloque a sen...

Bem-vindo Sr. Stark.

Como você... Como... — Gaguejou me olhando, mas só eu dando de ombros.

— Uau... Você tem softwares incríveis aqui... Já pensou em usar painéis retro...

— Retroreflexivos?

— Para entrar em modo furtivo. — Assenti o vendo através do vidro do painel. — Seria ótimo.

— Não é uma ideia ruim... — Ele cruzou os braços vindo em minha direção.

— Valeu. — Acho que era a sua maneira de elogiar alguém.

— Construi esse laboratório para o Bruce, mas acho que ele não vai se importar de dividir com você então pode vim sempre que quiser.

— Acho que vou precisar trazer um colchão pra cá. — Disse o fazendo rir.

— Melhor te mostrar o restante da torre.

Sai totalmente contra a minha vontade do laboratório, cogitei até agarrar uma daquelas pilastras e ter que ser arrastada para fora.

Quando saímos do elevador novamente a primeira pessoa que vimos foi Pepper Potts.

— Você deve ser a Calina. — Ela veio até mim me cumprimentando. — Sou Pepper.

— Eu sei. A CEO das indústrias Stark. Você é o orgulho do feminismo. — De fato eu a admirava por isso. Por estar a frente de uma gigante como as indústrias Stark.

— Fico lisonjeada. — Pude ver suas bochechas serem invadidas pelo rubor. — Tony, já mostrou o quarto dela?

— Não, mostrei primeiro o playground. Essa parte é com você . — Tony me deu um leve empurrão em direção a ruiva.

— Vem comigo.

Ela era bem simpática, um pouco mais do que eu esperava tenho que admitir. Talvez viver aqui não seja de todo ruim...

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