Capítulo 11

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A lua já era visível quando eu e Azriel chegamos a casa em que estávamos hospedados. Nossa busca por qualquer informação por minha família parecia cada vez mais inútil e impossível a cada hora que passávamos pelas ruas buscando qualquer informação. Eu passei por diversos tipos de casa e por diversos tipos de comércio perguntando se alguma família tinha perdido uma menina aos 7 anos de idade, mas parecia que ninguém sabia dessa história de humanos sendo levados a Hybern.

Aquela situação era frustrante, pois eu tentava forçar alguma memória da minha infância ali, mas nenhum rosto ou lugar era parecido para mim, dificultando mais ainda a minha busca por informações. E ainda tinha a questão de Azriel ao meu lado, por que muitos humanos ainda tinham receio e medo dos feéricos, então muitos moradores nem me respondiam e só saiam correndo quando viam a presença de Az.

Chegamos ao quarto que estávamos instalados e retirei minhas facas de minha jaqueta, a cada faca retirada era um suspiro diferente. Em seguida retirei minha jaqueta e minhas botas, sentei na cadeira que havia ali e coloquei as mãos em minha nuca abaixando minha cabeça e fiquei encarando o chão.

- Hoje só foi o primeiro dia de busca, não perca as esperanças. - Azriel diz e eu ouço a porta do quarto ser fechada e trancada logo em seguida.

- Eu sei que não devo perder as esperanças, mas fico irritada de não me lembrar de nada. - levanto meu rosto e ajeito minha coluna o encarando. - Queria pelo menos olhar uma casa ou, sei lá, uma árvore e ter um flash de memória, mas nada me vem à mente. - nego com a cabeça.

- Às vezes você não se lembra pois foi um evento traumático, então acabou apagando de sua mente. - Az se aproxima da cadeira aonde eu estava e para diante de mim.

- Tem razão.. - suspiro. - Amanhã é um novo dia e só espero que a gente ache algo. - sorrio levemente. - Só vou te pedir para não me acompanhar amanhã, sua presença é intimidadora para os humanos. - rio me lembrando do homem que não me deu nem a chance de fazer qualquer pergunta e saiu correndo só de olhar para Azriel.

- Eu posso ser a sua sombra. - Azriel fala me deixando confusa. - Não posso simplesmente te deixar ir andando sozinha, então vou com você em forma de sombra, é uma habilidade minha que me ajuda como mestre espião. - ele explica e eu acabo compreendendo.

- Interessante, isso vai ajudar bastante. - digo sincera e então vejo Azriel depositar sua espada, a reveladora da verdade, sobre a mesa a minha frente.

- Vou tomar um banho, com licença. - Az se vira de costas para mim e caminha em direção a porta do banheiro.

Quando Azriel entra no banheiro e fecha a porta, em questão de segundos ouço barulho de água cair. Respiro fundo e encaro a sua espada ao meu lado, ela era enorme e muito afiada, sua estrutura era incrível, cheia de detalhes bonitos e diferentes. Levanto-me da cadeira e pego a espada, deixo a cair levemente para baixo por conta do seu peso que eu não estava esperando, a seguro firme dessa vez e a encaro em minhas mãos.

Corto o ar com a espada e sorrio levemente, eu não era acostumada com espadas desse tamanho, preferia muito mais as pequenas, mas nos treinos com Cassian ele insistia que eu treinasse com todos os itens que havia lá, então já treinei com espadas desse tamanho, mas o peso dessa era muito maior do que todas que já usei com Cass. Faço alguns movimentos com a espada do jeito que o general me treinou e a porta do banheiro se abre.

- Solte a espada agora mesmo! - Azriel fala alto, seu tom de voz irritado.

- Desculpe-me! - coloco a espada imediatamente no local aonde eu peguei. - Você a deixou aqui e eu.. - ele não deixa eu terminar o que eu tinha para falar.

- Não dei autorização para você usá-la. - ele continua falando mais alto do que eu.

- Não precisa gritar eu não sou surda! - digo aumentando meu tom de voz, eu sei que não pedi autorização para pegar a espada, mas não precisava me tratar do jeito que ele estava me tratando.

Corte de Sombras e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora