Matar ou Morrer

Verdades na mesa

Tine

Algumas memórias deveriam ser esquecidas...

~~Lembrança~~

- Tine acorda tenho alguém para lhe apresentar. - A voz do meu pai ecoava baixa em algum lugar lá fora, ao remover o cobertor me deparo com uma menina baixinha e constrangida me encarando atrás dele.

- Tine essa é Pear, ela vai passar um tempo conosco. - Continuou ele.

- Quem é ela? - Perguntei sentando na cama.

- Filha de uma grande amiga minha, espero que se deem bem. - Meu pai saiu logo em seguida deixando aquela intrusa no meu quarto.

- Oi... Desculpa lhe acordarem por minha causa. Pode dormir mais se quiser, eu espero lá fora. -

- Não precisa se preocupar eu já estava acordado, só esperava minha alma voltar pro meu corpo para levantar. -

- Tudo bem, então... -

- Então? -

- Então. -

- Você é meio estranha, me espera aqui. - Disse levantando-me e indo até o banheiro.

Não demorou muito para Pear e eu nos tornamos melhores amigos, após minha higiene matinal fomos tomar café da manhã e depois de descobrimos nosso gosto em comum por mangás foi um caminho sem volta.
Algumas semanas morando juntos me deixaram feliz por ter alguém com quem brincar e me fazer companhia.

Depois de um mês juntos Pear era praticamente minha irmã mais nova, uma irmãzinha extremamente alegre e divertida. Uma vez tivemos a brilhante ideia de irmos nadar num lago próximo a nossa casa mas não encontramos o caminho de volta e tivemos que improvisar, passamos a noite em baixo de uma varanda de restaurante deixando as babás loucas até finalmente nos acharem.

Minha mãe ficava realmente brava com nossas aventuras o que sempre ocasionava brigas com meu pai.
Depois de dois anos juntos eramos inseparáveis, ela era minha proteção e eu a dela, quanto mais tempo ficávamos juntos mais brigas entre meus pais surgiam.

No meu aniversário de 18 anos tudo veio a tona. O dia começou agitado com os preparativos da grande festa pois há uma tradição na família que quando o filho mais velho atinge a idade adulta deve entra pros negócios da família, o que explica meu pai estar tão dedicado e presente nos preparativos.

- O que acha desse? - Perguntei mostrando o décimo luke.

- Também não, é meio brega. Troca! - Pear me olhava de ponta cabeça deitada sobre a cama com os pés cruzados no alto da cabeceira.

- Eu não achei, fiquei gatinho com essa roupa. - Respondi em frente ao espelho.

- É só seu ego falando. Trocaaa! - Ela gritou olhando pro teto enquanto apontava aquele seu dedo chato pro closet novamente.

- Acho que vou com a minha camisa favorita! - Gritei escolhendo o próximo luke.

- Não ouse! Essa camisa é horrível, um desrespeito a moda. Já devia estar no lixo. - Pear exclamou fingindo estar brava .