Capítulo 21

2.4K 170 2
                                    

         2 horas antes do resgate

          Sinceramente minha vontade é de matar esses filhos de uma puta, na base da porrada mesmo. Como que deixam aquela vadia conseguir ligar para o irmão ? Ela é só uma mulher ! Mulher porra! 

       Só falto ruma tudo que estás encima de minha mesa no chão mas me controlo, tenho que manter as aparecias, passo a mão em meus fios de cabelo e respiro fundo, pesco meu celular na mesa e disco o número de um incompetente .

        - Fala chefia . - Sua voz soa do outro lado junto com gemidos de dor.

       - Vá para um lugar vazio e me avise assim que estiver sozinho . - Ouço seus passo enquanto olho para a porta de minha sala que da para ver todos do lado de fora trabalhando, escuto sua voz dizendo que está sozinho e começo a falar . - Me ouça com atenção e nada de querer fazer brincadeira. A vadia conseguir se contactar o irmão e eles já sabem onde é o clube, a sorte é que leva algumas horas de carro para chegar aí, então presta atenção, pega nossos melhores homens e sai dizendo que tem que resolver algo importante .

       - E porque não levamos todos juntos com as vagabundas?  - Solto um rosnado com a falta de inteligência desse pessoal .

       - Porque eles vão saber que vocês foram informados e que tem algum informante na delegacia ! - Deu "ah"  sai decepcionado . - Então faz o que eu tô mandando e vai por o outro caminho, assim vocês não correm o risco de baterem de frente com a policia .

       - Certo chefe .

    Encerro a ligação e com um sorriso no rosto saio da minha sala .

     - Oficial .....

************************************

     Ruby

       O cheiro de flores fresca invade minhas narinas e o pólen me faz espirrar, minha cabeça dói com tal ato e quando levo a mão a cabeça sinto um fio no braço, abro meus olhos e vejo um quarto verde claro e uma televisão LED a minha frente, percebo que estou em um hospital .

      Começo a chorar por saber que conseguir resistir, que conseguir ajudar tantas mulheres e o choro se intensifica a medida que soluço e balanço meu corpo com o soluçar, abraço meu corpo e me sinto vazia, sozinha e imponente como nunca. O que aconteceria com aquelas meninas se eu não fosse irresponsável ao ponto de correr atrás de um bandido sozinha ? Nunca saberíamos daquele lugar e novas mulheres seriam levadas para lá.

         A porta se abre e minha mãe passa por ela com um semblante abatido, tinha olheiras fundas em seus olhos e parece que emagreceu uns 10 kg em poucos dias, mesmo com os olhos embaçado por conta do choro vejo seu lamentável estado, ela fecha a porta e só aí levanta a cabeça e me enxerga . 

  
            -Filha ... - Um soluço corta sua frase e ela anda até a cama do hospital e me abraça forte, não protesto estava precisando de um abraço.  - Meu amor, que susto você nos deu .

           - Mãe ... - Eu não consigo, meu choro volta balançado nossos corpo pelo soluço. 

          - Calma meu amor, agora ta tudo bem . - Ela me acalentava e tentava em vão controlar seu próprio choro.

      Passamos minutos ou horas ali parada, uma abraçado a outro em silêncio, cada uma em seu próprio mundo, sei que está me dando tempo e espaço para falar somente quando eu me sentir confortável, mas não sei se algum dia estarei realmente confortável para falar do que vi e presenciei naquele lugar .

         - Mãe, cadê as outras mulheres ? - Pergunto depois de no separamos, ela me oferece um copo com água e eu agradeço o bebendo .

          - Elas estão em uma clínica para pessoas que fazem parte do tráfico humano.  - Minha mãe puxa a cadeira para próximo da cama e segura a minha mão.

         - Vocês não ofereceram o hospital da família ? - Pergunto indignada. 

         - O que ? - Dona Esther se assusta com meu tom de voz, mas volta a falar gentilmente . - É claro que oferecemos, mas seu sequestro deu em todo mundo e seu irmão ficou fora das investigações por ser seu familiar e quando você conseguiu ligar para ele, a polícia e o exército americano se envolveu . - Ela alisa minhas mãos . - Minha filha aquela casa que você estava tinha mais de duzentas mulheres em estado quase precário para se viver sendo obrigadas a se prostituir .

          - Duzentas ? - Mal consigo acreditar.

        - Sim, você apenas estava em uma ala diferente das outras. - Seu olhos se enchem de água novamente. - Quando ligaram dizendo que tinham achado você eu fiquei tão aliviada .

      Ela volta a me abraçar e a chorar e eu espero que ela se acalme para voltar a contar o que tinha acontecido.

         - Mãe, eu lembro bem vago que encontrei um policial quando fugir de .... - Paro de falar assim que me toco que ia dizer a minha mãe que quase fui estrupada. 

          - Você encontrou o delegado Peter, ele que assumiu as investigações no lugar de seu irmão . - Ela parece se alegrar ao falar do tal Peter . - Falando nele, ele veio aqui nesses últimos três dias que você dormiu ....

         - Perai mãe, eu dormir por três dias ? - Pergunto horrorizada, parece que faz apenas horas que tudo tinha acontecido .

           - Sim filha, você passou dois dias no cativeiro sem comer nada, depois foi dopada e ai seu corpo pediu descanso. - Ela me olha com pena .

            - Vocês pegaram o armário ? - Ela me encara sem entender nada, explico melhor . - É um cara alto e branco, parece um armário, ele que me nocauteou e me dopou depois .

          - Não,  seu irmão disse que alguns tinham saído para uma missão, o que ficaram eram peixes pequenos que não sabia de nada interessante .  Ela bufa em descontentamento . - Mas um deles disse que você ficou com fome e tinha sido dopada .

           - Pegaram algum frequentador ? - Exalo por cada poro curiosidade .

          - Sim, tinha na faixa de setenta homens por lá, a maioria filhos de magnatas que pagaram fiança e foram embora . - Ela diz frustrada.

         - Claro que não mãe! Vamos entrar com processos e colocar esses vermes atrás das grades ! - Digo alterada .

       Como assim libertos ? Como assim ? Não! Não irei permitir que eles se safem assim, colocarei cada um daqueles nojentos na cadeia e deixarei os presos fazerem o resto, mas se não der certo assim, e só fazer justiça com as próprias mãos.

      - Filha, eu entendo que você esteja com raiva, mas vamos deixar isso para lá.  - Olho bem para minha mãe e deixo que ela veja a magoa e a indignação em meus olhos . - Eu não quero te perder .

            Sei que é só proteção, mas não podemos abandonar aquelas mulheres assim, elas terão voz, e se tentarem as calarem, elas falaram usando a minha voz e meus recursos .

         - Não mãe, pois elas tem pessoas que dependem delas, elas caíram no golpe ou foram sequestrada, elas precisam se sentir que fizeram justiça por elas, e eu vou fazer! Porque se não fosse por elas para me ajudarem a ligar para o Enzo, só Deus sabe como é que eu estaria . - Cuspo as palavras já sem paciência .

         - Ei, o que foi isso ? - Olho para a porta e vejo meu irmão parado lá, olhando de mim para mamãe e vires versa .

        - Nada ! - Digo parecendo uma criança de 5 anos fazendo birra.

          Enzo olha para mamãe que apenas balança a cabeça, ela levanta e da um beijo em minha testa, sussurra um "eu te amo " bem baixinho e vai em direção a porta da quarto , quando ela sai, me viro para Enzo e digo .

      - Precisamos conversar .
          

SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora