A reação automática que eu tinha todas as manhãs era a de repousar minha mão sobre a grossa fralda que eu usava, esboçando um pequeno sorriso ao perceber ela morna ao toque.
Com 18 anos, meus pais não entendiam tão bem o conceito de privacidade, mas não se importavam mais que eu trancasse a porta.
O que para mim era ótimo, porque pelo menos por aqueles momentos, de manhã, eu podia andar livremente pelo meu quarto usando nada além da minha fralda suja, muitas vezes me deleitando ao fazer atividades simples do cotidiano como estudar ou fazer exercícios apenas daquela forma.
Não que eu precisasse das fraldas: eu apenas achava incrível pra caralho usar elas. E eu pensava assim desde os meus 13 anos, quando eu comecei a me interessar a usá-las. Bem, voltar a usar, já que eu só larguei efetivamente com 10 anos de idade.
Sinceramente, as vezes eu acho que desde aquela época eu as sujava de propósito, pois sempre adorei a sensação. Não só de usar a fralda, mas de me aliviar em qualquer lugar, menos o vaso sanitário.
Por muitos anos, inclusive, me trancava no banheiro depois de tomar um laxante pra cagar tudo na minha roupa. Com 16 anos, porém, eu finalmente consegui comprar fraldas com uma frequência boa, e desde então, as usava em toda oportunidade possível.
Nesse ano, inclusive, eu havia feito uma aposta comigo mesma de não usar o vaso sanitário em hipótese alguma.
Bem, era abril e até o momento havia cumprido minha palavra, com muitas fraldas gastas e roupas sujas.
Então, certo dia específico, quase pulei da cadeira ao ouvir minha mão me chamando para falar com o nosso hóspede.
Hóspede? Desde quando a gente ia receber alguém?
Coloquei uma calça por cima da fralda e destranquei a porta, dando de cara com um garoto que parecia ter a minha idade - talvez um pouco mais velho - e muito gato, sorrindo pra mim.
Ele era forte, não muito definido de músculos, mas também não chegava a ser gordo: grandão, pode-se dizer assim, do jeito que eu gostava. Ele tinha cabelo preto, tinha a pele bronzeada e uma barba rala, porém bonita.
-Oi...?
-Oi, prazer- Ele disse, a voz grossa me fazendo tremer na base- Meu nome é Henrique.
-Filha, o Henrique vai morar com a gente esses tempos. Ele é um ano mais velho que você e passou na federal daqui pra Engenharia Civil. O pai dele e seu pai eram muito amigos durante a faculdade, então quando o filho precisou, seu pai logo se dispôs a acolhê-lo aqui.
-Ah, sim. É um prazer conhecer você também, seja bem vindo!
Ele me olhou e, por um instante, seu olhar pareceu um pouco confuso e eu fiquei paranoica dele ter percebido a fralda, mas logo ele voltou ao normal.
-Bom... vou deixar você se arrumar e vou guardar minhas coisas. Até mais tarde!
Fechei a porta após sua fala, tentando tirar da minha cabeça alguns pensamentos impróprios que surgiram na minha mente.
Fui tomar meu banho e vesti uma nova fralda - sim, eu usava na escola, normalmente as mais finas - e corri para o ponto de ônibus para não me atrasar.
××××××××
-Porra, eu vou já começar a fazer que nem você e vir de fralda pra aula, já que essa professora maldita não me deixa ir ao banheiro!
Disse pra Lisa, minha melhor amiga, fazer silêncio, mas ri da besteira dela. E, bem, era verdade: depois de uma aula de 3h de uma professora que não deixava ninguém sair, ter uma fralda era uma mão na roda.
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O Hóspede
RandomQuando o filho de um velho amigo do seu pai vai morar na casa deles, Liana descobre que eles tem algo a mais em comum do que o gosto por livros. ×××××× ESSA HISTORIA CONTÉM OMORASHI, SCAT, ABDL e afins. SE NÃO GOSTA, NÃO LEIA!