Levar para a vida...

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Aulas de ciências, eu pensei que aprenderíamos sobre a natureza, plantas e suas raízes, mais aqui, esta professora é completamente fora da casinha, sério, quem diz há um bando de adolescentes com hormônios a flor da pele sobre sexo! Eu sei que devemos ser orientados para não fazer besteiras, mais ela, não ela não orienta ensina, não ri tanto na vida.
- Gente preta atenção aqui, se não depois faz errado ai, e engravida as menininhas. – disse a professora.
- Mais isso aí é fácil, ainda mais quando se é abençoado. – disse Stuart.
- O que adianta ser ‘abençoado' e não saber fazer de direito. Vocês sabem que durante o ato sexual do Homem o sangue se concentra todo no canal pênis, ou seja, vai passar a maior parte tentando manter ele ereto do que aproveitar o momento. Então fica quieto e presta atenção. Vocês sabem como se coloca a camisinha?
-Lógico. – disse Stuart.
- Então vem aqui mostrar para os seus colegas. – disse a professora. Eu trouxe aqui uma banana e a camisinha. Vem.
Juro daquele dia em diante ele nunca mais se gabou por nada nem por ser ‘abençoado’.
Depois deste episódio fomos  para a sala de química, lá tinha o microscópio e vários outros aparelhos, obviamente os meninos pensaram que veriam o esperma através dele, mais na verdade fomos aprender a fazer gás hélio.
- Vamos pegar os materiais. – a professora disse.
- Eu trouxe as bolas. – disse Scar.
- Pra quê, se você precisava era só pedir que te emprestava as minhas. – disse Felipe.
- Hahaha engraçadinho, as suas não devem servir nem pra isso. – disse Scar.
- Tá bom, chega. Vamos precisar das bexigas, papel alumínio, e uma garrafa de vidro pode ser a da coca cola e a soda cáustica.
Depois de termos essa aula maravilhosa, fomos todos para casa a saída.
- Scar! – era Felipe me chamando.
- O que foi?
- Calma, só vou te levar em casa.
- Sabe que eu Moro aqui do lado praticamente, neh?
- Sei, mais vou te levar. Assim já Peço desculpa pelo caminho.
- Desculpa pelo o quê?
- Pela brincadeira idiota que fiz na aula.
- Ah, fala sério eu levei na brincadeira.
- Que bom. Então vamos.
Chegando no portão da minha casa ele pegou a minha mão e perguntou.
- Você ficaria comigo se eu pedisse?
- E por quê eu ficaria com você? – eu disse em tom de provocação.
- Porque eu te trouxe em casa e estou te pedindo com jeitinho!?
Sabem aquela sensação gostosa que a gente sente na barriga? Não, não essa que faz a gente tremer as pernas mais sim aquela que nos faz querer rir? Foi o que eu fiz, nunca ri tanto como naquela hora, e pior, na frente dele.
- Sério, é pra rir? Porque não foi piada. – disse Felipe.
- Não, desculpa, sério, foi mal. Mais somos amigos e você é um mulherengo sem vergonha.
- Então, fica comigo por amizade.
- Quer saber, tá bom, por que não neh?!?
É naquele momento ele foi chegando perto de mim, me encostando no portão e percebi, aquele não eram os olhos que eu queria ver, que me entorpecia, me deixavam tonta, não, não eram os olhos do meu whisky. Mais querem saber, foi bom, bom saber que não seria o último que eu beijaria, o último  que eu desejaria. Não que eu desejasse o Felipe, não meu Deus não, mais entendia que eu poderia com certeza achar a minha ‘vista' um dia. E eu com certeza me aventuraria nesta busca.

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