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Era segunda-feira e eu estava me preparando para mais um longo dia de aula. Segunda-feira era dia de integral no terceiro ano do ensino médio. Isso mesmo, já haviam-se passado 2 anos e eu estava no terceiro ano do ensino médio, com 17 anos. Vivia uma vida normal, havia seguido em frente. Ainda sofria, porém já havia feito uma cicatriz, mas claro que, como qualquer ferida, doía se fosse cutucada.

Tenho várias amizades, mas sabia que, poucas eram verdadeiras. Tenho amigas bem diferentes de mim, o que me faz conhecer um pouco de tudo. Minhas amigas gostavam muito de ir para festas, de ir para boates, esses tipos de coisas. Já eu, sempre gostei muito de ler e de ver filmes, séries, sou mais caseira e na minha. Também saiu com minhas amigas para acompanhá-las a tais festas, mas sempre volto me arrependendo de ter ido. Tenho meu lado festeiro e mais ousado, porém ainda não tinha noção disso. Iria descobrir mais para frente, coisa que deixaremos para falar depois.

Já eram 6:30 e eu já estava pronta para ir à escola, só faltava tomar café da manhã. Meu pai, Paulo, me chama para tomar café com ele, então me se sento na mesa e começo a me servir. Paulo tem traços parecidos com os meus. Tem uma altura normal, cabelos castanhos e olhos que às vezes eram mais puxados para a cor de mel e outras vezes, ficavam um tanto que esverdeados e tem um sorriso contagiante. Também tem um jeito bem desajeitado, mas sempre de bom humor. Quando começo a me servir, ele puxa assunto.

"Filha, porque você fica pronta tão cedo para ir à escola? Moramos praticamente colados a ela e sempre te vejo levantando às 5:45. Você deveria descansar mais um pouco".

"Gosto de chegar mais cedo para conseguir ler um pouco meus livros. Tenho muitos livros para ler e pouco tempo. Então, sempre que arranjo um horário que posso ler, eu aproveito" , respondo.

"Entendi, mas então pare de passar tanto tempo assistindo suas séries e leia seus livros nesses horários".

"Não posso. Estou em um momento trágico na minha série favorita, tenho que arrumar meu tempo para que consiga fazer tudo que gosto. Mas não faço apenas essas coisas, né pai. Sempre estudo antes de fazer qualquer coisa assim".

"Eu sei, eu sei, filha. Então tudo bem, portanto que você consiga agrupar tudo isso e ainda consiga descansar o tanto que precisa, e claro, sair comigo e com suas amigas, por mim está tudo bem".

"Ótimo, então pode ficar tranquilo que você está falando com a rainha da organização. Bom, tenho que ir. Já era pra ter saído de casa. Ah, quase me esqueço, você pode me dar dinheiro? Hoje tenho aula o dia todo e vou almoçar no restaurante aqui ao lado com minhas amigas".

"Porque você não vem almoçar aqui? Moramos ao lado do colégio", Paulo pergunta.

"Ué pai, eu sempre almoço aqui em casa. Minhas amigas me chamaram pra ir àquele restaurante japonês, que acabou de abrir aqui ao lado e eu disse que sim".

"Tudo bem. Gostaria de almoçar com você, como de costume, mas pode ir sair com as suas amigas, sim. Não tem problema algum. Tome. 40 reais dá?" , meu pai falou meio chateado de início, mas logo voltou ao normal. Afinal, apenas um dia não teria problema algum.

"Dá, dá, sim. Não fique chateado, amanhã almoçarei com você e te conto como foi no colégio. E hoje ainda tem o jantar!", respondo dando-lhe um beijo de despedida no rosto.

Eu e meu pai fortalecemos bastante nossa relação. Estamos sempre conversando e somos super amigos. Sinto-me à vontade de falar sobre QUASE tudo com ele. E nem eu sabia disso, fui descobrir apenas em um futuro próximo.

A caminho da escola, vi minha melhor amiga, Chris, que morava praticamente ao meu lado. Nos cumprimentamos e caminhamos juntas para o colégio.

Chris era a minha melhor amiga desde que tinha 9 anos de idade, nos conhecemos na escola e desde então não desgrudamos. Sabe aquelas amizades que começam pelas coisas mais bobas e tornam-se essenciais na sua vida? Então, foi isso que aconteceu conosco. Nos conhecemos durante uma aula de português, a professora pediu para que os alunos juntassem com a pessoa que estava sentada ao seu lado. E adivinha quem estava ao meu lado? Exatamente. Chris. De início ficamos bem tímidas, contudo não é muito difícil relacionar-se com Chris, ela é super extrovertida e alto astral. Então senti-me à vontade com ela. No fim da aula, quando me dei conta, minha nova amiga estava me chamando para ir à sua casa depois da aula. Fiquei super empolgada com a ideia e fui perguntar para a minha mãe. Ela deixou, disse que me buscaria antes do jantar. E foi ai que nasceu uma grande amizade.

Chris tem uma altura normal para as garotas da idade, tem cabelos e olhos castanhos claros, é super alto astral e está sempre animada, até mesmo quando algo não muito bom acontece com ela. Ela tenta ver o melhor das coisas, esse é o segredo dela. Sempre tenta tirar algo bom da situação. Com ela, eu aprendi muito. Chris me ajudou muito, principalmente quando perdi minha mãe. Mesmo ficando reclusa quando isso aconteceu. Logo que voltei para a escola, Chris estava lá, de braços abertos para mim.

Quando chegamos à escola, fomos direto para a sala de aula. A primeira aula era de redação, que eu adoro por amar escrever, porém, que Chris odeia, estava sempre procurando ideias comigo, quando a professora não estava olhando. Sempre falo para ela ler mais livros e tudo mais, contudo Chris é mais daquelas que preferem esperar pelo filme. Por sorte, não era dia de fazer redação para a prova, Chris deixou bem exposto seu alívio. As horas foram passando e antes mesmo que notássemos, as aulas já haviam acabado. Fomos almoçar no novo restaurante japonês ao lado da escola e depois voltamos para a aula de tarde.

Quando deu 17:30 todo mundo já estava super cansado, devido ao longo dia. O sinal tocou e me despedi das minhas amigas e fui direto para casa com Chris, que desviou no meio do caminho, para ir para sua casa. Quando cheguei em casa, meu pai estava assistindo à meu filme favorito, "gatos, fios dentais e amassos". Pelo título, parece ser uma coisa bem diferente do que realmente é. Mas acredite ou não, trata-se de mais um filme de problemas, romances e amizades na adolescência (e sim, meu pai gosta desse tipo de filme). Apesar dele parecer ser super sério e calado, é, na verdade, uma pessoa super engraçada e extrovertida. Parece ser do tipo durão, porém chora em filmes melosos que eu resolvo assistir às vezes, entre outras coisas. Resumindo: De durão, não tem nada.

Sentei-me para assistir ao filme com o meu pai e ele me abraçou de lado, cercando-me com o braço e dando-me um beijo na cabeça. Quando ele tirou seu braço, perguntou-me como havia sido o dia. Disse que tinha sido tranquilo, como de costume. Não tinha tido nada de diferente. Ele pareceu decepcionado com a resposta, como se estivesse esperando algo a mais, mas logo se recompôs . O filme acabou e eu fui ler as anotações do colégio antes que meu pai me chamasse para jantar. Deu 19:30 e ele me chamou.

Conversamos bastante durante o jantar, nos divertimos muito com as histórias que ele contou que haviam acontecido no trabalho e logo depois de acabarmos o assunto, levantei-me e fui tomar um banho para me arrumar e ir dormir. Quando acabei o banho, já eram 20:45. Dei boa-noite ao meu pai, deitei-me e comecei a ler meu livro. Depois de um tempo, olhei no relógio e já havia passado das 22h. Como estava muito cansada, devido ao dia puxado, fechei o livro e comecei a escutar música até cair no sono.

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