Chamas Da Sofia

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Tudo começa numa noite fria de dezembro, na quinta ou talvez na terça, não me lembro muito bem. Estávamos eu e a minha família jantando um porco que o meu pai abateu e assou, e todos ali estavam em volto de paz e agradecimento pois havia muito, muito, muito tempo que não comíamos como a realeza. Quando, de repente, como num conto de terror onde termina em dor e desgraça, ouviu-se uma multidão com tochas iluminando a rua e marchando em direção a nossa casa. Tudo ficou em silêncio, os passos pararam. E começaram a socar e esmurrar a porta velha que o meu pai custou para construir, até ela estourar em mil pedaços, voando estilhaços por toda a sala. E, em frente a porta já esmigalhada, havia um homem alto, vestindo um armadura de ferro com traços em vermelho. ele não hesitou em entrar dentro da casa, enquanto outros 10 soldados ficavam a espreita com as suas lanças e espadas apontadas, esperando um ataque, um feitiço ou qualquer merda desse gênero. O soldado que parecia ser de alta patente, pois sua armadura era diferente e tinha traços em vermelho e o seu capacete era vermelho vibrante. Disse para o meu pai, que nessa hora estava na minha frente e na frente da minha irmã.
-Temos um relato de magia vindo desta residência! A denúncia foi feita por vizinhos de forma anônima. viram a garota soltar chamas roxas pelas mãos! Faíscas e tudo mais! A realeza ordena que vocês a entreguem de bom grado, caso o contrário
A sua família, amigos e conhecidos serão exilados do nosso glorioso reino que fora alimentado pelas graças divinas!
O meu pai, assustado, porém tentando manter a pouca calma que lhe restava, disse ao soldado escarlate
"Ó meu nobre cavaleiro, pordoe-me por contrária-lo, mas a minha filha é pura! Ela fora batizada nas águas das bençãos, todo mau, pestilência e desgraça foram exterminados!"
O soldado, já sem paciência. Disse ao meu pai
-Ela não foi liberta do mau pois ela é o próprio mau. Explicou o soldado rispidamente, com um sorriso sínico e um olhar diabólico. "Agora, me dê a garota e todos sairão daqui com vida!".
E o meu pai, sendo burro e corajoso como sempre fora. Gritou para o soldado
-NÃO!. E essas foram as suas últimas palavras, antes da espada que mais parecia um relâmpago, rasgar o seu pescoço, levando consigo o brilho esverdeado dos seus olhos, sobrando apenas um gemido agonizante e poucos segundos de vida.
A minha mãe correu para abraçar o seu corpo, ainda quente. Pegou ele nos braços e chorou como uma adolescente chora depois de um término, ela deu um grito ensurdecedor em direção ao soldado escarlate, e em questão de segundos a sua cabeça havia explodido dentro do capacete. Eu fiquei paralisado, atônito. A minha mãe me olhou com os mesmos olhos de uma fênix feroz e gritou logo em seguida.
-VÁ! FUJA E NÃO VOLTE, LEVE A SUA IRMÃ CONSIGO E NÃO OLHE PARA TRÁS! NUNCA OLHE PARA TRÁ... E uma lança entrou em seu peito, a impedindo de terminar a frase. Entrou dentro da casa 4 soldados, que correram em direção a minha irmã e a bateram. Bateram nela como se fosse um cão sujo...até ela vomitar sangue, eu fugi...como um puta covarde, eu fugi. Corri em direção a janela, com lanças voando em minha direção, chegando na janela eu a abri sem olhar para trás, sem hesitar. e corri floresta a dentro...

-O resto da história eu deixo para mais tarde. Disse o vovô Eliaz com um sorriso amigável em seu rosto. Um senhor bêbado e contente, com 1,64 de altura, calvo e grisalho. Vestes longas e verdes, com detalhes em azul. um nariz rosado e redondo com uma longa barba branca.
-Mas vovô, o senhor é mágico também? Perguntou o Thomas. um garoto de 13 anos, alto, cabelos longos e negros. nariz pontudo, sardas por todo o rosto com olhos verde claro.
"Esse negócio de magia não existe, filho. Oq a minha mãe fez naquela noite eu não sei, mas magia não existe. Isso só foi uma desculpa para o rei Hariel matar os pobres e indefesos." Explicou o vovô, com um olhar tão triste que dava para ver a ferida na sua alma...

Magia de outroraOnde histórias criam vida. Descubra agora