A escolhida

um mês e duas semanas

Havia se passado um mês e duas semanas desde que acordei naquele Hospital sem me lembrar da Zara de 26 anos.

 No instante em que abri os olhos naquele quarto gelado eu soube que nove anos da minha vida havia se perdido.

O choque de saber que eu havia perdido tantos momentos da minha vida ainda me tirava o sono.

 Alguns pesadelos me assombravam, mas em alguns momentos eu me pegava esperançosa e os médicos também estavam, pois algumas lembranças retornariam só não sabíamos em que momento.

Meu pai como sempre não havia mudado nada, ele ainda continuava sendo o melhor pai do mundo. 

Algumas coisas me irritavam, por exemplo meu pai me tratava como uma criança de 10 anos, mas eu consegui entender que ele estava preocupado e tentando fazer tudo para eu me sentir bem e confortável. 

Eu estava feliz por ter meu pai por perto, isso me trazia a sensação de segurança. Era bom ter alguém que eu lembrava.

Meu pai ficou feliz e eu muito mais quando algumas lembranças retornaram e todas elas eram relacionadas ao meu restaurante e as minhas habilidades na cozinha. Foi um dia de comemoração, pois por mais pequeno que fosse era algo importante para mim. Bom, pelo menos era isso que meu pai dizia.

Reconhecer o Alec foi um pouco estranho, porque mesmo não me lembrando de tudo eu me sentia bem e confortável com ele. 

Alec ficou feliz quando me lembrei de alguns momentos. 

Eu me lembrar das coisas era importante para o meu melhor amigo.

Alec me mostrou fotos e vídeos que me fizeram ter uma boa sensação. Ele realmente conhecia a verdadeira Zara. 

Eu havia me tornado alguém controladora, digamos que Alec que não curtia muito essa parte.

Eu e o Alec começamos a sair para jantar, pois precisamos dessa reaproximação já que eramos sócios do restaurante. 

Por um momento me questionei porque eu não havia me apaixonado por alguém como Alec. 

Depois de tantos vídeos, conversas, mais vídeos e mais fotos eu concluir o quanto eu e o Alec éramos diferentes, mas tínhamos uma amizade bonita.

A pior parte de tudo era ter que me adaptar a nova casa, a nova vida e ao noivo que eu nem ao menos me lembrava.

Declan estava sempre ausente e ocupado demais. Ele havia se afastada de uma forma fria. 

Não era como se eu quisesse ele caindo de amores por mim ou por perto, mas eu não conseguia entender como havia me tornado noiva de alguém que nem ao menos olhava pra mim. 

Declan não se esforçava para estar comigo e eu não me esforçava também, porque não sabia como me comportar.

Eu estava sempre tão sozinha naquela casa enorme e uma parte de mim gostava, pois fez conhecer um pouco melhor a Zara.

Declan não chegava mais para o jantares porque sempre estava trabalhando até tarde. Tinha dias que eu nem ao menos o via. Era raro dividimos a cama... às vezes ele nem voltava para casa e quando voltava acabava dormindo em seu escritório ou no sofá da sala.

Eu morava com um estranho, mas isso foi bom porque me fez criar coragem e voltar para o restaurante. Me fez encarar meu medo de não ser boa o suficiente novamente.

Foi a melhor escolha, recomeçar e encarar meus medos. Mergulhei a fundo no trabalho.

Eu voltei  a passar tempo suficiente no restaurante, só ia para casa dormir.