De volta ao lar

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A casa é grande demais.  Ela possuí três andares e parece um pouco demais para apenas duas pessoas. A porta preta deve ter mais de dois metros e as janelas de vidro com detalhes em pretos são tão bonitas. 

Eu nunca pensei que iria admirar janelas.

É tudo muito assustador. A vontade que tenho é de sair correndo e esquecer toda essa loucura de noivado, pois não consigo me sentir confortável perto de um homem que não lembro.

A conversa que tive com meu pai se resume a choro, ele me convenceu de voltar para casa com Declan e tentar me acostumar já que as minhas lembranças podiam retornar a qualquer momento. O médico aconselhou também que seria bom ficar com meu noivo já que ele era o mais próximo que eu tinha estado nos últimos meses. Declan era a minha realidade atual. 

Eu já não era tão próxima família. Isso me assustou, pois nunca pensei que moraria longe de todos. Parece que esses nove anos me transformaram em uma pessoa que não reconheço. Eu não sou mais aquela garota de 17 anos que adorava estar com suas irmãs.

Agora parece tudo tão vazio e sem sentido. Sou um peixe fora d'água. Talvez eu consiga me lembrar de tudo o mais rápido possível.

-você está bem, Zara?

Ergo a cabeça e ao olhar para o lado.

Olhos azuis preendem a minha atenção. Declan parada com a porta do carro aberto me dando passagem.

 Eu estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi a sua presença. Creio que estava perdida intensamente em meus pensamentos, pois é impossível não sentir a presença desse homem.

Declan não é o tipo de homem que tem expressões muito amigáveis. Ele sempre aparenta camuflar isso de uma maneira de que ninguém consiga estudar-lo.

Com educação e cautela ele estende a mão em minha direção para me ajudar sair do carro.

Segurar a mão dele desperta sentimentos e sensações físicas estranhas em mim. Rapidamente retiro a minha mão, pois ainda é desconfortável tocar em um estranho.

Declan pega a chave no bolso da frente da sua calça social e vai em direção da porta branca de mais de dois metros. Ao abrir se vira para me olhar. Sinceramente estou parecendo um bicho assustado por ter  que entrar na minha própria casa.

-Vamos conhecer a Casa, Zara- estende a mão em forma de convite.

Eu hesito e para ser sincera me sinto uma adolescente no primeiro encontro, mas nesse caso não me lembro do cara.

-Você não a conhece?-pergunto com a testa franzida.

Quando coloca minha mão sobre a sua. ele fecha sua mão grande sobre a minha.

-Não.

Fico ainda mais confusa.

Quero questionar o porque, mas acho melhor me calar. O acompanho para dentro da casa.

O hall da casa tem uma mesa de vidro com um porta retrato vazio. Isso é um pouco bizarro. O piso é tão branco e brilhante que consigo me ver perfeitamente. As paredes são brancas e sem detalhes. O ambiente é sofisticado.

Sou atingida pela beleza da sala de estar. Cada canto exala luxo e elegância.

O sofá branco L é impecável e fica harmônico com cada móvel da sala. Tudo é tão planejado e perfeito que parece um sonho.

-É linda-Suspiro com os olhos brilhando pela beleza.

Olho os cristais do lustre com curiosidade.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora