bêbada

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O celular  toca, me fazendo acordar e sair de um sono profundo demais para ter sonhos.  

Tateio a mesinha ao lado da cama em busca do celular sem abrir os olhos. Tenho certeza se tivesse parado de tocar naquele instante, eu adormecia sem dificuldade.  

Depois de lutar contra meu sono, abro os olhos  e procuro o celular. O despertador  cai da mesa, olho para o chão e vejo o aparelho desmontado.

Ao conseguir pegar o meu celular. Me apoio em um cotovelo e levo o aparelho até o ouvido. 

  — Alô?

  A minha voz sai tão falhada que preciso limpar a garganta. 

 — Zara — É a voz da Verônica.

 Olho no relógio e percebo que já passa da meia-noite.

 — Oi, Veronica. 

 Me sento na cama estranhado por ela ter me ligado. Ainda estou sonolenta, a minha cabeça parece um simples espaço vazio.  

  — Me desculpa por ligar tão tarde, mas preciso de uma carona...Meu carro não está querendo funcionar e...

 Seu tom de voz não soou tão calmo, pois eu tive a certeza que ela não estava em casa quando escutei música alta, pessoas gritando e conversando. 

 Meus olhos voam para o relógio mais uma vez.

-Onde você está?- me livro do lençol.

Ouço ela suspirar.

-eu não sei muito bem, vou te mandar a localização. 

  -ok, estou indo-comento já saltando da cama.

 Atravesso a porta dupla do closet atrás de um casaco.

 Ouço ela respirar fundo. Provavelmente mais uma vez está respirando fundo no intuito de se acalmar.

Pego minhas coisas e saio do quarto mais rápido que posso agradecendo por Declan não estar em casa, como sempre está no escritório. Era de se esperar já que ele só volta para casa depois das 02:00 da manhã. Ele chegar cedo em casa são dias raros ou porque ele vai trabalhar em casa.

-Por favor, me espera chegar aí

Olho o endereço, fica uma hora da onde eu moro até o local. Eu não consigo entender e muito menos não me preocupar com ela. Não sei o que está acontecendo.

Infelizmente essa noite começou a esfriar. Estamos em uma época de noites frias.

Antes de sair coloco meu sobretudo, pelos menos esconde grande parte do meu corpo e não dá para perceber que estou de pijama. 

Meus olhos verdes estão um pouco inchados pelo fato de ter acordado há pouco tempo, minha pele está mais pálida do que de costume e meu cabelo está preso em um rabo de cavalo mal feito, pois não tive tempo de arrumá-lo, nem se quer trocar de roupa, isso justifica o pijama.

Quando saio na garagem para entrar no carro as minhas bochechas quase congelam.

Não demorei muito para arrancar com o carro. Dirigi com tranquilidade, pois as ruas quase não tinham movimentação de automóveis. Passei por algumas ruas estranhas e escuras.

Estacionei o carro do outro lado da rua e olhei para o bar country. Havia um grupo de jovens na calçada conversando e bebendo. Entravam e saíam pessoas do bar, a música estava sendo abafada pelo falatório.

Conferi o endereço mais uma vez para ter certeza que estava no local correto, Verônica não parecia curtir um cowboy. 

-Droga!

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