Seu Amigo

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 As palavras de Walter haviam magoado Mercy profundamente, ela saiu da sala segurando o choro, porque não daria esse gostinho ao marido, não se mostraria frágil na frente dele. O elevador do estacionamento se abriu, no momento que Joe iria entrar trombou com Mercy que saía apressada.

_ Mercy, está tudo bem?

_ Sim estou, eu preciso ir.- tentando conter o choro, sai

_ Não espera. – indo atrás dela _ me conta o que aconteceu, é visível que não está bem.

Mercy seca as lágrimas que insistem em cair.

_ Aconteceu alguma coisa com meu padrinho?

_ Não, Walter está bem.

_ Então?

_ Não me faça perguntas, eu tenho que ir.- saindo

_ Não vou te deixar ir assim, olha o seu estado, pode acabar causando um acidente.

_ Já disse para me deixar em paz! Sai da minha frente.

_ Não Mercy, me dê as chaves, vou te levar a um lugar, assim você se acalma um pouco.

_ Já disse não, Joe!

Joe puxa as chaves da mão de Mercy, vai até a porta do carona e a abre.

_ Entra!

Mercy o olha furiosa, e acaba entrando no carro, Joe já havia percebido que em algumas situações para lhe dar com Mercy teria que estar no mesmo nível, bater de frente se fosse necessário. Joe entra no carro dá a partida e sai.

Minutos mais tarde

Joe e Mercy chegam a um restaurante, o garçom os leva a uma mesa, eles se acomodam e fazem os pedidos.

_ O que vão beber?- perguntou o garçom

_ Um bourbon por favor.

_ Para mim um copo de água.

_ Como, ah Mercy, sei de algo que vai te agradar, por favor traga para a dama um cosmopolitan.

_ Joe não quero beber.

_ Você precisa, confia em mim, você vai gostar.

_ Um bourbon e um cosmopolitan, ok, com licença- sai

_ O que achou do lugar? Um cliente me indicou, já tinha vindo algumas vezes, bem discreto e sossegado, o bar daqui é muito bom.

_ Hum...- erguendo a sobrancelha

_ Agora me diz, o que te deixou tão alterada.

_ Não quero falar sobre isso.

_ Está bem, como quiser.

As bebidas chegaram, e como Joe havia dito Mercy adorou o Cosmopolitan, depois do segundo drink Mercy começou a contar detalhes de sua vida ao lado de Walter.

Na produtora

_ Genesis por favor, peça para Joe vir à minha sala.

_ Ele ainda não chegou, seu Walter.

_ Como não chegou? Ligou ou deixou algum recado?

_ Nada.

_ Está bem, obrigado.

No restaurante

_ Que? Um filho, como meu padrinho pode te trair dessa maneira, como teve coragem de trocar a família por aventuras, não consigo acreditar.

_ Pois esse é o Walter que ninguém conhece, um traidor e mentiroso, depois de tudo que fiz por ele, é assim que ele me paga.

_ Não podia imaginar que ele seria capaz disso, de te proibir de trabalhar na produtora, quando você se mostrou ser capaz em muitas situações.

_ Walter é um machista, para ele nós mulheres, só servimos para ser, esposas mães e quando lhes convém amantes.

_ Eu sinto muito Mercy, deve ser muito difícil para você sustentar essa farsa de casamento.

_ Sim, já não existe mais nada entre Walter e eu, tudo que viu até agora é apenas aparência.

_ Como Walter pôde trair você, não consigo entender, no lugar dele seria um homem realizado em ter uma mulher como você.

_ Por anos me senti a pior das mulheres, desvalorizada, envelhecida, feia, inútil.

_ Não diga isso. – pegando-lhe a mão _ Mercy você é uma mulher maravilhosa, atraente e cheia de qualidades, incrível, não se diminua, é Walter que nunca mereceu ter você ao lado dele.

Mercy e Joe se olharam de forma intensa, Mercy ficou sem graça e secou uma lágrima que escorria, Joe prontamente pegou o lenço e lhe entregou.

_ Obrigada por suas palavras, por me trazer aqui, estou bem melhor.

_ Foi um prazer ter ajudado, espero que a partir de agora me considere seu amigo.

_ Está bem, gostei do lugar, com certeza virei mais vezes.

_ Que bom, espero que numa dessas vezes possamos tomar um drink juntos.

_ Melhor irmos.

_ Sim, vou pedir a conta.

Joe paga a conta, Mercy e ele saem, ele fica na produtora e Mercy segue para casa.

Na sala de Walter

_ E por que não avisou?

_ Perdão  Walter, a bateria do meu celular descarregou e eu não percebi, me desculpe isso não vai acontecer novamente.

_ Está bem, revise esses documentos se estiver tudo em ordem assine.

_ Ok- pegando a pasta _ Com licença.

Walter estranhou o comportamento de Joe, o sentiu frio e sério.

Mais tarde

Mansão Cabrera

Mercy não quis jantar, na verdade não queria ter que suportar a presença de Walter, estava lendo um livro quando o marido entrou no quarto, Walter fez sua higiene e foi para cama.

Walter tomou os remédios, bebeu um pouco de água. _ Ah não aguento mais esses remédios, já me sinto bem. – se aproximou de Mercy para beijá-la, mais ela virou o rosto. _ Boa noite. -deitou-se

Mercy olhou para Walter e pensou nas palavras de Joe, percebeu que ele tinha razão, ela precisava se valorizar, saber que tipo de mulher era, e que Walter era um babaca por não dar valor a isso, não iria se lamentar ou chorar, já havia feito isso por muitos anos, dessa vez faria diferente, trataria Walter com a indiferença que ele merecia, como o nada que ele era.

Na casa de Joe

_ Como, e eu achando que ele era um homem maravilhoso e que eles tinham um casamento perfeito, quem poderia imaginar.

_ Pois é, confesso que me decepcionei com Walter, não esperaria dele uma atitude assim, logo ele que sempre defendeu a lealdade, honestidade.

_ Coitada da Mercy, o pior de tudo é esse filho bastardo, deve ser muito difícil para ela essa situação.

_ Sim, só te peço que não comente nada do que te contei, é um assunto pessoal, não quero que Mercy ache que fiz fofoca ou coisa do tipo.

_ Não se preocupe amor, não vou comentar nada a respeito disso.

Paixão ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora