C A P Í T U L O 10

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— Não sabemos nada deles, Victoria! — Exclamou Ella a loira, muito mais submissa desde que o Alpha deu-lhe uma escolha.

     A garota apenas a encarou sem vontade de dialogar. Sem a vontade de se importar. Uma sensação familiar para muitos. Por que lutar?

     Apenas retrucou:

— Estamos melhor com eles.

— Com assassinos?! Com monstros?! — Ella abaixava a cabeça quando estava na presença de um lobisomem, mas a sós com Victoria acreditando que não estavam sendo ouvidas… quanta diferença, hein? — Olhe o que eles fizeram conosco!

     Ella baixou o tecido de seu vestido até o ombro ser exposto e revelou aquela infecção arroxeada na carne branca. Marcas negras faziam um padrão expesifico que deixava várias veias saltarem de sua pele. Aquilo parecia consumir todo seu colo por debaixo do tecido escuro. A mordida de lobisomem claramente não é bonita.

     Qualquer um poderia aterrorizar-se com sua capacidade.

     Se um humano, por consequência do destino, cai nas garras de um lhycan e é mordido… supondo que escape, não estará totalmente livre da morte. A saliva dessas criaturas é infecciosa e em contato com o sangue pode trazer graves problemas.

     E para piorar, como predadores letais, eles sabem exatamente onde moder.

     Primeiro, vem a dor agonizante que mesmo hoje, no século XXI, não é encontrando um alívio nem mesmo com morfina. A infecção também é inevitável. Médicos renomados tentaram conter, mas a toxina é tão incontrolável quanto a espécie que a obtem. Veias escuras começam a saltar por todo o lugar, os músculos paralisam e há relato de decomposição no indivíduo ainda vivo.

     Uma curiosidade pouco abordada é o tipo incomum de raiva que é passada para algumas das vítimas como forma de isolar a presa do bando devido a agressividade incontrolável que os fazem atacar e matar. Alguns estudiosos acreditam que esse pode ser um dos motivos para ocasionar as histórias de zumbi. Quem diria, não?

     Talvez lobisomens não sejam mais do que cachorros raivosos e a forma mais eficaz de evitar a inevitável morte é a amputação. Porém, uma vez que a toxina lhycan entra em contato com o sangue ele já o espalha por todo o corpo. E bom… os lobisomens costumam atacar, por um exemplo, o pescoço ou a jugular. O problema é que nenhum médico ou curandeiro, até o momento, de nenhum povo, descobriu como amputar o pescoço sem matar o indivíduo. Muita incompetência, não?

     Outra curiosidade da mordida é, quanto mais dominante e saudável é o lhycan, mais forte e poderosa é sua mordida. Isso, em membros comuns. Mas a de um Alpha, ela não apenas pode trazer danos mortais mas, se bem aplicada, pode mudar completamente a vítima.

     Essa é a conversão de humano para besta.

     Existem formas mais prazerosas e até indolor de transfomação, mas esse não é o caso das meninas. Com a mordida dada precisamente na curva do pescoço, todo o sistema respiratório e cardíaco de Ella estava comprometido. Morte ou conversão eram opções inevitáveis.

     Além de dores no peito e dificuldade para respirar, muitas vezes ela quase não sentia seu corpo de tamanha é a dor da decomposição. O Alpha penetrou os dentes bem fundo até os ossos sentirem uma pressão inconfundível. Quando morrer, seu esqueleto ainda terá, no mínimo, os arranhões da mordida. A toxina estava por todo seu corpo, espalhado pelas artérias e a modificando de dentro para fora. Os órgãos internos estavam se realocando e evoluindo muitas de suas funções incluindo a digestiva.

     Pior era com Victoria com uma mordida no ombro e outra no braço.

     Porém, o maior perigo é a rejeição aos acontecimentos. Ella tem nojo daquela mordida escurecendo dia a dia como uma doença incurável que não pode ser tratada. Mas Victótia, as vezes parece que esquece do que houve apesar da dor e da mudança brusca em seu corpo.

Alpha da SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora