Cap- 02

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Tudo estava calmo. Sereno e calmo quando cheguei em casa. Depois de um longo dia com choros de bebês, e algumas birras de meus pequeninos, está no conforto de meu apartamento, no silêncio, é algo que aprendi a apreciar depois que resolvi me formar em medicina pediatra.

Coloco minha bolsa na mesinha de centro, na sala, e me jogo no enorme sofá. Olhando para o teto e respiro fundo.

Sou muito grata. Por tudo. -penso.
Acreditamos que não somos nós que escolhemos a Pediatria, mas sim a Pediatra é que nos escolhe!

Assim como não é fácil ser mãe ou pai, por mais natural que possa parecer, é complicado ser criança ou adolescente, por mais divertido que possa parecer e é trabalhoso ser Pediatra, por mais simples que possa parecer.

A saúde das crianças e adolescentes merece muita atenção e cuidados, e nós temos um papel fundamental nessa prevenção, manutenção e detecção precoce de agravos

Orientamos e acompanhamos todos os aspectos da saúde – alimentação, vacinas, desenvolvimento, comportamento, prevenção de agravos e de doenças e tratamento de tudo, quando se faz necessário.

A nossa relação com as famílias sempre é pautada na confiança, respeito e transparência.

Me disperso de meus pensamentos e vou em direção ao banheiro do meu quarto. Eu preciso de um banho. Um longo e gostoso banho.
Tiro minhas roupas deixando um rastro de roupas no chão, faço um "coque" no cabelo, e vou em direção ao Box. 

Depois do banho, visto uma camiseta grande e uma calcinha de renda preta. -A melhor parte em morar sozinha, é poder usar o que quiser dentro de casa. Se eu não quiser usar roupa, eu fico pelada e pronto. Eu moro sozinha!.
   Vou em direção a cozinha e preparo um delicioso Risoto de queijo. -Cozinhar é uma de minhas paixões. Eu não tive muita escolha também. Quando meu pai morreu, eu tive que aprender a cozinhar ou eu e minha família passaríamos fome, já que minha mãe estava debilitada.  Pego uma taça de vinho e me dirijo ao sofá. Ligando a TV e colocando na Netflix, How to get away with muder.

Eu aposto que se Thaís, estivesse aqui, ela estaria me chamando de "senhora das cavernas" agora.  -sorrio com o pensamento.

Ela vive pegando no meu pé dizendo:  "Você precisa sair mais" , "Você vai enlouquecer". "Vai curtir" , " Não vai arrumar uma namorada nunca?"...e Blá blá Blá.

Quem vê ela falando assim, pensa que não tenho vida social.  Lógico que já tive diversas namoradas. -Tá, nem tantas. Foram duas.
 
Eu saia para festas com meus amigos na época de faculdade, mas o fato é que me divirto mais sozinha. Eu gosto de ficar no meu cantinho, curtindo minha companhia. Uns me chamam de louca -Sim, Eu falo comigo mesma? Falo. Mas tá tudo certo. Eu me entendo.  loucos são eles em trocar um confortável sofá por uma balada, com várias pessoas se esfregando e se alcoolizando.

Thaís é a mais nova típica "baladeira da família". Ela tem 22 anos agora. Entrou na faculdade ano passado e cursa Pedagogia.
Hétero e muito engraçada. Ela lembra muito meu pai. Tem o sorriso dele, o jeito engraçado e brincalhão de ser. O tom de pele também é o mesmo. Moreno. Igual ao Lucas, que também lembra ao meu velho. O típico sorriso largo e olhos castanhos vivos. Só que ao contrário de Thaís, Lucas é mais Bruto e vive passando a imagem de um homem mau. -Deve ser por conta de sua profissão, mas todos nós sabemos que ele é um banana. Meigo e manhoso.

   Eu sou mais semelhante a dona Fátima Freire. Minha mãe. pele branca, olhos castanhos claros. Lábios carnudos e avermelhados, cabelos lisos e castanhos. Corpo mediano/ampulheta.

A chama do desejo /Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora