O som produzido pelo meu salto de encontro ao piso liso é o único barulho a ser ouvido, as pessoas me observam caminhar em silêncio. Em alguns eu vejo admiração pura e genuína em outros eu vejo inveja, sorriu internamente. Muitos queriam ser como eu, mas nenhum teria esse feito.
Continuo fazendo o meu caminho tranquilamente, eu estava aqui por um motivo. Uma reunião com todos para resolver detalhes bobos, mas algo me dizia que seria tão divertido.
Chego na parte principal do Fundon, todos estão ali incluindo o Victor. Ele faria parte do show final, Pixie me encara como se tivesse acabado de falar sobre mim e mais adiante está minha doce e encantadora irmã. Não resisto a vontade de ir ao seu encontro.
Helena: Olá irmãzinha – ela me fuzila com os olhos – O que? – ri sarcástica – Vai fingir que não me conhece?
Bia: Sabe que não vai ganhar não é? – sua ira essa perceptível – Pode até tentar Helena, mas sabemos que o que você realmente quer você não terá – ela encarou um ponto atrás de mim – Que pena não é?
Ela saiu me deixando sozinha, ao me virar o vejo. Prendo um pouco a respiração, ele me olhava com tanta intensidade e cobiça, sustendo o seu olhar domando as emoções eu não deixaria ele notar o quanto mexe comigo.
Vou para onde está o Victor e ele me segue com o olhar, sinto me nua como de alguma forma ele conseguisse ver por dentro essa armadura que uso para esconder o que sinto. Não era nada justo.
Victor: Tudo bem meu amor? – forcei um sorriso.
Helena: Está tudo ótimo – minto e sinto-me ridícula ao fazer isso, ele não merecia o que eu estava fazendo.
Mesmo que eu não tivesse feito nada, eu deveria por um fim nesse relacionamento, mas algo me impedia e de alguma forma sentia que era obrigada a fazer isso. Não era certo com ele. Victor não merecia.
Pixie: Como todos sabem Laix e Fundon agora é um só – ela dizia com um entusiasmo meio doentio – O show acontecerá em alguns dias, mas falta dizer algo – ela olhou para o Thiago.
Ele observava a todos como se fossemos peça de seu jogo particular, o sorriso que ele deu foi assustadoramente lindo, Thiago não parecia ligar para sua condição física e andava analisando a todos. Ele exalava tanto poder que muitos se sentiam intimidados.
Thiago: Como todos sabem eu estou patrocinando esse grande show e Helena irá fazer a abertura – ele me analisou dos pés a cabeça e percebi Victor ficar tenso ao meu lado – Mas sabem conversando com a Pixie tivemos uma ideia não é?
Pixie: É claro – ela se posicionou adiante de todos – Não será apenas um streaming de comemoração a fusão do Fundon com o Laix.
Thiago: Que tal nos divertimos um pouco? – ele disse diabolicamente – Um contra os outros e quem eu achar exemplar irá fazer parte do meu selo musical – ele riu feliz diante do seu joguinho, seus olhos examinavam a todos e quando ele notou o espírito competitivo de cada um, sorriu convencido – Isso para um sim não é? – ele olhou para Pixie que maneou com a cabeça – Que comecem os jogos.
Fiquei o analisando enquanto ele conversava com a Pixie e mais algumas pessoas, todos cochichavam animados e eu sabia o quanto essa ideia só traria mais comparticipação para todos. Sorrio a diversão tinha chegado.
Victor: Acha isso certo? – o olhei um pouco entediada.
Helena: Acho divertido e interessante – ele parecia não concordar com isso, mas eu não liguei a mínima.
Pixie: Estão dispensados, se divirtam.
Refiro os olhos eu sabia que o teor dessa mini reunião seria perda de tempo, se bem que a parte do jogo seria incrível. Eu não via a hora de ganhar essa da Bia.
Olho para o Victor que está me esperando para irmos embora, faço menção de segui-lo mas paro e estremeço ao escutar o meu nome. Ele sorria de canto e encarava o Victor que ainda esperava.
Thiago: Acho que você não se importaria de esperar a Helena lá fora não é? – ele falava como se o Victor fosse uma criança – Preciso esclarecer algumas pendências – eu ia dizer que não mais o Victor foi mais rápido.
Victor: É claro que não – ele parecia intimidado – Nos vemos daqui a pouco.
Ele saiu deixando-nos sozinhos, Thiago tinha um semblante entediado quando observava o Victor sair. O analisei, ele estava tão charmoso. Apresso-me em tirar essa ideia da minha cabeça, Bia estava certa. Não dava para mudar mais nada e talvez fosse o melhor. Algo dentro de mim gritava dizendo que era para ir a luta e mudar, já a outra parte dizia para mim viver o que já foi desenhado.
Thiago: Esse detalhe parece ser um pouco chato – o olhei brava ele se referia ao Victor – Não diga que estou mentindo, eu notei o quanto você parecia entediada.
Helena: Não fala assim dele – eu não admitiria que ele estava certo, nunca – O que quer?
Ele veio em minha direção, parecia se divertir com a minha irritação, era óbvio que para ele tudo era um jogo, ele queria me conquistar. E por mais que eu queira não cairia em seu jogo.
Thiago: Conversar e bom fazer um comunicado – esperei – Você não fará parte do jogo Helena.
Como?
Senti tanta raiva, ele o que acha que não sou capaz de fazer isso de ganhar essa competição besta? Me aproximo dele a passos rápidos, quando paro em sua frente vejo como seus olhos transmitem calor, era perigoso. Muito perigoso.
Helena: Porque? Acha que eu não sou capaz de ganhar essa sua competição boba – usei toda a minha raiva, meu peito subia e descia.
Thiago: Na verdade eu acho que seria injusto com os outros – olhei sem entender – É brilhante demais Helena, uma artista que está acima de todos.
Era verdade, eu estava acima de todos, Bia ou qualquer um não seria pario para mim. Mas mesmo assim eu queria a satisfação de ver minha irmã perder.
Helena: Não importa, essa sua história de eu estou acima de todos é só uma tática que não vai dar certo.
Ele veio até mim e parou a poucos centímetros de distância, controlo as batidas no meu coração, eu não podia. Do que adiantaria mudar as coisas, tinha o Victor eu não podia fazer isso com ele.
Thiago: Tática para que Helena? – senti seu hálito quente em minha pele – Não sei a que se refere.
Me enfureço, ele achava que iria brincar comigo? Fala sério isso não aconteceria, ninguém brinca com Helena Urquiza.
Helena: A tática para me conquistar – falei direta – Eu sei qual o seu jogo, eu sei o que quer. Mas ninguém brinca comigo e ninguém escutou, ninguém me compra.
Ele começou a rir e eu fiquei ainda mais nervosa, ele era um idiota, um estúpido e ainda sim eu estava complemente...
Irritada, era isso. Só isso.
Mas eu tinha que admitir que sua risada era tão gostosa, como uma bela melodia, se concentra Helena. Não é real, não vai rolar. Você diz querer lutar contra essa história desenhada, mas desistiu na primeira batalha. Eu não o teria em outra história, como também não o teria aqui. Algo me impedia.
Thiago: Ai Helena você é tão engraçada – ele se divertia as minhas custas – Se eu fizer o convite que pretendia você me bateria com minha própria bengala – idiota.
Helena: A resposta é não – falei veemente, não era nem pra estarmos conservando. Eu devia ficar longe.
Thiago: Uma pena, eu gostaria muito de uma artista como você em meu selo musical – ele disse simples – Mas entenda Helena é um convite unicamente para você.
Fiquei boquiaberta, ele só podia estar brincando. Era surreal.
Helena: Não acha que está indo longe demais? – passei a andar de um lado para outro – Me oferecer tudo isso em uma tentativa boba de me conquistar.
Thiago: Assim me ofende Helena – seu olhos brilharam em fúria – Eu sou um homem e não um menino bobo, se te ofereço essa oportunidade é porque acredito que vai chegar mais longe do que já chegou, mas é claro depois que se livrar do detalhe.
Ele parecia estar falando a verdade, mas era difícil de acreditar. Doeria se tudo isso fosse uma brincadeira para ele.
Helena: Eu não sei se posso aceitar – ele deu de ombros.
Thiago: É uma decisão sua, mas como eu disse você é uma artista excepcional e sinceramente eu não preciso me submeter a artimanhas como essas para te conquistar Helena.
Helena: Não? – o desafiei, eu devia parar com isso, mas eu gostava do perigo.
Thiago: Não – ele esboçou um sorriso – Só o meu charme basta.
Foi inevitável cair na risada, ele era uma comédia. Mas sua fisionomia parecia estar certo do dizia, ele era charmoso é claro eu não era nada cega. Seus olhos eram chamativos, sua boca convidativa. Sua voz envolvente, Thiago era um problema, um maravilhoso problema.
Helena: Alguma vez já falaram para você o quanto é convencido?
Thiago: Já ouvi elogios melhores – ele brincava com a sua bengala.
Era inacreditável como ele demonstrava não se importar com isso, qualquer outra pessoa se sentiria péssimo para falar o mínimo. Mas Thiago não, ele tinha em volta de si uma aura poderosa demais para se ligar para esse pequeno fato.