Capítulo 11

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(Capítulo não revisado)

Sakura on:

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Deixo todo o meu lado frágil de lado, estava agindo por impulso, eu podia sentir isso. Pegava algumas mudas de roupa e entregava a Ino, que colocava as mesmas na mala, era como se fossemos uma única máquina que havia sido programada para fazer uma única coisa. Mebuki estava sentada na cama, ela chorava alto, já havia visto aquela cena milhares de vezes, mas nunca iria me acostumar. Naruto abraçava ela, numa tentativa de acalmá-la, o que era em vão. Kakashi entra no cômodo com uma bandeja com uma garrafa d'água e copos, não me importo em perguntar ou me importar se ele havia mexido na cozinha da minha mãe. Ele serve a todos e vem em minha direção me oferecendo o copo com líquido transparente.

-Obrigado, mas estou sem sede.

-Sakura, você está tremendo. Bebe um pouco de água, por favor- Só então percebo como meus lábios e mãos se movem de modo involuntário. Acabo de aceitar seu pedido e deixo a substância gelada descer pela minha garganta.

-Você está bem?- Ele pergunta como se já soubesse a resposta, ele sabia.

Apenas balançou a cabeça positivamente, segurando todo aquele peso que suas palavras simples possuíam, mas sabíamos que não passava de uma máscara, uma mentira. Ouço um soluço vindo de trás de mim, ele estava carregado de uma dor que só eu e minha mãe conhecíamos, em sua resposta, aperto meus olhos, uma mania que desenvolvi quando pequena. Fingia que quando fazia isso nada poderia me atingir. A dor não doía tanto, as palavras pesavam menos, os gritos eram mais baixos.

-Vem - Kakashi olha em meus olhos e apoia sua mão em minhas costas, me permito ser guiada por ele.

Ao chegar no corredor que dava para os outros cômodos do andar de cima, assumo a direção para onde vamos apenas indicando com a cabeça para que me seguisse. Caminho até a única porta branca no fim da passagem, respiro fundo antes de entrar no grande quarto acompanhada do mais velho. Me surpreendo ao ver que o mesmo estava do mesmo jeito que eu havia deixado, mas ainda sim limpo. Penso o quanto minha mãe esperou a minha volta, pois não havia motivos para manter aquele espaço quase intocável.

As paredes brancas traziam uma sensação de claridade ao ambiente junto com a grande sacada que dava para o quintal da casa. O grande guarda roupa de madeira escura, que ainda abrigava algumas peças de roupas minhas, quebrava um pouco da melancolia branca que se instalava ali, embaixo de uma janela menor, que ficava de frente a minha cama, estava meu teclado e ao seu lado, minha escrivaninha, que tinha o mesmo tom de meu ármario.

-Seu antigo quarto?- Kakashi perguntou, deixando a porta encostada atrás de si.

-Sim- Respondo indo em direção à cama de casal que por julgar pelo cheiro de amaciante, estava com os lençóis trocados recentemente. Ele se mantém em pé na porta, observando o grande cômodo.

-Você toca teclado?

-Tocava. Jiraiya trouxe pra mim em um natal que eu pedi um pro "papai noel", mas eu não sabia tocar, convenci minha mãe de me pôr na aula depois de quase ensurdecer ela com as notas desafinadas. - Respondo enquanto vasculho o pequeno criado mudo por pura curiosidade, kakashi apenas ri e vem em minha direção.

-Mas ainda sabe tocar?

-Acho que sim, tem tanto tempo- Dessa vez eu olhava para o instrumento. Sentia falta da sensação que as notas me davam, por muito tempo, aquilo foi meu refúgio.

Querido Eterno AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora