Uma Noiva por acidente - Degustação 👠

Início da degustação 🩺

Luana Miller

Dias atuais

New City

No meu corpo eu sinto uma sensação estranha, como se ele estivesse pesado. Me lembra muito quando eu durmo durante horas após um plantão exaustivo e ainda acordo cansada.

Porém isso não é tudo, mais precisamente na região do quadril, sinto uma dor que me incomoda, mas é suportável.

Na minha mente, lembranças confusas me afligem e ao mesmo tempo que tenho vontade de chorar fico agoniada, pois não consigo de prontidão abrir os olhos.

Muito menos gritar por ajuda.

Um tempo depois, reconheço o som típico de um monitor cardíaco e um cheiro, que lembra muito o de álcool, me faz finalmente voltar à realidade. Contudo, com um pouco de resistência, pois a luz do ambiente dói as minhas vistas.

— O-o que está acontecendo?

A minha voz sai um pouco mais baixa.

Tento verbalizar mais uma vez a pergunta, porém a minha garganta está seca. O que torna o simples ato uma verdadeira maratona.

— Ah, graças a Dio. — No meu campo de visão, vejo uma senhora, ela é dona de expressivos olhos azuis muito lindos, e cabelos loiros. Ela transborda de alegria ao me ver acordada, até mesmo bate palmas. — A minha nora acordou. A mulher do mio figlio acordou, chamem os médicos. Rápido, rápido.

— N-nora? — Verdadeiramente me preocupo com a qualidade das faculdades mentais de quem é tão simpática comigo. — Eu não sou casada. Sequer fiquei noiva.

Será que estou sonhando?

— Ainda não nos conhecemos, Luanitta. — De maneira firme, segura a minha mão direita. — O meu nome é Rose Gazonni. E sobre o seu esquecimento, com certeza as horas internada ainda devem estar te deixando confusa. Só assim para esquecer que é noiva do meu filho. O Dr. Vincenzo Gazonni.

As lembranças vão voltando à tona como uma avalanche de pensamentos.

Lembro-me dos últimos dias que foram mais intensos.

Os momentos vividos por nós dois.

Oh Deus!

Eu me recordo claramente da ocasião que resultou em meu internamento. Eu senti muita falta de ar, fiquei tonta, minhas mãos foram acometidas por um formigamento, os meus batimentos cardíacos ficaram muito acelerados, até que eu perdi os sentidos.

Depois, mesmo fortemente medicada, acordei algumas vezes e fora isso não me lembro de mais nada.

— O-onde está o Vincenzo?

Meu coração acelera só em falar o seu nome.

— Fique calma, por favor. Você teve sintomas muito intensos de um ataque de pânico e agora necessita se controlar. O Vincenzo está bem, encontra-se no quarto ao lado.

Sinto um alívio que não cabe em mim, e saudosa, tento me levantar para procurar por ele, o meu doutor. Necessito abraça-lo, beijar, pedir perdão por conta do ocorrido, entretanto, no exato momento em que consigo me sentar, vejo um anel lindíssimo em minha mão esquerda.

Ele contém uma pedra de diamante enorme contornada por outras menores.

Entretanto ele é demasiadamente assustador, pois não me lembro de ser pedida em casamento.

— D-de quem é esse anel?

Suavemente, Rose acaricia o meu rosto e abre um lindo sorriso.

— Seu, Luanitta. Todo seu.

A sua resposta fica ecoando em meus pensamentos e o quarto começa a girar, e eu sei que a minha pressão está caindo. Talvez por ter me levantado muito rápido.

— C-como assim? Esse anel não pode ser meu.

Levanto a minha mão esquerda na altura dos meus olhos e fico olhando para a peça. Mas a sensação estranha não melhora, volto a fechar os olhos e acaricio as minhas têmporas.

Neste momento, silenciosamente, faço uma prece, pois preciso voltar para a realidade e sair de um sonho sem lógica alguma.

— Chamem os médicos. A minha nora não está bem.

A voz de Rose me tira dos meus devaneios, abro os olhos, vejo mais uma vez o anel que ainda parece mais brilhante, e sem acreditar no que vejo, acabo perdendo os sentidos, como se estivesse caindo em um sono profundo.

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