Depois que meus pais chegaram de Paris, eles tentaram conversar comigo mas eu não conseguia dizer nada além de ficar olhando pra eles impassível.
Recebi alta do hospital e voltamos para a casa da Jessy com o ar pesado...
Helena: Então querida, você quer comer um croissant? Eu trouxe da sua padaria favorita lá perto de casa! - Ela coloca o croissant na minha frente mas eu não reajo e nem a olho nos olhos.
Richard: Vamos filha diga alguma coisa... - Meu pai se agacha em minha frente.
Jessy: Senhor Orleans, o médico nos alertou sobre o trauma que ela sofreu! Ela pode ficar um bom tempo sem falar conosco... - Jessy diz cautelosa para o meu pai.
Lily: Eu sinto muito Senhor e Senhora Orleans... não presumimos que isso iria acontecer!
Helena: Ela gostava mesmo desse garoto não? - Minha mãe senta ao lado de Lily.
Lilly: Sim, ela o amava muito... ele é meu meio irmão, fruto de uma traição do meu pai... - Lily diz envergonhada.
*Barulho Da Campanhia*
Richard: Eu atendo. - Meu pai se levanta indo até a porta.
Cleo: Olá Senhor Orleans! - Cleo diz receosa.
Richard: Pode me chamar de Richard, uma amiga da minha filha é minha amiga também! - Ele tenta sorrir mas falha miseravelmente.
Cleo: Como ela está? - Cleo pergunta baixo.
Lily: Ainda continua como antes... sem dizer e nem comer nada... - Lily passa as mãos no rosto.
Cleo: Eu trouxe uma torta caso ela queira comer.
Vendo eles conversando como se eu fosse algum tipo de psicopata me deixou mais triste ainda, eu me levantei da cadeira e fui a passos lentos ao meu quarto...
Jessy: Você quer ir se deitar S/n? - Jessy corre para o meu lado assim como os outros.
Helena: Do que você precisa ursinha? - Minha mãe diz afagando meu cabelo.
Richard: Você quer que o papai compre algo pra você?
Eu preciso ficar sozinha. - Pela primeira vez em muitos minutos eu falo ainda com a voz trêmula e todos arregalam os olhos e se afastam subitamente.
Helena: Tudo bem! - Minha mãe começa a chorar enquanto meu pai a abraça.
Richard: Fiquei calma amor, nós não perdemos nossa garotinha ainda, iremos salva-la. - Meu pai abraça ainda mais ela.
Assim que entro em meu quarto vou direto para a grande janela que havia uma vista para as montanhas, puxo um pequeno sofá que tinha no quarto pego uma coberta mais umas folhas e canetas pra escrever umas cartas.
Me sento olhando para a paisagem a frente, meus olhos ameaçam derrubar lágrimas de novo, a imagem das palavras que eu disse ao Jake ainda passam pela minha mente me fazendo se sentir culpada.
E a gente ainda não sabia, mas aquele simples "Me chamo Jake" foi o início de uma história que caminhava rumo ao eterno...
Quando chegamos a uma cidade nada faz sentido, memoriza-se o inventário para fins de localização.
A medida que andamos pelas ruas, tudo começa a pentencer-nos.
Bebemos a nossa parte, os nossos passos são a nossa casa e é mais difícil regressar. Os meus questionamentos são silenciosos e por um instante indeterminado parecem sem respostas, o imediatismo me apressa a buscar o quê não depende de mim.
Mas ali estou, aguardando o tempo da vida fazer acontecer e o meu tempo de ser realizado. Sinto sua falta querido Jake, se você soubesse o quanto eu te amo e quê me arrependo amargamente de ter lhe dito aquelas palavras, eu lhe prometo que irei descobrir quem tirou você de mim, e vou mata-la fazendo olhar em meus olhos...
Eu imaginava um futuro com você... mas agora você se foi e me deixou só! Começo a chorar soluçando ainda mais, olho para as minhas mãos e vejo os furos quê causei, por um instante pensei que iria deixar a terra dos vivos mas acabei não deixando...
será que foi você amor? Foi você quem me impediu de morrer? Você não deveria ter feito isso...
A minha vida dali começou a ser a pior coisa do mundo... sentia saudades do Jake todos os dias, recebia visitas dos meus amigos, e meus pais ficaram comigo o processo todo de cura...
Mas o que ninguém sabia é que eu nunca me curei! Mas ficar sem ele foi o pior sentimento... foi uma tortura indestrutível...
Pior sentimento do mundo é perder alguém que você ama, é como estar se afogando e nunca ter nada pra se segurar ou pra respirar, é como não conseguir andar.
Eu não comia, bebia e nem nada, ficava apenas em casa me culpando por tudo oque havia acontecido, o caso da Hannah ainda não tinha sido solucionado o que era um problema pois todos estavam focados em me ajudar e não ajudar a quem realmente importa!
O Jake gostaria de me ver feliz mas eu simplesmente não consigo sorrir com esse sentimento de culpa... toda vez eu penso...
Não romantizam o que te rasga o peito, eu me culpo pela sua morte e eu escrevia cartas todos os dias e deixava embaixo da cama como se fosse uma terapia pra estar perto de você.
Era como se você lesse tudo o que eu expressava nessas cartas, ninguém sabe ao certo o impacto que causamos na vida dos outros.
Carrego trovões em meu peito que ninguém escuta, todo mundo aparece quando a chuva já passou por quê eu permitia isso, eu te amo Jake, eu te amo muito mesmo... Sinto que você pode estar vivo as vezes e ser mais uma das pistas que você sempre faz...
Mas só o tempo dirá se minha intuição estará certa ou não.
Continua...
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I Need You - Duskwood
Mystery / Thriller𝗦/𝗡 𝗢𝗥𝗟𝗘𝗔𝗡𝗦 recebe mensagem de um número desconhecido com o destinatário de Duskwood. Entretanto, é ali que começa uma onda de amedrontamentos e de um romance. Seus pais escondem um segredo que pode ser o desfecho desse mistério e de um de...