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Ela não sabia quanto tempo tinha ficado ali, olhando para o nada e refletindo sobre seus pensamentos tumultuosos, mas só foi despertada quando ouviu o barulho na sua janela

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Ela não sabia quanto tempo tinha ficado ali, olhando para o nada e refletindo sobre seus pensamentos tumultuosos, mas só foi despertada quando ouviu o barulho na sua janela.

Assustada, Antonela ergueu o olhar e estranhou o que via. Seb estava batendo no vidro da sua janela, com um sorrisinho nos lábios e um olhar estranho que a fez franzir a testa.

- Pode abrir para mim? – perguntou ele.

- Por que? – perguntou, levantando-se da sua cadeira.

- Só abra. – Insistiu ele.

Ela soltou um suspiro e foi até a janela, soltou a trava dela e ergueu-a para cima, sentindo o vento entrar com o perfume do rapaz que estava parado na estreita sacada do lado de fora. Seb jogou uma caixa pequena para dentro do quarto e sorriu para Antonela enquanto passava uma perna para dentro da janela, passando o tronco em seguida e, com alguma dificuldade, ele estava de frente para ela dentro do quarto.

- Acho que essa janela encolheu um pouco desde a última vez que fiz isso. – Reclamou ele.

- Já se questionou se talvez não seja você quem cresceu desenfreadamente desde que fez isso pela última vez? – questionou ela, cruzando os braços.

Seb cruzou os braços também e arqueou uma das sobrancelhas loiras.

- Então voltou a me odiar? – perguntou.

Antonela suspirou.

- Já disse que não o odeio. – lembrou a ele. – Na última noite, lembra?

- Ah, sim, e depois a gente se beijou. – Ele sorriu de lado, recostando-se na borda da janela.

- Pois é, as coisas não terminaram bem. – Ela lhe deu as costas e caminhou de volta para a cadeira da sua escrivaninha.

- Está dizendo que eu beijo mal, Tonny? – Seb continuava encarando-a.

Antonela suspirou outra vez, sentindo-se corar.

- Não disse isso.

- Então eu beijo bem. Obrigado, você também não beija nada mal para alguém que nunca fez isso na vida.

Antonela se virou para ele com uma expressão arrogante.

- Quem disse que nunca fiz isso antes?

- Já fez, então? E eu aqui, me sentindo especial e já escolhendo os nomes dos nossos filhos, Tonny... não brinque assim com o coração de um homem. – Ele levou a mão ao peito, fingindo-se ofendido.

Ela o encarava com uma expressão séria, vendo o drama todo de Sebastian.

- Seb, vá para o inferno. – Mandou, fazendo-o rir. – Por que está aqui, Sebastian Hunter?

- Oh, formalidades! Eu amo formalidades, Srta. Evans! – ele caminhou até aquela pequena caixa de papel que tinha jogado para dentro do quarto de Antonela e pegou-a do chão, caminhando para mais perto dela. – Queria ver como você está. E aproveitei para trazer um presente que a minha mãe trouxe da última viagem para a Itália.

Os olhos de Antonela se arregalaram e ela tomou a caixa das mãos de Seb, já rasgando o embrulho para encontrar os melhores chocolates que já provara na sua vida, vindos diretamente da Itália e que ela só provava quando ia na casa do seu tio Joe ou quando Ana Hunter ia para a Itália e trazia aquelas maravilhas para Antonela e as irmãs.

- Opa, opa! – Seb tirou a caixa das mãos dela antes que Antonela pudesse pegar um bombom. – As coisas não funcionam assim. Esse chocolate só pode ser dado para os amigos!

Antonela sorriu para ele o mais amplamente que conseguia.

- Você é o meu melhor amigo, Seb. – Afirmou. – Sempre foi.

Sebastian riu, entregando a caixa para ela de volta e se sentando ao lado de Antonela e a empurrando para o lado para dividirem a mesma cadeira, e ela permitiu isso. Ela abriu a caixa e pegou o primeiro bombom, já deliciando-se com ele.

- Isso é divino! – falou de boca cheia e Seb riu.

- A marquesa vai te dar uma bronca se souber que falou de boca cheia na presença de um pretendente.

- Você não é um pretendente. – Rebateu Antonela, despreocupada, então arregalou os olhos. – Você é um pretendente?

Ele deu de ombros.

- Eu vim lhe visitar em uma tarde, trouxe presentes e estou tentando impressioná-la. – Listou ele nos dedos. – Isso não me classifica como um pretendente?

O coração de Antonela poderia parar. Ele estava mesmo dizendo o que ela achava que ele estava dizendo?

- E onde estão as flores? – ela tentou manter o clima leve, comendo mais um bombom.

- Você é alérgica, isso me faria perder pontos.

Seb levou a mão até a caixa de bombons, mas tomou um tapa antes de pegar qualquer um.

- Ei! – reclamou ele.

- São meus. Você perde pontos por tentar comer a comida que me trouxe. – falou ela, de boca cheia outra vez, e ele riu.

- Somos amigos, Tonny, me dê um bombom vai... – pediu com aquela sua expressão de cãozinho sem dono.

Ela não era capaz de resistir àquela expressão que fazia seu coração bater mais acelerado, então suspirou eu entregou um bombom a ele.

- Apenas um. – Decretou.

Seb comeu em silêncio, acompanhando-a, e Antonela viu antes que pudesse esconder que ele estava estudando seus desenhos perdidos sobre a mesa. Um rubor cobriu as bochechas dela, pois ninguém nunca os tinha visto antes a não ser suas irmãs e sua mãe.

- Você quem os fez? – perguntou Seb, parecendo impressionado.

Antonela assentiu timidamente, engolindo o chocolate.

- Eles são incríveis! – Sebastian começou a passar as folhas, e Antonela não conseguiu sequer se mover depois do elogio dele.

- Desenho todos os vestidos meus e de minhas irmãs. – Contou. – Adoro fazer isso.

Seb se virou para ela com uma expressão curiosa, os olhos verdes muito próximos dos dela para o bem da sanidade de Antonela.

- Por que eu nunca soube sobre isso?

Ela deu de ombros.

- Porque nunca perguntou. – respondeu. – São só uns desenhos, nada importante.

- Não. – Ele negou rapidamente. – Isso aqui é muito mais do que isso. Você tem um dom para isso.

Antonela estava totalmente corada, sem conseguir encarar os olhos dele.

- Obrigada. – Agradeceu. – Eu vou estudar moda ao fim da temporada, em uma escola de verão. Quero trabalhar com isso e talvez abrir meu próprio ateliê no futuro.

Ele assentiu, admirado, enquanto estudava alguns desenhos de trajes masculinos que ela rascunhara também, mas os trajes masculinos eram sempre a mesma coisa e acabava ficando chato para Antonela, já que parecia não ter onde expressar a sua imaginação e criatividade.

- É realmente incrível, Tonny! – repetiu ele, admirado.

Ela sentiu-se tímida de ver alguém que não fosse da sua família vendo aquilo e gostando tanto, mas acabou deixando que Seb continuasse vendo tudo. 

Début em dose triplaOnde histórias criam vida. Descubra agora