O meu coração batia ao ritmo da música que chegava até ao jardim repleto de gente. A noite ainda era uma criança, mas uma grande parte das pessoas já não controlava o que fazia. Havia copos de plástico jazidos por toda a parte, e conseguir chegar à entrada da casa foi uma aventura. Já dentro de casa, eu e a Abi decidimos arrumar as nossas bolsas e casacos num dos quartos. A casa era enorme, e os quartos situavam-se no andar de cima. Chegar ao andar de cima foi mais um desafio que aquela sexta-feira me trouxe. Havia quem já não aguentasse o resto da noite e decidisse ficar deitado no chão. Alguns nem podiam decidir, a falta de sentidos ela própria dava-lhes a oportunidade de passarem a noite no chã. Outros dançavam, alguns estavam a meio de concursos ridículos para saber quem aguenta beber mais.
Quando finalmente alcançamos as escadas, fomos obrigadas a jogar o 'pisa aqui', porque a escadaria estava coberta de copos e outros residuos, e escolher onde pousar o pé era algo complicado. Viam-se casais a engolirem-se por toda a parte. No momento em que chegamos ao corredor, o objetivo era encontrar um quarto vazio e aberto. Não foi tarefa fácil, mas normalmente há sempre um quarto que não é ocupado.
- Viste a Molly-piolhos com aquele pão !?!?! - Abigail fazia questão de utilizar expressões para tudo. Saídas da boca dela, até pareciam ter classe.
Molly foi nossa colega de turma no sétimo ano. Ficou muito conhecida por ser o motivo dos avisos pertinentes que os pais recebiam para controlarem as cabeças dos filhos, em relação a piolhos. Na altura sofreu bastante, mas olhem só, estava com mais sucesso na sua vida amorosa do que eu.
Assenti com a cabeça enquanto observava o quarto em que nos encontrávamos. Não havia sinais de livros. Como pode uma divisão de uma casa não ter livros? Na minha cabeça, isso simplesmente não encaixava. A decoração era moderna, e o quarto era bastante espaçoso. Decidimos voltar para a festa, e lá remeçamos a nossa jornada para chegar ao piso de baixo. Ao observar melhor o que me rodeava, reparei que havia um mini palco, no lado oposto da sala, e agora todos se estavam a movimentar na direção do mesmo.
Rosemary estava no cimo do palco, com os olhos ansiosos que todos se calassem. A música tinha perdido o som, e por isso, lentamente, todos começavam a virar a sua atenção para ela. Ouviam-se algumas queixas, pessoas insatisfeitas com o sucedido.
- Boa noite ! - ela falava como se fosse a Beyoncé num espetáculo. - Gostava de apenas vos apresentar uma pessoa muito especial !
Agora tudo fazia sentido. Ela estava a tomar conta da festa, porque o Isaac era o seu namorado... Nem me tinha lembrado que eles estavam juntos novamente, de outra forma nem tinha posto cá os pés.
- Apresento-vos então, - continuou - o meu amigo de infância, Jonathan Young !
Tudo parou. Na verdade só eu parei. Mas tudo em mim parou. Senti um arrepio repentino.
Não conseguia parar de olha-lo. No meio da confusão era quase impossivel que ele me visse. Jonathan passava os olhos por todos, proavelmente passaram por mim, mas a sala não estava bem iluminada, para além de que eu também mudei fisicamente nos últimos anos.
Sinceramente, não me estava a sentir bem naquele momento. O meu estomago andava às voltas, então decidi ir buscar as minhas tralhas ao andar de cima e ir para casa. Antes disso avisei a Abigail.
- Já queres ir embora? - perguntou, fazendo o beicinho. O famoso beicinho. Só que daquela vez não ia ceder.
- Desculpa, Abi. Eu preciso mesmo de ir para cada, mas não precisas de vir já embora.
- E pensas chegar a casa como? Esqueceste-te que moras no fim do mundo? - que exagerada...
- Eu arranjo-me. Amanhã falámos. - Mal acabei a frase, dirigi-me para o andar de cima do modo mais rápido que consegui. Jonathan ia começar a misturar-se com a multidão em breve, e eu não queria ter um encontro indesejado com ele. Não hoje.
Mais uma vez, foi uma aventura chegar ao andar de cima e sair da casa. O grau de excitação naquela festa era cada vez mais elevado, se quando cheguei à festa aquilo já ia adiantado, imaginem agora.
Já cá fora, deparei-me sem saber como chegar a casa. Estava escuro, óbvio era de noite, mas a iluminação estava fraca, era uma noite ótima para aparecer um maníaco com uma motosserra. Não ia a pé para casa de certeza.
- Evelyn? És tu? - Uma voz algo conhecida surgiu, e virei-me abruptamente para trás quase dando um murro na pessoa que lá se encontrava.
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Uhuhuhuhu quem será? A próxima parte já está escrita, mas podem tentar adivinhar...
Obrigada pelas leituras ! Por favor, se gostam da história cliquem na estrelinha ;)
Aceito comentários construtivos/criticos, não sejam envergonhados !!!
Obrigada mais uma vez ! :*
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Para te encontrar
General FictionNinguém esquece o seu primeiro amor. Evelyn Miller e Jonathan Young não são a exceção. O amor de ambos ficara enterrado, pensavam eles, quando Jonathan é obrigado a mudar de cidade. Anos mais tarde, este volta, e Evelyn não sabe como lidar com a su...