Me and Mrs Styles

Me and Mrs. Jones

Não haviam carros na rua. Não haviam pessoas na rua. Não havia nada na rua. Era isso que Harry pensava enquanto diria entre as ruas de Londres em mais uma madrugada escura e fria. Ele odiava confessar que era algo que costumava fazer muito, mas dessa vez havia algo diferente. Dessa vez, tinha uma jovem deitada no banco de trás de seu carro.

Depois de quinze minutos de enjoo, Mary fingia dormir, pensando o qual trágico seria se ela sem querer vomitasse no carro. Ele virou algumas vezes para conferi-la, pois sabia o quão bêbada ela realmente estava. Harry confirmou isso nas três vezes que ela o chamou de James Dean, ou quando falou que o seu sonho era voar igual a Wendy, mas não queria precisar de um Peter Pan para isso.

— Chegamos — Harry disse enquanto subia as escadas com ela em seu colo.

A casa estava vazia, silenciosa. Anne estava em uma viagem a trabalho, onde só voltaria em algumas horas. As pequenas faixas de luzes que iluminavam as paredes vinham do lindo luar que preenchia o céu. Harry decidiu que era melhor levá-la  para o seu quarto, onde ela poderia deitar em sua banheira e enfim descansar.

— Seu quarto não —  ela protestou assim  que percebeu para onde estava sendo levada. Mary não queria entrar naquele cômodo. Não depois do que seu amigos a disseram.  — Não precisa me levar para dentro, eu te entendo.

Os olhos de Harry transpareciam confusão, então ele a ignorou e entrou mesmo assim, colocando-a sobre sua cama espaçosa.  A cama estava desfeita, ousando até dizer que estava bagunçada, o que se diferia do quarto em si, que parecia ter tudo no lugar.

— Harry —  ela reclamou. —  Estou me sentindo mal. Tudo gira, gira, e gira. Faz parar.

— Não tem o que fazer. Talvez um banho ajude. 

— Faz parar! —  Ela choramingou, quase como um grito.

Em meio ao silencio e a calamidade que estava a mente de Mary naquele momento, ela observou Harry se aproximar e dar um beijo em sua testa.

— Passou? —  Ele perguntou, se afastando e separando algo sobre uma cômoda.  Ela apenas ficou quieta, vendo Harry tirar de uma gaveta uma camisa branca e um short preto.

— A última vez que eu me senti assim, foi quando uma das minhas colegas me deu tanto álcool que eu vomitei tudo na sua piscina. Foi trágico. Lembro de ser obrigada a limpar. — Mary dizia enquanto Harry a entregava as roupas que havia separado. — Agora, me diz como alguém retira vômito de uma piscina? Eu não sei! O que é isso?

— Roupa. A não ser que queira dormir com esse vestido.

— Algum problema com esse vestido?

Os olhares se seguraram por meio segundo, até Mary levantar rapidamente e correr em direção ao banheiro. Batendo os joelhos sobre o chão duro, ela vomitou tudo o que tinha dentro de si na privada. Até jurou ver um pedaço de sua alma descer pela descarga.

Toda bebida tem uma consequência, e a consequência da vez foi vomitar na privada do banheiro de Harry.

Ela escutou o barulho de pés apressados vindo em sua direção, e segundos depois, seus braços foram envolvidos por mãos grandes que a seguravam com força. Ela tentou ignorar o momento em que ele fez carinho em seu braço. Ou quando segurou seus cabelos e assoprou sua nuca com um ar gelado. Quanta bobeira. Ele estava ali para ajudá-la, mas mesmo assim ela pensava mas coisas mais obscenas que ele poderia fazer com ela.

— Desculpa — ela se levantou, em direção a pia. — Não consegui aguentar.

— É melhor vomitar — ele disse, se afastando o suficiente para chegar até a banheira. A torneira foi gentilmente girada, fazendo com que Mary tomasse um susto assim que a água começou a cair.