O Futuro de Konoha

Paternal

Paternal de nyaa_h

O vídeo começa com o brilho da lua cheia iluminando os corredores mórbidos da sala de espera de um hospital, médicos e enfermeiras andando de um lado para o outro de forma agitada apesar de ainda ser uma madrugada

Chame de sexto sentido, mas no momento em que Rasa olhou para o cômodo que ele sabia pertencer ao Hospital Central de Sunagakure ele já sabia sobre o que seria aquele vídeo: o dia do nascimento de Gaara. E ele não se sentia nem um pouco preparado para os segredos que poderiam ser revelados ali

A câmera segue pelos corredores da construção, guiando o telespectador para um lugar específico, e chega até a UTI neonatal, onde o bebê Gaara chorava de doer os pulmões, Rasa se colocando naquele momento ao lado do pequenino ser

- Isso...- Gaara deixou a frase no ar, se sentindo atordoado demais para falar
- Dezenove de janeiro- Rasa confirmou, tendo todo aquele dia cravado em sua memória a ferro- Um pouco depois das três e quarenta da manhã provavelmente
- Provavelmente?- Gaara tinha apenas a intenção de repetir a palavra, mas acabou saindo como uma pergunta
- Foi quando eu perdi a noção do tempo- Rasa explicou

- O que tem dia dezenove de janeiro?- o loiro Uzumaki não entendeu
- É claramente o dia que o Gaara nasceu- Sasuke apontou exasperado
- Vamos ver o Gaara tão pequeno? Isso vai ser legal- Naruto se animou, ignorando como sempre o tom rude do amigo
- É, não- Kakashi foi logo o cortando
- O que? O que você quer dizer com não, Kakashi-sensei?- Naruto exigiu infeliz
- Esse garoto realmente não enxerga o óbvio, não é?- Kakashi suspirou para seus outros dois alunos que estavam ali, que não pareciam muito impressionados- A mãe do Gaara morreu segundos depois que ele nasceu, Naruto. Esse não foi um dia exatamente feliz para ninguém da família
- Oh- Naruto entendeu, baixando a cabeça em desânimo. Ele havia esquecido que essa era uma particularidade infeliz que ele também compartilhava com o ruivo

O homem colocou seus braços dentro dois buracos da incubadora feitos exclusivamente para que os pais pudessem tocar seus filhos recém nascidos sem causar nenhum problema ao sistema imunológico fraco do bebê. Como se conseguisse sentir a presença de seu pai, a criança abriu seus olhos curiosamente revelando duas belas orbes verde-água.

- Ele era muito adorável- Mei ofereceu o Kazekage ao ver como ele olhava desanimado para a tela
- Ele era- Rasa concordou, a mente longe

- Ele era tão pequenininho- Temari sussurrou encantada, seus olhos focados no bebê na tela
- Sim- Kankuro falou brevemente e a loira estranhou o tom, desviando seu olhar para ele apenas para franzir o cenho ao notar a careta
- Qual o problema?- ela questionou confusa
- Você lembra o que aconteceu nesse dia?
- Nosso irmão nasceu?
- Não, com a gente- Kankuro falou exasperado- Eu estava emburrado, lembra? Acordamos por conta de toda a comoção quando a mamãe entrou em trabalho de parto e papai nos deixou com tio Yash pra levar ela ao hospital. Eu fiquei de mau-humor brincando com meus blocos porque estava deixando de ser o mais novo e achava que ser o filho do meio não tinha graça e então tio Yash também estava indo para o hospital, nos largando com Chiyo-baa-sama e eu fiquei absolutamente furioso
- Você deu um chilique, começou a chorar e gritar e a quebrar seus brinquedos- Temari finalmente lembrou do que seu irmão estava falando
- É, e enquanto eu estava sendo o maior dos pirralhos por um motivo idiota, nossa mãe e nosso irmão estavam lutando por suas vidas e apenas um foi capaz de vencer essa batalha- Kankuro continuou amargurado
- Essas coisas não tem nada haver, Kuro- Temari tentou, sentindo seu coração apertar diante da derrota de seu irmãozinho qual ela sempre fez de tudo para proteger- Éramos crianças
- Quando o papai nos contou o que aconteceu com a mamãe, eu perguntei se não podíamos devolver nosso novo irmãozinho e pegar ela de volta!- Kankuro rosnou, tomando o devido cuidado para não deixar Gaara ouvir o que ele dizia, não querendo magoar ainda mais o caçula- Pedi para que ele morresse
- Você não tinha noção do que estava falando- Temari retrucou na mesma hora, as lágrimas enchendo seus olhos- Não pode se culpar
- Por que não? Eu fui horrível com ele a cada oportunidade que tive desde então, e fiz você ser também. Gaara era só um bebê, mas o culpei pela morte da nossa mãe, então por que não posso me culpar agora?- Kankuro suspirou- Eu deveria ter ficado grato apenas por um deles ter ficado vivo
- E eu deveria ter te repreendido cada vez que você destratou Gaara quando éramos pequenos, mas não fiz isso, fiz?!- Temari limpou discretamente as lágrimas que escorriam- Nós dois erramos
- Que bela dupla somos- o marionetista de um sorriso auto-depreciativo
- Pois é- Tema riu mesmo sem achar graça- Mas estamos nessa juntos. E vamos arrumar a bagunça que fizemos juntos
- Juntos- Kankuro repetiu, usando seu mindinho para puxar o da irmã e então entrelaça-los, selando a promessa