Akira olhava para aqueles tons de laranja e roxo que acabara de pincelar na tela a sua frente. Buscava a cor que faltava, a cor que iria dar um toque final na sua obra. Hesitante, molhou o pincel no verde mas logo o botou no pote com água, retirando o verde das cerdas e voltando a olhar para tudo aquilo.
— Vai ficar mais quanto tempo olhando para uma tela Rosalía? — disse seu pai Miguel com uma caneca de café nas mãos — Daqui a pouco as tintas vão secar e você não vai botar mais nenhuma cor.
— Eu estou tentando achar a cor certa pra colocar bem aqui — aponta com o cabo do pincel para a tela — mas não consigo. Sempre quando molho o pincel acabo desistindo no meio do caminho.
— Você já tentou roxo pastel? — ele fica ao lado da filha observando a pintura.
— Sim e não deu certo — ela olha para o casaco de Miguel e fica um tempo em silêncio — acho que eu já sei.
Ela molha o pincel na tinta vermelha escura e passa na tela fazendo movimentos leves. Depois de alguns minutos, Akira dá passos para trás e abre um sorriso de satisfação.
— Era isso! Era essa cor que faltava! Como você sabia que eu precisava do vermelho escuro? — bota o godê e o pincel sobre a mesa.
— Eu tenho um dom sabe? — Miguel bebe o café e solta uma piscadela em direção a sua filha — vem almoçar, sua mãe já fez a comida.
— Já vou descer, deixa só eu acabar aqui que eu vou comer. — Akira pega o godê, o pincel e volta a olhar pra tela.
— Depois você termina Rosalía. Sua mãe fica uma fera quando você demora a comer — ele abre a porta do quarto e fica encostado — vamos?
— Só porque preciso de energia... E porque hoje é sopa — ela bota as coisas na mesa e passa pela porta — vou só lavar minhas mãos.
— Não demora muito mocinha.
Akira observa Miguel descendo as escadas até sua silhueta desaparecer. A garota volta para o quarto e dá uma última olhada na sua pintura. Sorrindo de felicidade, ela fecha a porta e se direciona ao banheiro para lavar as mãos e depois ir almoçar.
•Mais Tarde•
A luz fraca do pôr do sol entrava pela janela do quarto de Akira, deixando um ar de aconchego naquele dia de frio. Estava na época do inverno, entretanto, muitas pessoas saíam para passear no parque ou andar pela praia. Akira era uma dessas pessoas. Seus passeios no inverno eram cada vez mais constantes, estando sozinha, com amigos ou com seus pais, a paisagem lhe dava ideias para novos quadros.
— Não poderei ir, acredita? — a garota estava deitada na cama com o celular perto do ouvido — estou cheia de trabalhos para fazer da escola. Não podemos marcar para outro dia?... Eu sei que já remarcamos umas cinco vezes mas é que estou muito enrolada Aika... Prometo que da próxima vez não irei faltar ok?... Sábado às 18:00? Ótimo! Pode deixar que estarei aí... Até mais... — ela desliga o celular e o joga sobre o travesseiro.
— Desmarcou denovo? — sua mãe entra — Já está na hora de você começar a cumprir com sua promessas Akira. Não quero filha minha passando promessas para trás.
— Eu sei que tenho promessas a cumprir PORÉM, esse compromisso foi algo que eu aceitei para não ser chata! — Ela senta na cama e chama a mãe — Aika quer me apresentar alguém mas eu não estou com vontade de conhecer ninguém no momento. Prefiro sair com pessoas que conheço sabe?
— Entendo mas... Continua sendo uma promessa Akira. Era mais fácil você ter recusado do que prometido para Aika algo que não quer. — a mãe dela se levanta e vai até a porta — você marcou que horas?
— Era para ser hoje às 18:00 porém remarquei para sábado.
— Liga para Aika e fala que você vai hoje. É melhor resolver logo isso do que ficar adiando.
— Mas mãe!
— Sem pirraça Akira. — ela abre a porta — você não começou? Agora termina — ela olha para a tela do celular — são 17:30 da tarde. Se você for para o banho correndo dá tempo de chegar lá pelo menos umas 18:15.
— Tá bom, tá bom...
A mãe dela sai e fecha a porta. Akira levanta com andar desanimado e se dirige ao banheiro para tomar um banho.
Depois de alguns minutos, a garota volta para o quarto e procura uma roupa. Akira bota uma calça moletom mais quente, uma blusa de manga comprida, um moletom e um coturno de cor vinho. Ela pega seus pertences, fecha a porta do quarto e desce as escadas.
— Estou saindo. Se precisarem falar comigo é só me ligar ou mandar uma mensagem. — ela procura o guarda-chuva — algum de vocês viu meu guarda-chuva verde?
— Não está aí no suporte? — sua mãe anda até ela e pega o objeto — vou te levar no oftalmologista.
— Não posso fazer nada se quando me criaram a benção de achar as coisas não veio para mim — a garota ri e sua mãe a acompanha.
— Traga um pouco de alga para mim na volta? Vou fazer Temaki mais tarde mas a alga acabou — ela entrega o dinheiro para Akira.
— Eu compro na conveniência aqui do bairro mesmo?
— Não, a alga que vende aqui é de marca ruim. Como você vai em Harajuku, compre em alguma loja de lá, normalmente tem mais variedade.
— Ok... — Akira procura seu cartão de metrô — eu sempre perco is...
— Está procurando isso? — sua mãe estende o cartão.
— ...Obrigada — ela pega e abre a porta — prometo que não demoro.
Ela sai e se dirige para o metrô.
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Akira Rosalía
Teen Fiction°•°•°•°•°•°•°•Descrição •°•°•°•°•°•°•°•° Akira Rosalía é uma jovem sagitariana de 18 anos que mora com seu pai Miguel e sua mãe Mahina em Tóquio, no Japão. Akira, com suas pinturas e sonhos, gosta de viver e aproveitar os momentos, sendo com sua ami...