A Tarde no Museu (primeira parte)

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Os dias se passaram rapidamente e Akira, como sempre, estava no seu quarto lendo um livro com Lulu em sua cama quando recebeu um telefonema. Ela pegou o celular que estava sobre o móvel do lado de sua cama e percebeu que o número era desconhecido. Akira não tinha o costume de atender esse tipo de ligação pois quase sempre ela atendia e a outra pessoa desligava. Dessa vez ela resolveu atender mas com um pensamento de que iria falar uma poucas e boas para aquela pessoa.

— Alô? Será que poderia por favor para de ligar? Toda vez é isso! — do outro lado houve um silêncio porém logo depois uma voz familiar — Sim sou eu... Desculpe mas não estou me lembrando de você... Meu pai? Vou chamar ele.

A garota sai de seu quarto, vai até o escritório de seu pai dá leves batidas na porta que logo é respondida com um "entre".

— Oi pai, desculpe atrapalhar. Tem uma pessoa pedindo para falar com você.

— Disse o nome?

— Emi. Falou que é uma colega de trabalho — ela se aproxima da mesa e estende o celular — achei estranho pois disse que me conhece mas eu não estou lembrada de alguém com esse nome.

Miguel, que expressava um ar pensativo, desmancha para um olhar de espanto assim que ouve o nome. Ele pega o celular e faz sinal para a filha se retirar do local.

— Depois me devolve o celular.

Ela sai e fecha a porta mas ainda fica por uns minutos ali em uma tentativa de ouvir seu pai.

— O que você tem na cabeça? Disse para não ligar pelo número da minha filha — um breve silêncio — elas não vão saber porque você não vai contar... Não ouse ligar mais uma vez pelo número da Rosalía... Deixe ela fora disso. Você fala comigo, pelo meu número! — ele desliga o celular e começa a caminhar em direção a porta.

Akira corre para o quarto novamente mas acaba tropeçando em Lulu fazendo a mesma cair no chão. Atrás dela surge seu pai que a olha confuso.

— Por que você está no chão Akira? — ele estende a mão e ajuda a garota a levantar — se machucou?

— Eu tô bem. Fui pegar meu cavalete atrás da porta e acabei tropeçando na Lulu — ela pega a gata e força um leve sorriso — preciso tomar mais cuidado com ela... E comigo também.

— Entendi... Bom, aqui está o seu celular — ele entrega o aparelho para Akira e se vira.

— Quem era?

— Colega de trabalho. Ela perguntou sobre um relatório que precisaremos fazer — ele passa a mão pela nuca — vou indo porque preciso terminar algumas coisas.

— Ok...

Seu pai sai e Akira fecha a porta. A garota bota Lulu no chão e senta na cama com uma expressão pensativa e confusa. Quem era aquela Emi? Akira conhecia mesmo ela? Por que aquilo estava tão estranho? Essas eram algumas das milhares de perguntas que rodeavam a mente de Akira. Determinada, a garota resolve ir mais a fundo sobre. Ela pega o notebook e procura o nome nas redes sociais, no Google e em outros possíveis lugares.

— Achei Lulu! — ela clica na foto — Emi Harumi, 34 anos e trabalha na mesma empresa do meu pai. Ela mora em outra parte de Tóquio, parece ser em Ueno, perto de Asakusa... — ela faz uma pausa e analisa as informações por uns minutos — por que uma pessoa de Ueno trabalharia em um lugar tão longe de casa?

Akira RosalíaOnde histórias criam vida. Descubra agora