Capítulo nove

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Bobeira. Claramente eu não vou pensar nisso somente "se por ventura". Penso nisso o tempo todo. Tudo me lembra ela.
Um dia, eu vi a avó dela comprando pão na padaria da minha rua. Eu tava sentada na calçada vendo o movimento retilíneo dos carros. Dei apenas um tchau, não queria conversar. Estava tranquila na minha. Mas ela veio me abraçar e falar comigo. Cumprimentou-me e perguntou se eu tinha notícias de Malu. Eu fiquei "ué?" e ela percebeu, e então contou que ela foi pro rio de janeiro com seu pai, mas decidiu que queria fazer intercâmbio para o Canadá e está lá nesse exato momento. Porém ela não sabia do que eu sabia. (óbvio ne?). Falei que não tinha notícias e dei a desculpa que minha tia já queria que eu entrasse em casa. Dei tchau e entrei.
Era estranho como tudo me lembrava ela. Seu sorriso radiante estava até no reflexo do porcelanato da jarra de suco de tia Jane. Acho que com a carta, de alguma forma, eu percebi que tava tudo bem eu sentir isso pela minha melhor amiga, e talvez por isso esteja me permitindo me entender e sentir mais.

Um diaWhere stories live. Discover now