Nota: (1) – Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling. Toda a trama desta história é baseada na incrível obra de S.J. Watson, que, obviamente, também não me pertence. Porém, a causa da amnésia de Harry e o final desta história serão completamente diferentes do livro de Watson. Essa história não possui nenhum fim lucrativo, é pura diversão.
(2) – Essa história contém relacionamento Homem x Homem e sexo explícito entre os personagens, se você não gosta ou se sente ofendido, é muito simples: não leia.-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
Harry entra no banheiro. Ele já é um homem, diz a si mesmo. Adulto. Tem um marido. Que ele ama e que o ama de volta, pelo menos segundo as palavras de Tom. Ele se lembra dos toques sobre o seu corpo naquela manhã e uma sensação de ansiedade toma conta dele. Ele havia gostado? Seu corpo, ao final do ato, dissera que sim, mas sua mente, o desespero, a ansiedade e a sensação de invasão sempre presentes diziam que não. Harry dá descarga e tira as calças, as meias e a cueca. Senta na borda da banheira. Seu corpo lhe parece estranho, magro e suave, pequenas cicatrizes e hematomas que lhe eram desconhecidos. Como poderia ficar feliz em entrega-lo a outra pessoa quando ele mesmo não o reconhecia?
Instantes depois, Harry saiu do banho, se vestiu e desceu as escadas. Olhou para o quadro de avisos que Tom lhe mostrara esta manhã, antes de sair para o trabalho. Embaixo da palavra "quinta-feira", destacava-se: "Fazer as malas". "Viagem de férias no final de semana". "Roupas leves - Praia". Embaixo da palavra almoço, Tom anotou que havia risoto no congelador e acrescentou "Salada". A última anotação era que ele chegaria até às 18h para viajarem antes de anoitecer. Harry odiava como sua vida parecia perfeitamente controlada por outra pessoa, mas, mesmo assim, a sensação de angústia em seu estômago lhe parecia ser por outro motivo. Ele apenas não sabia qual. E se perguntava se um dia descobriria, se um dia essa sensação o deixaria.
Quando o telefone tocou, ele deu um pulo.
Imediatamente, um nome veio a sua mente: Tom.
- Alô? – disse devagar. Um medo inexplicável percorria sua espinha.
- Olá Harry, é o Dr. Malfoy.
Draco Mlafoy, Harry descobriu depois de alguns instantes, era o médico com quem ele se consultava às escondidas, quem lhe telefonava todas às manhã e lhe contava sobre o diário sob o colchão.
- Seu diário sumiu – explicou o médico – Ainda não descobrimos como, mas agora você tem um caderno de anotações.
- Sim, acabei de achá-lo – disse Harry, o telefone apoiado no ombro e na orelha, enquanto folheava as páginas desconhecidas que, no entanto, mostravam-se o único meio confiável para acesso à sua memória, à sua vida.
Os próximos vinte minutos foram, ao mesmo tempo, revigorantes e desesperadores para Harry. Ele descobriu todos os detalhes que Tom habilmente ocultou ao apresentá-lo à sua própria vida naquela manhã: David. Hermione. Draco. Contudo, em momento algum ele estaria preparado para ler aquela última parte.
- Harry, você está bem? – perguntou Draco, que havia permanecido em silêncio, apenas fornecendo pequenos comentários e explicações para questões que Harry levantava durante a leitura. Mas, ao notá-lo tão silencioso, um medo repentino o assolou – Harry, fale comigo, por favor.
- Ele está...
Draco, no entanto, mal pôde ouvir o sussurro.
- Harry, fale comigo.
- Ele...
- Harry!
- Ele está me drogando.
Harry não podia acreditar no que acabara de ler. Não queria acreditar. Mas não havia outra explicação. Depressa, ele seguiu para a cozinha, abriu o armário sob a pia e começou a tatear seu interior. Ao telefone, Draco o chamava, preocupado:
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Amnésia
Mystery / ThrillerDia após dia, Harry desperta sem saber onde está. Seu marido, Tom, é um estranho que todos os dias o recorda de sua vida juntos e do misterioso acidente que fez com que Harry tivesse amnésia. Encorajado pelo Dr. Malfoy, ele começa a escrever um diár...