Passato

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Amsterdã

Um mês se passou desde que Alejandro havia alertado Camila sobre as situações da Cosa Nostra e ainda não haviam ouvido sobre nenhum outro movimento de Don Jauregui.

Camila sabia que o silêncio era um péssimo sinal e se preocupava com a segurança de seu pai e dela mesma.

Eram quase 23 horas. A morena estava lavando parte da louça e Dinah estava na cozinha iniciando as preparações para o dia seguinte. Uma música suave ecoava pelas caixas do local. Era uma noite calma, o último cliente havia saído há pouco mais de uma hora e os próximos só começariam a aparecer por volta das três da manhã.

Camila assobiava no ritmo da música enquanto fazia seu trabalho.

A porta se abriu e o sino ressoou pelo ambiente, fazendo com que a morena quase derrubasse o copo em suas mãos. Camila sentiu o ar deixando seus pulmões e sua mão foi instintivamente repousar na pistola que escondia embaixo do avental.

Don Jauregui em seu inconfundível sobretudo verde estava no local. A mulher entrou sozinha e se acomodou em uma mesa ao fundo.

Camila sentiu uma gota de suor escorrer em sua testa enquanto encarava a mulher. Não estava preparada.

Don Jauregui folheou o cardápio e levantou o olhar, encontrando os olhos de Camila. A mulher levantou a mão e acenou timidamente para que Camila fosse até sua mesa.

Nem parecia que era uma assassina.

Mas se estava agindo daquela maneira, talvez ela não soubesse, ainda.

Camila respirou fundo e capturou o pequeno caderno no bolso de seu avental enquanto fazia o caminho até a mesa.

Buona notte. – Don Jauregui saudou em um perfeito italiano. – Gostaria de um Baguette di pepperoni e um copo de whiskey, com gelo, por gentileza. – Complementou em holandês.

Camila anotava o pedido calmamente, sem olhar a mulher nos olhos.

– Eu te conheço de algum lugar? – A mulher pronunciou e Camila levantou o olhar sentindo um arrepio passar por seu corpo.

Eu acredito que não, senhorita... – Sorriu timidamente. – Com licença, já retornarei com seu pedido.

Camila se dirigiu a cozinha e informou a Dinah que havia um cliente no local. A loira capturou o pedido das mãos de Camila e iniciou o processo de preparação da refeição. Camila fez o caminho de volta ao balcão e capturou dois copos. Encheu um deles com gelo e o outro com o whiskey mais caro que tinha no estoque.

Posicionou os copos no balcão e coletou o prato com o baguette preparado por Dinah. Após acomodar tudo em uma bandeja, a morena caminhou até a mesa da outra mulher.

Grazie. – Camila posicionou o prato e os copos na mesa e acenou a cabeça para Don Jauregui antes de retornar para trás do balcão. Suas mãos suavam frio e sua garganta começava a ficar sufocada pelo uniforme.

Camila bebeu um pouco de água e continuou a lavar a louça enquanto assistia a mulher terminar de comer.

Novamente, a mulher acenou para Camila e solicitou a conta. A morena pegou uma das máquinas de cartão e se dirigiu a mesa de Don Jauregui.

35, senhorita. – A mulher encarou os olhos de Camila, estudando cada detalhe.

Perfeito. – Don Jauregui mexeu em sua bolsa e Camila sentiu seu corpo ficar tenso com as possibilidades do que poderia acontecer. A mulher retirou um cartão da bolsa e aproximou da máquina enquanto continuava a observar as feições de Camila.

Toxic LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora