Capítulo 6 - Dancing with the devil

485 24 22
                                    



__________________________________
𝕋𝕣𝕒𝕟𝕤𝕗𝕠𝕣𝕞𝕖 𝕒 𝕕𝕠𝕣 𝕖𝕞 𝕡𝕠𝕕𝕖𝕣. - 𝔻𝕖𝕤𝕔𝕠𝕟𝕙𝕖𝕔𝕚𝕕𝕠
__________________________________
666: aviso de negatividade, necessidade de retornar a origem e de retomar o foco.
__________________________________
Alter Ego: se trata da personificação de outra identidade fictícia e distinta da nossa personalidade padrão.
__________________________________

It's just a little red wine
I'll be fine
Not like I wanna do this every night


O barulho dos saltos ecoando chamava a atenção de qualquer um que passavam por aquele corredor. Levantaram seu olhar para encontrar seus frios olhos verdes e rapidamente a reconheciam dos anos, nos quais ela era a "queridinha" da agência.

Se lembrava de alguns daqueles rostos na mesma medida que sentia falta de outros. Gabriel Garko e Massimiliano Morra, ambos relacionamentos falsos que havia sido obrigada a aceitar, há meses já podiam se dizer livres das manipulações daquele grupo odioso. E em alguns minutos, ela esperava poder dizer o mesmo sobre si.

Muitos a encaravam com expectativa para que voltasse e outros com indiferença pelo prejuízo que ela vinha trazendo para a empresa. Alguns esperavam que ela fosse demitida de uma vez, o que a fez sorrir.
Se eles se quer soubessem o que recairia sobre suas cabeças...

Adua Del Vesco não se permitiu divagar mais do que o necessário. Não poderia ousar pensar em perder o foco. Não naquele momento, não com tudo que estava prestes a acontecer.

O corredor era reto e completamente branco com espaçadas e com portas de madeira de ambos os lados, as quais eram enumeradas de modo que as com números pares se encontrassem no lado esquerdo e os ímpares do lado direito. A atriz sempre riu dessa simbologia, sempre riu da maioria das simbologias que surgiram em sua vida, havendo pouquíssimas exceções.

Em um ponto de sua caminhada, ergueu o olhar discretamente para uma câmera presa ao teto e assentiu de maneira imperceptível para Píer, Giulia e Giusepe — um dos homens de maior confiança da modelo italiana e que foi contratado para se infiltrar na agência e garantir que tudo ocorresse bem durante a execução daquele plano— que naquele momento estavam na sala de monitoramento, observando todos os seus passos.

A voz de Giulia soou em um pequeno aparelho, semelhante a um brinco, preso a sua orelha:

Estamos com você. Não se preocupe, estamos com você. - A voz da amiga a acalmou no entanto ela se manteve em seu papel.

Adua parou em frente à porta numerada 666, o número da besta, a qual se localizava no final do corredor. Segurou a vontade de revirar os olhos com a ironia da situação e deu duas batidas cordiais antes de sua entrada ser autorizada.

A sala continha uma mesa de madeira escura, algumas prateleiras com livros grossos e um sofá no qual, estava sentando Andrea Zenga, que também estava totalmente inteirado do plano mesmo que sua atuação não fosse tão profissional quando a dela.

— Quanto tempo, Adua. - Ela por fim os encarou: os Engravatados. Três homens de idades distintas embora acreditasse que o mais novo teria algo em volta dos quarenta anos e o mais velho e do trio, por volta de sessenta. O último era o mais temido e o chefe da agência que ela estava tentando destruir. Não só pelo que haviam feito a si, mas também para impedir que outra pessoa, outra menina, passasse pelo que foi imposto a si.

— Quanto tempo. - Limitou-se a responder em um tom neutro enquanto apertava imperceptivelmente suas unhas na palma da mão. Seus amigos perceberam o ato pela pequena câmera implantada em um dos livros da prateleira:

𝐁𝐚𝐥𝐥𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐢𝐥 𝐝𝐢𝐚𝐯𝐨𝐥𝐨 • 𝐑𝐨𝐬𝐦𝐞𝐥𝐥𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora