Capítulo 6

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POV George 


O que... aconteceu? Assim que eu entrei no castelo, fui direto para o meu quarto, me joguei em minha cama e fiquei encarando o teto de forma pensativa. Eu não fiz isso, então quem teria feito? E depois de pensar muito, uma luz se acendeu. 

- Nick! - grito o mais alto e logo uma batida na porta - eu preciso falar com você. 

- Teve sorte que eu estava passando aqui por perto - ele fala e se aproxima - do que precisa, majestade?

- Você veio de Aurum, né? - pergunto indo direto ao ponto. 

- Eu... - ele me encara com um olhar perdido - sim, eu vim de lá.

- Me diga, ele já matou alguém da família? 

- Bem, há boatos que foi ele quem matou sua esposa e o filho mais novo - ele responde. Sinto uma tontura repentina. Então aquele miserável matou Rosé para não nos casarmos. 

- Nick, se ele quer guerra... ele terá guerra - digo com a voz firme - mas não quero que ninguém se prejudique, então será algo entre eu e um certo alguém. 

- Senhor, você sabe sobre Clay? - Nick pergunta e eu o encaro. 

- Parcialmente, sei quais são seus objetivos - respondo e vejo Nick sorrir com um olhar triste. 

- Ele... não merece sofrer mais, majestade - ele ergue os olhos para a janela a sua frente - Clay é muito forte, mas se torna fraco e submisso quando se trata de Arany. Ele tem uma  espécie de selo que faz aquele rei ter domínio sobre suas vontades próprias.

- Espera, é sério? - pergunto. Então Clay realmente não é uma pessoa má... - traga ele para cá, agora. 

- Sim senhor - Nick sai do meu quarto e eu fico olhando para a igreja daqui, a minha visão era um pouco limitada, mas ainda dava para ver a confusão que se tornou, havia chamado tanta atenção que até magos estavam ali para ver. E acredite, é bem raro eles saírem de suas casas. 

 Tempos se passaram, e nada de Clay ou Nick voltarem, até que ouço batidas na porta. Permito a entrada e vejo a feição exausta de Nick. 

- Majestade, Clay sumiu - ele fala e sinto um nó na garganta. Minhas pernas bambeiam e sinto minha visão ficar turva. Ele está nas mãos de Arany, e eu não pude fazer nada, fui um covarde e sai correndo de lá... 

- Prepare um cavalo, eu vou sair - recupero-me o mais rápido que consigo e saio correndo em direção a torre mais alta. Chegando ao topo, vejo a porta já aberta, entro e vejo Bad em sua forma humana sentado com os pés para fora da janela. 

- O amor é bem complicado, né? - ele fala sem nem ao menos me olhar - somos muito parecidos, George. 

- Bad, você pode me ajudar? - mesmo que eu não goste de o interromper, eu preciso urgentemente sair dali com ele.

- Eu estou morrendo, George - ele fala e vira seu rosto para mim. Eu fico estático. Bad sempre foi  muito forte, ver seus olhos cheios de lágrimas, me fazia sentir mal. 

- Do que está falando, Bad? Você sabe que esse tipo de brincadeira não é engraçada! - exclamo e ele apenas sorri e volta seu olhar para a paisagem a sua frente.

- George... eu não vou poder viver com quem eu amo - ele continua - então, cuide de quem você ama. Faça de tudo para ficar com ele, okay?

- Bad... quanto tempo que você ainda tem? - pergunto. 

- Duas semanas, mas vou passar elas em outro lugar - ele fala e pega em minha mão - agora vai lá atrás de Clay, eu vou partir sem aviso prévio, então... obrigado por sempre ter sido meu amigo. 

Entre Guerras - DreamnotfoundOnde histórias criam vida. Descubra agora