Músicas citadas:
• Audioslave - Like a Stone
• Guns N' Roses - Sweet Child O' Mine
• Bad To The Bone - George Thorogood & The DestroyersSurpresa! Trago um long oneshot de jikook + uma garota muito sortuda para vocês (famoso ménage a trois)!
Vendo aquele tanto de tattoo cobrindo o braço do Jeon e os piercings + as tatuagens do Jimin eu tive que escrever sobre isso para não surtar de vez! Kkkkkkkkk
Por conta da vibe da fanfic, usei uma linguagem sem filtros, tá certo? Bastante explícito e direto! Caso não curta este tipo de conteúdo, saiba que está convidado a se retirar ;)
Capa linda por @csomicponyA luva preta estava coberta de suor. A tatuadora passou as últimas três horas fazendo o contorno de uma gueixa nas costelas de uma de suas clientes mais frequentes. As duas se tornaram grandes amigas naquele estúdio. Toda vez que a garota ria, a tatuadora tinha de afastar a maquininha. Já imaginou riscar o rosto da moça japonesa, ou então sombrear fora das cerejeiras? Erros assim nunca ocorriam quando era Sydney que estava com a agulha na mão.
— Prontinho, gatona. — Ela limpa o excesso de tinta e retira a luva, colocando uma telinha transparente com todo cuidado ao redor da tatuagem. A máscara ainda a sufocando. — As regrinhas de recuperação você já sabe. Molezinha, molezinha. Nada de tomar Sol, nada de banhos quentes, manter o plasticozinho durante uma semana, só então passar hidratante.
Sydney ajudou a cliente a levantar e trouxe um espelho comprido. O sorriso dela dizia que valeu cada won que gastou. Respirou só agora que retirou o tecido cobrindo sua boca e nariz.
— Curtiu?
— Você arrasou como sempre, minha Deusa.
Sydney sorri de lado. A mulher continua admirando a nova marca no seu corpo e então indaga:
— Nada de pomada?
— Eu recomendo somente se der infecção, mas isso depende de você. Sabe que esterilizamos tudo aqui na Jeykey's Tattoo Studio. E também vai de pele para pele. Se faz questão, eu posso escrever num papelzinho para você. Tem uma farmácia atravessando a rua.
— Acho que não. Confio em você, Syd.
— Show! — Fizeram um toquinho especial e depois a guiou para a saída. — Obrigada por hoje!
— Obrigada você! Tchau!
Fechou a porta transparente, encarando a placa de aberto piscando sua luz vermelha escandalosa. Voltou-se para o ambiente interno, tendo calafrios e indo procurar o controle do ar-condicionado. Detestava aquele equipamento climático, pois o frio a remetia à morte. Desligou, suspirando e se apoiando no balcão. Estava exausta, as mãos ainda tremendo por conta da vibração da máquina.
Ser tatuadora não era bem o emprego dos sonhos de Sydney, cujo nome verdadeiro ninguém conhecia. Assistiu um filme de um peixinho com agenesia da nadadeira esquerda quando era criança, pegando dessa única boa memória da infância o nome do município citado como identidade. Seus geradores, uns drogados de merda, colocaram-na no mundo para sofrer. Fugiu de casa aos 11, meteu-se em enrascadas, foi parar na cadeia aos dezessete porque foi pega apontando uma arma para um zé ruela que a devia. Foi solta, pois descobriram que era falsa e recomendaram um reformatório juvenil, mas no dia seguinte ela se mandou do subúrbio e se aventurou na grande cidade de Daegu. Nunca chegou a passar fome, garota esperta. Clonava todo e qualquer cartão de crédito que passasse em suas mãos e, como trabalhava em lanchonetes, eram muitos.
Noutro dia, indo fazer um saque no banco numa das contas hackeadas, avistou uma possível vítima. Um cara todo de preto estava conferindo no seu celular sua senha, a luminosidade no máximo possibilitando a garota decorar cada número. Saiu da fila, jogando nas costas dele o café que tomava.
"Como sou desastrada! É melhor tirar essa jaqueta..."
Tateou nos bolsos enquanto fingia que o ajudava, pegando o cartão sem ele notar e sorrindo malévola.
"O que está fazendo? Me larga, garota!"
Pediu desculpa mil vezes, saindo de fininho. Foi logo arrumar algo para comer e o cavalheirismo estaria presente, já que ele pagaria a conta.
Na cafeteria, pediu um expresso, um croissant, uma fatia de torta de limão e uma água com gás. Faria a festa! Com o cartão na máquina, estremeceu com a mão cheia de anéis que surgiu detrás dela e digitou a senha.
"A torta você pediu para mim, foi, amor? Eu amo tudo que é azedo. Realmente me conhece bem.", aquela voz máscula pertencia ao cara que ela ia sacanear e que levava a outra mão pretensiosamente bem presa na cinturinha dela.
"Que lindo casal!", a moça do balcão disse.
Os dois foram se sentar na mesa de canto, ela pálida, morrendo de medo de ser denunciada. Mas o que aconteceu foi que ele estendeu os anéis de caveira e ela devolveu o maldito cartão. Ele guardou no seu bolso, assumindo uma postura amedrontadora, mirando cada parte do rostinho iluminado pela luz fraca na sua frente. O ventilador de teto da espelunca fazendo um barulho horrendo.
Ela também observou que ele era como ela, um cara simples que passou por tempos difíceis, marcando em todo o seu braço direito desenhos negros de significados diversos. Provavelmente os gritos abafados de seu passado obscuro.
"Você vai trabalhar pra mim a partir de agora. Ou é isso, ou eu faço uma ligação para a polícia.", a colocou contra a parede, entortando a cabeça para a avaliar. A expressão surpresa da garota quase um metro menor que ele, uma quase anã, fez sua carranca melhorar consideravelmente. "De onde você é? Esses olhos de cigana não são comuns por aqui."
Sydney permaneceu calada, em parte com medo, em parte anestesiada. Não o conhecia, não sabia bem qual era sua laia e nem onde esse trabalho a levaria. Parou de refletir quando o pedido chegou, mas ele afastou a bandeja das mãozinhas famintas dela, continuando com aquele queixo meio elevado e metido, maquiavélico o safado.
"Quer um pouco? Começa a falar. Estou de muito bom humor hoje, você teve sorte. Se fosse uma baranga da noite a conversa seria com meus punhos.", a ameaça, embora sutil, surtiu efeito.
"Sydney. Meu nome é Sydney.", contou entredentes.
O cara colocou no garfo um pedaço da torta, oferecendo a ela.
"Abre a boca.", ela franziu o cenho, mas o fez e ele a alimentou, aproveitando bastante quando o ferro raspou nos lábios femininos. "Boa garota... Como eu e você vamos nos ver com frequência, é bom saber meu nome. Me chamo Jeon."
De volta ao futuro, estava mirando a frente do estabelecimento, que parecia mais com Hard Rock Café do que com um estúdio de tatuagem propriamente dito. Seu chefe era um cara descolado, ela reconhecia. Os quadros exemplares dos estilos Old School — o tipo predileto dele — e Oriental — o favorito dela — cobriam uma parede inteira. Dois sofás pretos imitando couro, uma bela guitarra ao lado de duas catanas que Sydney vivia se coçando para não tirar a bainha e conferir se eram mesmo afiadas a ponto de cortar fora um membro do corpo — ainda bem que sua curiosidade não passava disso — e a tintura de um preto fosco, fazendo do ambiente um cubículo.
Nem o chorus de Like a Stone tocando de background a animou naquela manhã paradona. Contou os azulejos pretos da parede oposta um por um e partiu para conferir os piercings do mostruário, um passatempo realmente entediante. Terminou, concluindo que havia cerca de 42 modelitos. Foi então deitar no sofá e tirou do bolso um baseado. Houve um momento em sua história que seu pulmão era limpo, a derme lisa, nada de furos na orelha, nem aquela argolinha no lábio inferior ela tinha. Jeon a salvou daquele submundo e a deu um emprego, ensinou à sua pequena maluquinha o básico da arte da pele, que evoluiu para o nível avançado com apenas duas semanas de treino. O que ela tinha no agora, o que aprendeu, a estabilidade e segurança; era graças a ele, assim como seu estilo bad girl e maus hábitos.
Bufou ao se lembrar que não tinha isqueiro, levantando e indo procurar algum embaixo do balcão. Abriu as gavetas uma a uma e nada. Adentrou no estúdio, a luz vermelha neon parecida com a da placa OPEN do lado de fora criava um ambiente vital, a maca super confortável no meio, dos lados mais quadros para o cliente apontar e escolher ali na hora. Foi mexer no pequeno armário onde fica os kits de agulha e os potinhos caros de tinta. Riu quando realmente achou o isqueiro escondido ali, pegando e voltando pro corredor. Apoiou-se no balcão e, prestes a acender, o sino da porta gritou para parar.
Jeon chegou despencando no sofá, os braços segurando sua cabeça e os olhos fechados. Os fios estavam um pouco bagunçados, indicando que passou por maus bocados. Remexia a mandíbula, a aura ao seu redor carregada. Sydney caminhou em sua direção, agachando do seu lado.
— Tá afim? — ofereceu seu beque. Jeon pega, prende entre os lábios e se senta de frente para ela, que fez a chama queimar a ponta. Ele dá uma tragada e ela chega perto, respirando a fumaça que ele liberou na sua boca aberta, uma belo exemplo de sexy appeal. — Dia difícil?
Antes de responder, colocou a garota no seu colo, tragando mais uma vez e soprando para o lado.
— Lembra do fedelho da semana passada? O do piercing? — inicia aflito, não sabendo se segurava firme naquela bunda que normalmente o consolava em dias ruins como aquele, ou se incinerava sua garganta com o bagulho entre os dedos. — Cacete, por que eu não segui meus instintos, hein? O freio da língua dele arrebentou. Está tendo retração e agora a mamãe dele quer me processar. Sabia que o merdinha não ia se cuidar e deu no que deu. Estou puto! Puto!
Sydney percorreu o peitoral à sua frente, subindo e descendo, aquecendo-o através dos toques. Naquele dia em especial ele estava lindo, um quase lorde vampiro. A mesma blusa preta de sempre, a calça jeans slim rasgada, o cabelo escuro que não se via através dos fios, as tatuagens naquele braço, as perto da clavícula... Gato pra caralho!
— Mas e você, Syd? Pouco movimento? — Dividiam o beque agora, soltando pequenos redemoinhos de fumaça tóxica.
— Com aquele anúncio nos jornais de que logo mais todos teremos de usar máscara por conta da doença vinda da sopa de morcego deve ter assustado o povo. A tendência é, a partir da semana que vem, tudo fechar e as pessoas ficarem em casa. Não sei como vamos fazer.
— Só acredito em duas coisas do noticiário: clima e horário.
— Dessa vez é real, Jeon — ela revira os olhos.
— É... Eu tô ligado. Essa palhaçada vai me falir se for obrigado a fechar as portas. Como vou pagar o aluguel desse espaço?
— E se formos atender em domicílio? Só levar o kit e a maca portátil — sugere.
Jeon apaga o maço no cinzeiro na mesinha lateral. O momento de agora será dedicado à sua funcionária, que também é seu rolo, companheira, amiga e quase psicóloga.
— Eu não quero pensar nisso agora. Vamos falar de outra coisa. — Ela concordou com a cabeça.
— Minhas mãos estão doendo. Ainda bem que você chegou mais cedo, porque tem um samurai a ser feito e acho que eu perderia na luta de espadas com ele.
Virando suas palmas delicadas, os dedos cobertos de mais tattoos dele fizeram cócegas ali. Gostava da garota. Pelo jeito que se conheceram deviam se odiar, mas aconteceu de se afeiçoarem um pelo outro.
— A maquininha também está fazendo um barulho esquisito — ela acrescenta.
— Uma peça deve ter soltado. Vou desmontar e dar uma olhada. Se não conseguir resolver, compro outra para você. Use a minha por enquanto.
— Okay!
Apertou os dedos dela, observando-a em silêncio.
— Fiquei sabendo que te viram dando mole para aquele carinha da boate. Qual é mesmo o nome dele?
"De novo com essa neura?", pensou ela.
— Park Jimin.
A pergunta não era para ser respondida. Jeon molhou os lábios, entrelaçando os dedos nos dela.
— E qual é a desse Park não sei das quantas? Ele não era gay?
O desdém dele a fez rir.
— Nos encontramos de vez em quando. Por que quer saber?
— Ah, gatinha... Sabe que quando faz isso me chateia.
— E a restrição é só de um lado? Olha, eu nem ia dizer nada, mas a cliente de hoje sabia bastante sobre o formato da sua cabeça.
— O que eu podia fazer? Ela me implorou por uma rapidinha!
Syd bufou, saindo do colo de Jeon, que não queria largar dos dedos dela. No fim voltou pro sofá, ficando ao lado dele.
— Não estou afim de uma DR hoje — informa ela, virando a cara pra ele.
— E quem está? É que você tinha me dito que ele era insuportável. De repente não é mais?
— Disse que era tagarela, não insuportável — corrige o ficante, que faz uma cara desgostosa. — Jimin é um cliente meu, Jeon. Sei que as miniaturas que ele pede não geram tanta grana, mas é melhor do que nada. Além disso, recentemente descobri que ele é irmão do dono da Tullip's, a melhor balada da cidade. Pensei que as entradas gratuitas valeriam uma ficada ou duas.
— Eu nunca vou aceitar o fato de você ser um ser humano pior do que eu.
— Esqueceu quem me ensinou? — provoca, chegando a ponta do nariz no pescoço com um ceifador tatuado nada amigável.
— Como poderia esquecer se você é minha cria?
— Sua? Ui! — Sydney deixa selares perto da mandíbula de Jeon, que acaricia os cabelos dela. A pontinha da língua tocava aquela pele quente, desejando ele por inteiro.
— Vou pedir para abaixarem o balcão para não parecer que você está num cercadinho — de repente ele comenta, cortando todo o clima.
— Às vezes eu te acho um imbecil.
— Só às vezes?
Dando o que tinha que dar, Sydney perde a paciência, direcionando-se para o "cercadinho" e apoiando os cotovelos na pedra gelada, tirando rapidamente.
— Mas essa porra de lugar por acaso é um necrotério? Por que sempre está tão frio?
— Sydney, se acalma, vai. Sabe que é por conta das tintas especiais. Se aqui virar um forno, pode dizer adeus ao seu emprego.
Jeon foi até ela, chegou por trás e a abraçou. Retribuiu os beijos, cuidando direitinho da rosa com espinhos na nuca dela. Brincava de morder a região, fingindo arrancar pétala por pétala. Aquela foi a primeira tatuagem da garota e ele mesmo que fez, marcando sua flor no ponto em que ela sentia mais prazer. Dito e feito, Sydney mordeu os lábios ao sentir um chupão atrás de si. Amava quando não podia ver o que faziam com ela.
— Jeon... Eu sinto tanto sua falta — admitiu enquanto ele mastigava a rosa.
— Eu também — concordou baixinho.
O sino da porta tocou, separando o casal. Foi difícil segurar o suspiro de decepção, mas o cliente havia marcado naquela hora e eles não podiam simplesmente o dispensar.
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❝𝐓𝐚𝐭𝐮𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐫 𝐏𝐞𝐭𝐚𝐥𝐚𝐬⚥❞
Fanfiction[THREESHOT] Clientes surgiam com as mais inusitadas ideias em mente. Desejavam imortalizar em seus corpos símbolos que iam de religiosos a macabros. Lá, natimortos na cadeira, recebiam uma tortura paga e depois ficavam contentes. As mãos tinham de s...