7. Estúdio Fotográfico

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[ Pov Lalisa ]

Nunca achei que eu fosse chegar aonde estou hoje em dia.

Sou uma pessoa que tem as expectativas muito baixas, no meu ensino médio então, uau.

Primeiramente, eu achava que não iria chegar nos dezoito anos, muito menos sair de casa, estudar em uma faculdade, comprar uma casa e por aí vai.
Eu realmente consegui "vencer" na vida e tenho muito orgulho disso.

Estou muito animada com meu profissional esse ano, as coisas finalmente estão começando a andar e isso me deixa em uma onda de ansiedade e extrema felicidade.

Amo ser professora, eu realmente amo fazer o que faço, mas não posso negar, a fotografia grita por mim, de uma forma que não consigo controlar.
Se passou muito tempo até eu aceitar e perceber isso de fato, mas eu sou nova e nada está completamente perdido.

O pai de uma de minhas alunas, me ofereceu uma proposta muito interessante.

Ele conhece meu pai a bastante tempo e por isso tem um grande carinho por ele, um dia quando estávamos conversando a respeito de sua filha, acabei comentando sobre minha carreira e a fotografia.
Logo ele quis marcar uma reunião comigo, não entendi muito bem de princípio mas, ele com sua grande influência iria dar uma pequena ajuda para mim.
A única coisa que eu não poderia fazer, é deixar de dar aula para sua filha, Roseanne.

Eu obviamente aceitei e creio que foi a melhor coisa que me acontecera.

Não seria nada ruim continuar ajudando Rosé, muito pelo contrário.

Eu nunca fui a professora que é amiga de todos os alunos, com muita intimidade e afins.
Eu faço meu trabalho, brinco com eles, ajudo, tenho aquela pequena intimidade mas nada além disso.
Eu sou uma pessoa bastante reservada, prefiro levar a vida assim, mas com Rosé, é um tanto diferente.
Desde a nossa primeira aula, eu senti algo com ela, como se fosse um reencontro com um velho amor, mas, eu nunca havia a visto, então tudo foi muito estranho.

Ela é uma garota interessante, muito inteligente, educada, com um coração grande, dedicada, gentil, proativa, engraçada e eu percebi isso apenas com algumas aulas, com algumas conversas.

Me sinto muito confortável ao seu lado, o que é estranho, pois isso nunca aconteceu.

Eu nunca deixei alguma aluna minha fazer carinho em Marcie, muito menos fiz bolinhos para alguma delas, cuidar de mim doente? Isso tava fora de cogitação, até ela chegar.

Fico encarando a minha câmera fotográfica, ela havia roubado, mas prefiro falar que pegou emprestado.
Eu não teria percebido que foi ela, se ela não tivesse deixado uma foto ali, uma foto que uma parte de mim preferia não ter visto mas outra parte amou, amou mais do que deveria ter visto aquilo.

Ela estava sorrindo largo, com as mãos em seu cabelo, na frente de uma geladeira branca, apenas de sutiã e calcinha, um belo sutiã de renda e uma calcinha vermelha que conseguia cair perfeitamente bem nela.
Eu não sei por que roubou minha câmera e por que aquela foto estava ali, mas não consegui brigar com ela ou algo do tipo, eu só consegui ficar olhando para aquela foto por horas e horas.

Ela me intriga muito, me faz querer me tornar uma amiga próxima, quem sabe, seu porto seguro.

O que não deveria acontecer, não deveria mesmo.

Quem diria Lalisa, você se sentir atraída por sua aluna e querer se tornar amiga dela, isso é realmente algo novo.

E lá estava eu, me olhando no espelho, arrumando minha franja e esperando a campainha tocar.

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