Capítulo Um

188 23 37
                                    


LAÍS...

Quais as probabilidades de nos reencontrarmos novamente? - me pergunto.

-Nenhuma! - respondo em voz alta para que eu entenda de uma vez.

Sim! Nenhuma, mas eu ainda sinto seu perfume inebriante em meu corpo, ouço os sussurros alucinógenos em meus ouvidos, ordinários e totalmente ousados. - Como isso é possível?

Nunca me envolvi em um lance como esse, claro, sempre tive uma vida totalmente calculada, a menina correta, centrada, que sabe exatamente o que dizer, fazer e não magoa ninguém, nunca!

Então porque insistiram em machucar a garota perfeita? Maldade, inveja? Não sei... Isso, agora é passado, deixei tudo para trás e decidi recomeçar, com chave de ouro.

Bem depois de muito me preparar, rezar e esperar, consegui o emprego dos meus sonhos, mas para realizar esse sonho, eu teria que mudar. Isso mesmo. E sem pensar duas vezes, arrumei minhas malas e decolei, agora estou em outro país, sem ao menos conhecer uma viva alma por aqui. Mas só que, aqui, tenho um emprego, enquanto em meu país eu só conhecia a cidade inteira, menos mal. Ainda bem que tinha as economias que sempre fiz questão de guardar para uma possível eventualidade, pois as coisas no Brasil, estavam cada vez mais difíceis para mim, pulando de um emprego para outro, já me via em algumas situações de desespero, então optei pelo modo racional, guardar tudo que conseguia, fiz uma boa poupança por minha conta e a esqueci, ninguém em casa sabia, nem eu mesma por algum tempo. Assim que recebi o e-mail da empresa de marketing, convocando para assumir uma vaga internacional de analista de comunicação na Espanha, na cidade de Valência, zerei a vida. Sabia que meu Curriculum era excelente, sempre me esforcei muito para ser boa em tudo que estudava, sempre tirei as melhores notas, realizei os melhores projetos, agora eu podia provar minha competência, para mim mesma, coisa que era motivo de chacota em casa. Pois minha família sempre fizeram questão de me dizer que estudei para nada, que a faculdade que fiz era para vagabundos, que nunca que faria alguma coisa descente com aquele diploma.

Bem, estou prestes a entrar no enorme prédio que leva o nome do grande executivo de Marketing, o CEO e fundador do grupo, Leone Capelli, nunca o vi, só sei que, além de milionário é famoso, divorciado sem filhos e mulherengo. Bem, isso não me interessa, o que preciso é, sobreviver com meu trabalho e fazer o que gosto. Mas claro que ver esse homem tão enigmático de perto seria bem interessante. Embora, eu não devo chegar aos pés das mulheres que ele costuma se interessar, mas não estou aqui caçando um relacionamento.

E ainda falando de mim, sou magra, mulata, cabelo lisos pretos, herança indígena, só não me perguntem qual, por que nem minha família sabe me dizer qual das brasileiras nós pertencemos, absurdo não mesmo? Custei a me achar bonita, pois os apelidos de infância não me ajudavam elevar minha estima. Bom, ainda bem que crescemos não é mesmo!? Hoje aprecio muito o que o espelho me mostra.

Parada em frente ao grande edifício, faço o sinal da cruz e entro. Não que as agencias as quais trabalhei como copeira, recepcionista, e ajudante geral para conseguir pagar meus estudos, são feias, mas o luxo aqui é incomparável, o Capelli em letras garrafais enormes em dourado cravadas na parede de entrada se vende por si só, cujo já falei, é o nome do grande executivo e dono.

O que vejo aqui, não é nada singelo, perto de tudo que já vi. Aliás desde que cheguei só vejo monumentos na cidade. Assim que tiver um tempinho, vou procurar saber mais sobre Valência. Mas por agora só preciso chegar com folga, na hora marcada para iniciar em meu novo emprego.

Depois de ser orientada quanto ao andar e a sala que devo procurar, entro no elevador panorâmico,

- Que legal! - nunca vi nada igual, nem sei o que vejo e o que significa as esculturas, tudo para mim são enormes prédios, um mais arquitetônico que o outro, é fantástica a visão que temos ao ver toda a cidade daqui, isso é lindo, me distraiu, assim não tomo ciência de que, estou subindo para o quadragésimo oitavo andar. - Precisava ser tão alto?

Chegando ao andar vejo uma moça elegante, de salto alto, cabelo escovado e agitada, andando de um lado para o outro com vários telefones na mão, em alguns ela fala calmamente em outro ela grita, até que em alguns desses gritos ela...

- Eu não acredito, essa infeliz recebeu toda a orientação sobre a necessidade de chegar no horário, esses brasileiros são uns mortos de fome, nem para se atentar as normas, bem se vê de onde vem. Adoram inventar uma desculpa ou dar um jeitinho de engrupir à todos, mas com o senhor Capelli, soltando fogos pelos olhos, essa não terá a mínima chance. - Não sei de quem ela fala, mas brasileira? Quantas brasileiras a empresa contratou nos últimos dias? Ela volta a falar em outro aparelho mansamente...

- Sim, não, claro senhor eu a orientarei, sim, claro. Ainda não. - desliga e volta para o outro aparelho.

- Como ela já chegou, onde ela está? Faltava ter se perdido essa caipira. Com tantas indicações por aqui, o senhor Leone tinha que contratar uma brasileira? - aproveito a deixa, porque sei que provavelmente sou o motivo de seu desespero, mas eu não estou atrasada, pelo contrário, estou no horário certinho.

- Hum, hum... - faço um barulho com a garganta, a moça desesperada, que mais parece ter saído da capa de uma revista se volta para mim, eu delicadamente aceno para ela. - Oi, sou Laís Lucena, vim para assumir minha vaga de analista de comunicação. - ela me olha desdenhosa, como se não aprovasse o vê, abre e fecha a boca várias vezes até falar.

- Ah claro, até e que enfim e que história é essa de assumir vaga, veio para trabalhar, todos já estão te esperando a quase uma hora, você está horrorosamente atrasada, para seu primeiro dia de trabalho. - fala histericamente sem pausa. - Três horas de atraso para o trabalho e uma, para uma reunião importantíssima. - meu queixo cai com a informação, formando um reboliço dentro de mim que não consigo explicar. - vamos, vamos o chefão está soltando fogos pelos ouvidos de tão contrariado que está. - ela fala, em seguida pedindo para que eu a siga, "e não é o que estou fazendo?" Ela não anda, ela desfila em minha frente, agora estou mais nervosa que antes. Ainda sem entender nada, acompanhando a belíssima moça pelo extenso corredor, que nos levará até a sala dessa reunião, que não estava em pauta, pelo menos, não para mim. Mais alguns passos e estamos dentro da sala, assim que a moça abre a porta e se posiciona de maneira que eu possa passar, a primeira coisa que enxergo é uma mesa oval branca brilhante, e pessoas de todo jeito, ao redor, mulheres elegantíssimas, homens bonitos, todos bem descontraídos, não sou tímida, mas é evidente o quanto me sinto deslocada.

- Bom dia, senhorita Lucena! - ouço meu sobrenome vir de alguma direção na sala, e, para meu total espanto, vou procurando pelo dono dessa voz eloquente, ainda bem presente em minha mente, minhas pernas ficam bambas, meu estômago dói, meu útero revira junto com minha cabeça, quando olho na direção exata do dono da voz que me embriagou de êxtase a noite toda no quarto de hotel. - Aconteceu alguma coisa? A senhorita está mais ou menos, umas três horas atrasada para seu primeiro dia de trabalho. - ele fala em tom de oratória junto com uma pitada de sarcasmo, que só consigo decifrar pois já a conheço muito bem. A voz e para meu desespero o corpo também.

Um trechinho do que esses dois irão aprontar com vocês

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Um trechinho do que esses dois irão aprontar com vocês. Aguardo todas me dando mais esse voto de confiança. Obrigado meninas.

Em breve nos veremos aqui com Um CEO de presente. 🤗❤💃🕺

Um CEO de presente - AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora