Capítulo 7

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Julian correu com Agatha até certo ponto da floresta. Olhou para trás para se certificar que não tinha ninguém os perseguindo. Parou, respirou fundo e olhou para Agatha.

— Chegamos.

— Onde? Eu não vejo nada além de árvores. – disse ela olhando em volta.

— É por isso que é um lugar seguro. – o dedo indicador dele virou uma chave de madeira que abriu uma fechadura oculta em uma das árvores.

   Um grande portal transparente se abriu no meio do tronco e Julian entrou. Vendo que Agatha não havia o seguido, ele voltou para chamá-la.

— Venha, entre! Não está com medo, está?

— Um pouco . – falou ela receosa.

— Ah! Vai ficar aí parada para te acharem novamente? É seguro lá dento. – apontou para o portal. – Eu sei que é difícil para você , mas... Confie em mim. – ele estendeu a mão.

Realmente era difícil para Agatha confiar em alguém, principalmente com todo que estava acontecendo. Teria que fazer uma escolha , e escolheu segurar na mão de Julian e entrar naquele portal.

Saíram em uma espécie de celeiro com o tento feito de aço, e alguns equipamentos eletrônicos espalhados pelo local. Também havia no local um beliche e uma porta que dava acesso a um maravilhoso jardim.

 César estava lá, sentado na parte de baixo do beliche esfregando os cabelos e olhando para baixo. Seus pés batiam no chão mostrando que estava ansioso com algo. Ao ver Agatha chegar com Julian, levantou-se abrindo um grande sorriso e correu até ela abraçando-a.

— Agatha, que bom que você está bem! – ele a olhou nos olhos sorrindo.

Ela sorriu levemente olhando nos olhos de César, o oceano dos olhos dele a invadia ,conforme ele a olhava e se aproximava tocando seus lábios nos dela. Agatha deixou-se levar pelo doce beijo dos lábios macios de César.

 Logo começaram a ouvir ao longe, um estalar de dedos e olharam ao lado vendo Julian parado. 

  ― Oi ! Se não se importam, poderiam se agarrar em outro lugar deste recinto. Eu estou bem aqui, sabe....

― Ah, Julian! – César riu – Agora que eu te vi aí!

― Tudo bem, vou cuidar para que ninguém ultrapasse o portal. Podem ficar aí conversando.  – falou Julian saindo de perto dos dois , pegando um notebook e sentando-se no beliche.

― Para um homem-planta você é bem tecnológico. – falou Agatha o olhando .

― Eu gosto de ficar entre os humanos, tanto que eu aprendi bastante sobre tecnologia. O que as essências não dominam bem. Então , usei meus conhecimentos para criar um sistema de segurança que mostra quando uma essência está próxima ao portal, e apenas as que fazem parte da terra , podem abrir.

― Então eu posso ficar mais tranquila. – ela sorriu e se voltou para César. – Mas, tem uma coisa que eu ainda não entendo. Por que eu não podia falar com você? Por que minhas memórias foram apagadas?

― Porque violamos regras. Dois elementos não podem ficar juntos, e por minha causa, suas lembranças foram apagadas.

― Não pode se culpar , César. Não podemos negar sentimentos.

― Pessoal... – Julian chamou olhando para a tela do notebook com os olhos arregalados. – Más notícias.

César e Agatha correram até ele vendo na tela quatro pontos vermelhos e dois marrons se movendo.

― O que é isso? – perguntou Agatha apontando.

― Quatro essências de fogo e dois de terra estão se aproximando do portal.

― Mas você não me disse que era muito difícil alguém entrar aqui? – disse César preocupado.

― Disse. Mas , disse também que, quem é do elemento terra consegue entrar facilmente com relação aos outros, e tem dois desta essência com eles. 

Barreiras entre água e fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora