4. Parte I - A Criatura na Pequena Vila

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   Abri meus olhos e olhei ao meu redor. Meu Deus! O que aconteceu? - me perguntei. Foi assim que acordei do coma. Estar em coma é tão...surreal! Enfim, já estou bem e pronto para contar mais alguns segredos do lado escuro da vida.
   Lembro-me do dia que eu estava cansado de tantas coisas sobrenaturais acontecerem comigo, então pedi para meu pai me levar para morar na cidade onde nasci - uma pequena vila no interior - que eu sempre achei bem "normal".
   De fato, a vida naquela vila era bem calma mesmo... de manhã os passarinhos cantavam, à noite eu saía com meu irmão e meu amigo Bruno para conversar e mexer com as garotas (hihihihi).

    Até que em um dia bem infeliz, tivemos a ideia de irmos para uma colmeia no meio do mato (bem proximo da pequena vila) para pegarmos mel

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    Até que em um dia bem infeliz, tivemos a ideia de irmos para uma colmeia no meio do mato (bem proximo da pequena vila) para pegarmos mel. Fomos e acabamos perdidos dentro do matagal. "Vamos morrer!", meu irmão disse. "Nunca mais voltaremos para casa.", suspirou Bruno. Eu só conseguia pensar nos animais selvagens dalí...

    Andamos o dia todo, estava escurecendo e a única luz vinha dos vagalumes

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    Andamos o dia todo, estava escurecendo e a única luz vinha dos vagalumes. Senti um frio percorrendo meus ossos. Paramos por um momento. Sentamos em baixo de uma árvore. Eu estava quase dormindo, quando uma gota de sabor doce caiu em minha boca. Estávamos embaixo da colmeia! Nos levantamos e fomos pegar uma pedra para jogar na colmeia, derrubá-la  e pegarmos o mel. Com uma pedrinha em mãos, e já pronto para atirá-la, dei um pulo para trás com o susto que tive ao ver um bicho de quase 2 metros, de aparência cadavérica, pelos ao redor dos olhos e dos genitais e mãos extremamente grandes com unhas pontudas e sujas. Um cheiro podre tomou conta do ar.

Aquele bicho pegou a colmeia cheia de abelhas, rasgou-a e a engoliu

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Aquele bicho pegou a colmeia cheia de abelhas, rasgou-a e a engoliu. Assim que terminou de arrotar, ele nos viu. Ficamos paralisados de medo. A criatura soltou um berro extremamente alto e medonho e começou a nos perseguir. Nunca corri tanto na minha vida quanto naquele dia. Mesmo com minhas pernas quase em carne viva de ter andado o dia todo, consegui arranjar forças para correr. Depois de meia hora correndo, finalmente o bicho desistiu de nos perserguir e sumiu. Dormimos embaixo de folhas secas naquela noite.

Ao amanhecer continuamos procurando a saída da mata, e, para nossa desgraça, vimos o bicho a 1 quilômetro de distância devorando uma pessoa! Ele comia com toda agressividade e insaciavelmente

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Ao amanhecer continuamos procurando a saída da mata, e, para nossa desgraça, vimos o bicho a 1 quilômetro de distância devorando uma pessoa! Ele comia com toda agressividade e insaciavelmente. As mordidas cruéis e fortes nos deixaram apavorados. Vi a pele da pessoa sendo rasgada, os pulmões saindo das costelas, o coração batendo na boca da criatura enquanto ela mastigava, o sangue saindo do pescoço, a cabeça sendo aberta e o cérebro comido até a última migalha...

 Vi a pele da pessoa sendo rasgada, os pulmões saindo das costelas, o coração batendo na boca da criatura enquanto ela mastigava, o sangue saindo do pescoço, a cabeça sendo aberta e o cérebro comido até a última migalha

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  Tudo que restou daquela vítima foram os ossos roídos sem nenhuma carne. Curiosamente, o bicho levou os restos para uma caverna e os deixou lá. Estávamos tão traumatizados que não conseguimos fazer nada naquele dia. Ficamos o dia inteiro escondidos em um buraco que cavamos no chão.
   Tínhamos que fazer alguma coisa! Afinal, ficar parados escondidos não ia salvar nossas vidas, uma hora ou outra o monstrego ia nos achar. Atrás de um arbusto, observamos que a caverna do bicho tinha um berço de criança. Pensamos que poderia haver alguma criança em perigo alí. Esperamos a criatura sair, e fomos ver quem estava naquele berço.
   Absurdamente, não havia ninguém. Apenas um berço vazio. Olhamos a caverna e a cena que vimos foi um verdadeiro cenário de terror: havia restos de humanos e animais em toda parte, o cheiro era a própria podridão!
   Inesperadamente, fomos capturados pela criatura. Ela nos colocou presos em uma jaula feita de ossos humanos. Me deu uma forte ânsia de vômito, Bruno e meu irmão ficaram tão apavorados que perderam a consciência. Nesse momento eu tive a certeza que ia morrer (imagina morrer devorado por uma criatura!!!).
    Poucos minutos depois, o bicho chegou com um corpo de alguém recém-falecido. Fomos obrigados a comer a carne do defunto e beber seu sangue. Passei muito mal, foi um dos piores dias da minha vida. Ficamos dois dias trancados naquela jaula sendo obrigados a comer restos humanos.
   Até que a criatura começa a passar mal e fica fazendo força (eu achei que ela estava querendo defecar). Um buraco se abriu na barriga do bicho e um feto saiu desse orifício. Sim! Ela tinha dado a luz! Ficamos horrorizados com a cena. O feto foi colocado no berço e naquele momento tudo fez sentido: éramos a comida para o bebê!
   Em uma atitude de desespero, chutei a gaiola com toda força e consegui quebrá-la. Nós três lutamos contra a criatura, dei socos, chutes e até mordidas. Bruno pegou um osso de um dos esqueletos e enfiou na cabeça do bicho, que caiu duro no chão e seu bebê recém-nascido, saiu correndo até desaparecer na mata. Finalmente escapamos daquele inferno!
   No meio do matagal, estávamos ainda perdidos, com dor, machucados, com fome e muito cansados. Lembro-me que desmaiamos e acordamos já em um hospital. Meu pai me disse que uma tribo indígena nos encontrou e nos levaram de volta à vila.
   Bem, até aí pensamos que estava tudo bem, e que o pior já havia passado. Mas isso não era verdade... o pior ainda estava por vir!

 o pior ainda estava por vir!

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⏰ Última atualização: Jun 07, 2021 ⏰

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