O Mundo Em Mãos

confiança cega /3

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Boa leitura...💤💫

Assim que Harry acidentalmente começou a fitar o homem sentado ao seu lado, algo dentro de si dizia que ele não estava lá pelo simples acaso, ou destino. Algo lhe dizia que Nagini estava envolvida. Mas o que mais estranhava Harry, era o fato de ele se encontrar quase que hipnotizado nos olhos do homem ao seu lado. Algo nos olhos do homem encantava Harry. Era como se o mundo estivesse fora de foco. Harry encarava com um semblante confuso o homem belo. O homem aparentava ter em torno de 20 anos, seu rosto era delicado, mas intimidador. Ele possuía um cabelo preto levemente cacheado e muito bem penteado. Estava vestindo o que parecia um terno todo em tons escuros. Harry também notou a pele branca como o leite, que se destacava com os fios negros de seu cabelo e os olhos profundamente castanhos. Ele estava olhando para Harry de forma misteriosa. Na cabeça do lorde, ele estava secretamente encantado com o garoto. O semblante inocentemente confuso quase arrancou um sorriso de canto de rosto do lorde, que resolveu quebrar o silencio.

ㅡ olá, Harry.- o lorde sorriu um pouco. Ele não desejava abordar o garoto de forma grosseira ou hostil. Ele sabia que não seria uma boa primeira impressão. depois da fala, o lorde percebeu o garoto saindo de seu transe raso.

ㅡ olá?- a visível desconfiança do garoto fez o lorde sorrir um pouco mais, ele gostou do fato de garoto ser fácil de ler. Era estranhamente divertido. Normalmente ele se irritaria com a facilidade de decifrar alguém.

ㅡ Me chamo Tom Servolo Riddle .-Terminou de se apresentar, e logo começou a analisar o garoto. Ele com certeza não estava bem. Seu rosto parecia triste, seus óculos estavam quebrados, e parecia que a parte de trás de sua cabeça estava sangrando de forma exuberante.

ㅡ Então... como você sabe meu nome?- Harry perguntou, desviando o olhar para frente, aonde começou a fitar o outro lado da rua com uma expressão um pouco vazia. O lorde ficou alguns segundos sem responder, apenas analisando o garoto. Ele parecia profundamente abatido.

ㅡ seus parentes gritaram seu nome no dia em que acidentalmente te encontrei.- ele respondeu de forma incerta. Não tinha certeza se os trouxas que viu eram os pais do garoto, então apenas deduziu vagamente que eram familiares.

ㅡ eu já te vi antes?- perguntou Harry, vasculhando todas as memórias que tinha, porém nada lhe vinha a cabeça, ele não iria esquecer de um homem tão educado e incomum como o que estava a sua frente.

ㅡ sim, você me carregou. não lembra?- Tom continuou vagamente, apenas esperando a cara de incredulidade do garoto aparecer. porém demorou alguns segundo até que Harry se desse conta. Enquanto isso, Nagini observava os dois calmamente, apenas tentando decifrar a situação incomum. Afinal, o lorde das trevas estava falando tão casualmente com uma criança trouxa! isso era longe de ser o natural.

ㅡ você era a cobra ?!- Harry quase gritou, arrancando um pequeno sorriso de tom. Era engraçado ver a surpresa e animação transbordando dos olhos do garoto. Harry sorriu com a ideia de alguém conseguir virar uma serpente. Mas logo voltou a fitar o outro lado da rua com um olhar estranhamente pouco decifrável para Tom.

ㅡ por que você esta sozinho aqui?- perguntou, recebendo um suspirar pesado do garoto. Harry não queria relembrar, pois relembrar significava reviver, e Harry não queria voltar a sentir aquela sensação poderosamente amarga, que o dominava de forma demasiada e excessiva. Chegava a ser mórbido a forma como elas lhe causavam a embriaguez de se sentir perdido, de se sentir imerso. Como se ele estivesse afundando em um oceano de memórias salgadas, sendo sufocado a cada instante, cansaço lhe dominando toda vez que ele tenta subir para a superfice. As vezes Harry apenas conseguia colocar a cabeça por instantes e puxar o ar de forma exagerada e dolorida, esse que começava a acabar assim que as ondas o afundavam novamente. E tudo o que ele conseguia fazer era se sufocar com as agoniantes e repulsivas memórias. Foi desligado de seu transe amargurado por Tom que estava o chamando. Pelo tom de voz não deveria ser a primeira vez.