Capítulo 1 - Passado parte I

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Por Narrador

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Por Narrador

– Por acaso o mundo está acabando hoje e eu não fui informado? Seria uma lastima, já que não aproveitei tanto a noite de ontem quanto deveria.

A voz rouca de Arthur dava sinais que a noite do único filho homem do casal Morelle, tinha sido como todas as outras... regada a farra, álcool e mulheres. Apesar de ser formado em medicina, o rapaz ainda se achava novo demais para ter responsabilidade com a vida, e por isso não preocupava-se em exercer a profissão que sua mãe escolherá para ele. Bizarro em pleno século XXI, uma mãe impor que profissão o filho irá seguir? Pois é, esse era o costume da toda poderosa Elizabeth Morelle. Se existia uma coisa que Beth, como era chamada pelos íntimos, não abria mão, era de ver seus três filhos seguir os passos dela e do marido, Otávio Morelle. Mal sabia ela que apenas dois deles demonstravam compartilhar da mesma paixão pela medicina, e que mais tarde ela iria enfrentar uma verdadeira guerra com Mirella, que nutria paixão pela profissão de bombeiro e que já havia decidido não seguir os passos dos pais. Mas que mal existia nisso? Não estaria ela também salvando vidas?

Ao contrário do Marido, Elizabeth era uma mulher difícil de lidar. Ela que sempre foi criada no meio da alta sociedade, com o passar do tempo, enricou e tornou-se uma médica bem sucedida, reconhecida e respeitada na sociedade carioca. Junto com o marido, a mais velha construiu aquele que era o maior símbolo do seu orgulho e exibicionismo, o hospital residencial Morelle, ao qual ela não abria mão que um dia fosse comandado pelos três filhos, em especial, por sua filha mais velha.

– Não sei se você sabe, mas a mamãe é o próprio apocalipse em pessoa. – Respondeu a caçula dos Morelle, provocando risadas do irmão.

– Quem são essas pessoas todas aqui em casa? – Perguntou o rapaz referindo-se aos garçons que passavam de um lado para o outro completamente afobados pelos os gritos de Beth.

– A mamãe resolveu que seria uma ótima ideia receber a Fernanda com um almoço tamanho família. – Mirella fez careta! A mais nova amava a irmã mais velha. Aliás, os três irmãos sempre foram muito unidos, até mesmo depois de Beth forçar sua primogênita ir estudar fora do país com a desculpa que lá ela teria os métodos de ensino de primeiro mundo. Bom, o caso é que a amizade entre os três irmãos era a única coisa de boa a qual fazia Fernanda cogitar retornar ao Brasil. – Espera só você até a Nanda ver o circo armado.

– Caramba... – Arthur levou a mão até a testa, fazendo Mirella arquear a sobrancelha. – Que dia é hoje?

– Como assim, que dia é hoje? Arthur eu não acredito que você esqueceu que sua irmã está chegando hoje. – A mais nova fuzilava o irmão com o olhar.

– Não conta para ela, pitita. – Arthur atiçou ainda mais a raiva da irmã ao chamá-la pelo o apelido de infância que ela sempre odiou. Claro que Mirella jogou uma almofada que sem dificuldade atingiu o rosto do irmão. – Me deixa ir tomar banho. Eu fiquei de buscá-la no aeroporto, e sabe como aquela lá odeia esperar.

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