Capítulo 5 - Conversa entre irmãs

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Por Fernanda

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Por Fernanda

Horas depois

– Mais onde diabos você está com a cabeça? – Mirella atraiu minha atenção quando me deu um belo de um tapa no braço.

– No pescoço? – Respondi apenas para provocá-la.

– hahah... Fernanda, que bom que você cursou medicina. Se você fosse viver do humor, morreria de fome. – A mais nova revirou os olhos me provocando ainda mais risadas. – Agora é sério. O que aconteceu? Você está tão pensativa.

– Não é nada demais. – Dei de ombros. – Eu só... Bom, hoje aconteceu algo estranho quando eu estava de saída da sala do Arthur. Uma garotinha entrou lá toda assustada, ela havia fugido da consulta com dra Isabel. Acredita? No fim quem gostou foi o pateta do nosso irmão, que se aproveitou da situação para mais uma vez investir na dra. Já te disse como é frustrante ver o Arthur paquerando? Sério, meu estômago revirou diante da vergonha alheia.

– Onde está a novidade que Arthur é uma decepção quando se trata de mulher? – Mirella provocou.

– Bom, ele não é o único por aqui, não é mesmo? – Provoquei.

– Se for começar com suas palhaçadas, vou te deixar pagar a conta sozinha.

Claro que aquilo era um pretexto da minha irmã para mais uma vez não dividir uma conta. Pense numa garotinha caloteira.

– Como se você já não fizesse isso. – Dei de ombros

– Claro! Segundo mamãe, médicos ganham mais que bombeiros, então nada mais justo que você pague a conta. – Mirella soltou aquele maldito risinho debochado. – Além do mais, estamos vivendo em um país economicamente quebrado. Sendo assim, só levarei você para comer em uma carrocinha de cachorro quente. E sinta-se feliz com isso.

– Tenho pena da mulher que tiver coragem de namorar você. – Provoquei novamente.

– Quando você vai se conformar que eu não gosto de mulheres?

Aquela era uma realidade ainda a ser descoberta, pelo menos por minha irmã, já que agora até mesmo Arthur, estava convencido que nossa irmã não se pegava com outra mulher, meramente por ser tapada demais para enxergar o óbvio. Ela não aceitava quando dizíamos, mas a verdade é que Mirella não podia ver um rabo de saia que logo seus olhos criavam vida própria e ela desidratava as pobres garotas que passavam por ela.

– Tudo bem, tudo bem... Vamos ao que importa. O que tem haver o fato da garotinha perdida, com essa sua cara de bunda pálida?

Resolvi ignorar os termos que minha irmã usava, porque isso era mais inteligente. Mirella simplesmente não tinha mais jeito. O que tinha ela de desmiolada, tinha também de desbocada.

– Eu não sei... Desde que eu vi aquela menina sendo levada por Isabel de volta ao consultório senti uma sensação de vazio em meu coração. Eu não sei explicar, mas eu não consigo parar de pensar nela. – Senti minhas palavras saírem com um fio de tristeza.

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