SLOW DOWN | bmla

two

Brandon grunhiu alto enquanto se senta no sofá, esfregando a cabeça. Ele se estica e suspira de alívio.

Ele percebe como as garrafas de cerveja estão espalhadas em seu apartamento, algumas no chão e outras na mesa de canto, perto do sofá. Talvez ele e seus amigos tenham exagerado na noite passada. Naquele momento, Alison entra no apartamento. Enquanto fecha a porta e se vira para encarar a sala de estar, ela reclama ao ver a bagunça que Brandon fez. Ela vai fazer com que ele limpe tudo isso.

— Pelo amor de Deus, Brandon. – ela revira os olhos e caminha em direção à cozinha para deixar sua bolsa no balcão. O moreno se levanta do sofá e dá à Alison um sorriso simpático enquanto passa por ela para entrar em seu quarto.

— Me empolguei, admito, mas não me culpe, culpe Edwin!

Alison revira os olhos, é claro que é Edwin novamente. Brandon sai de seu quarto em direção à cozinha enquanto veste uma camiseta branca limpa. Alison olha para seu abdômen tonificado por um segundo e morde o lábio, mas desvia os olhos antes que o moreno perceba. Ela não precisa de nenhum de seus comentários arrogantes.

Tem sido muito, muito difícil viver com Brandon nos últimos três anos para Alison. Não que ela não goste do Arreaga, eles se dão muito bem. Mas, porra, ele é gostoso.

De vez em quando, Brandon andava pela casa sem camisa e até mesmo com apenas sua boxer, e Alison ficava olhando, não é como se fosse culpa dela. Ela não pode deixar de pensar em como aquelas mãos musculosas poderiam prendê-la na cama, como ela adoraria deixar beijos em suas várias tatuagens, morder cada piercing que Brandon tem.

Uma vez, ela abriu a porta do banheiro sem bater porque estava acostumada a morar sozinha, e Brandon estava parado do outro lado da porta, molhado do banho que tomou e sem uma toalha na cintura.

Completamente nu.

O rosto de Brandon estava em branco, sem expressão alguma, apenas olhando para a garota, enquanto Alison estava congelada no local, olhando para algum lugar que não deveria estar olhando. 

Ela imediatamente se desculpou e fechou a porta atrás de si, sem fôlego. Merda, Brandon é grande. Ela ainda não se esqueceu daquele dia. Eles são definitivamente apenas amigos, nada mais.

Alison pigarreia e Arreaga pega uma maçã do recipiente no balcão.

— Então... – a garota começa. — Eu fiz sexo com alguém na noite passada... – ela é cortada do escárnio de Brandon.

— Que surpresa. – diz ele com um sorriso e continua a comer sua maçã. 

— Cale a boca, deixe-me terminar. – ela revira os olhos. — Então, nós fizemos sexo. Melhor sexo que eu já fiz, aliás. – ela sorri quando se lembra da noite passada. — E quando ele acordou, ele me convidou para um encontro na sexta. É a primeira vez que alguém quer me conhecer melhor depois do sexo. – brinca com a barra da camisa enquanto olha para o balcão.

Brandon franze a testa e para de comer sua maçã; — Como você sabe que ele não quer apenas foder de novo?

— Ele não é assim... – a morena olha para cima e encontra os olhos do garoto a sua frente.

— Como você sabe? – ele cruza os braços e a encara com a sobrancelha levantada.

— Eu simplesmente sei, ok? Ele não parece esse tipo de cara. – pega um copo do armário e o lava, tentando evitar o olhar de Arreaga que está queimando em suas costas.

— Ah, claro. – Brandon revira os olhos e morde a maçã mais uma vez. A garota suspira e se vira para olhar para o mais velho.

— Qual é o seu problema?

Ela está ficando frustrada porque não quer pensar que todo mundo a quer apenas para sexo. Ela quer acreditar que pode dar mais do que isso. Ela pode dar mais do que isso.

— Eu não tenho problema. Você só tem que ter cuidado com essas... coisas.

— É um encontro. Eu sou capaz de me cuidar, você sabe.

— Uhum, ok, estou indo. Até mais.

Ele pega o telefone e as chaves e começa a caminhar em direção à porta da frente.

— Mas...

E ele se foi. Alison suspira.

Sexta-Feira.

Alison caminha em direção à porta do quarto de Brandon e hesita por alguns segundos antes de bater. Eles não conversaram muito na semana passada, apenas alguns "bom dia" e "boa noite". Ela não sabe exatamente o porquê e isso está a incomodando muito.

Alguns segundos se passam e o moreno não responde. Então ela bate novamente. Sem resposta. Alison suspira.

— Estou saindo. Boa noite. – Brandon ouve a porta da frente fechar e ele suspira, inclinando a cabeça para trás contra a cabeceira da cama, fechando os olhos.

Ele não sabe o que deu nele próprio. Ele não falou com a menor por uma semana inteira e isso a está o matando.

Porque ela é uma de suas melhores amigas, é claro. Após cerca de uma hora pensando sobre isso, Brandon decide ficar acordado até que Alison volte de seu encontro para se desculpar por ser tão teimoso.

03:00.

Seus olhos lutam para ficar abertos, o laptop no colo e uma xícara de café na mesa ao lado. Ele está pronto para adormecer quando ouve a porta da frente abrir e fechar.

Ele corre para sair do quarto com um pequeno sorriso no rosto, mas sua mão congela no batente da porta quando ouve duas pessoas conversando. Ele ouve a risadinha fofa de Alison e a risada de outro homem. Ele retira a mão da fenda da porta lentamente e se senta na cama.

Depois de alguns minutos, a conversa para e ele ouve embaralhar. Ele quer abrir a porta e ver o que está acontecendo, mas se impede. Ele descobre o que está acontecendo quando Alison geme, alto o suficiente para ser ouvido de onde Brandon está sentado.

O outro homem geme e Arreaga quase rosna. Não é a primeira vez que a garota traz alguém para casa, abrindo as pernas para estranhos, como se ele não os ouvisse, não soubesse o que estavam fazendo. Mas, desta vez, é como se algo clicasse na mente de Brandon...

Ele finge que não consegue ouvir o som do pau do estranho entrando na garota com força, preenchendo o silêncio e fazendo Alison suspirar e gemer.

Eles estão fodendo bem na porta dele.

Ele se segura, usa cada grama de seu controle para não quebrar a porta de seu quarto. Alison geme e geme, palavrões saem de sua boca de vez em quando, implorando para que ele vá mais rápido. As pupilas de Arreaga estão dilatadas enquanto a raiva o percorre.

Ele fecha os punhos, apertando a mandíbula com força. Tudo o que ele pode ouvir agora é sua respiração superficial, o peito arfando. Ele não quer ouvir mais nada, não quer ouvir Alison implorando pelo pau de outro homem, implorando para ser fodida mais profundamente.

Ele quer sair daquele quarto. Quer ir parar o que está acontecendo, mas ele não quer ver Alison sob o comando de outro homem. Sua própria possessividade o domina. Naquele momento, Brandon soube.

Neste ponto, a garota está gritando e ofegando como uma louca.

— Nick!

Ela grita antes de soltar outro gemido e então o silêncio enche o apartamento por completo. 

Brandon não dormiu naquela noite...