Eu queria dizer não, mas não consigo.

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Sempre se perguntou como era a aparência de um anjo, havia muitas teorias por aí, como por exemplo: há quem diga que anjos são criaturas incompreensíveis, e que sua aparência não pode ser descrita por ser abominavelmente divergente do que estamos ...

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Sempre se perguntou como era a aparência de um anjo, havia muitas teorias por aí, como por exemplo: há quem diga que anjos são criaturas incompreensíveis, e que sua aparência não pode ser descrita por ser abominavelmente divergente do que estamos acostumados; uma beleza assustadora, quase terrível. E também tem a segunda teoria, que nos remete ao estereótipo de que anjos são belos e perfeitos em cada mínimo detalhe. Seres graciosos e amáveis. Para ser breve; uma beleza irresistível. Não acreditava em anjos, tão pouco em Deus, mas questionava sua falta de fé naquele momento, pois se pegou olhando para um anjo na aula de arte fotográfica. Os olhos azuis varriam o local, totalmente dispersos da matéria que era passada. A garota mordiscava o lábio, enquanto desenhava abstratamente em seu caderno. Como podia existir alguém tão perfeito? Ele se fazia essa mesma pergunta todas as manhãs. Stacy é linda, e por não saber o quão linda é, deixa ela ainda mais atraente.

As aulas voltaram e com isso a presença de Stacy era quase como insuportável para si. Não imaginou que sentiria tanta falta. Esbarrava com ela em praticamente todas as aulas já que seus cursos eram parecidos, e vê-la sem poder lhe dirigir a palavra, ou apenas mandar mensagens de texto como “até mais tarde” ou “Sexo no banheiro em 20 minutos” era cruel. Sabia que não poderia pensar daquela forma, se encontrava cada vez mais no fundo do poço — ou próximo disso —, não importa. Não deveria ligar, Gwen foi embora por conta própria. Não quis retomar o acordo, e não havia nada para ser feito no momento. Acabou. E teria que seguir em frente sem parecer um idiota destruído como na última vez.

— Dispensados.

O professor suspirou ao ouvir o sinal. Todos saíram voando da sala, entediados com os slides de arte urbana que passavam através do projetor. Era uma aula chata quando precisavam estudar textos ao invés de tirar fotos, quase dormiu na cadeira, só não o fez porque seus pensamentos não paravam um minuto se quer, na verdade eles não pararam desde o dia em que precisou se “despedir” de Stacy na chuva. Sem ânimo para nada, assim como tudo em sua vida ultimamente, ele levantou jogando a mochila nas costas, caminhando lentamente até a porta. Antes de sair não pôde deixar de notar o smartphone novinho sob a mesa. Sabia de quem era àquela mesa. Pegou o aparelho na mão, e esperou na soleira da porta até que a loira voltasse desesperada a procura dele, o que não demorou muito.

— Droga! Droga! Droga! — resmungava cabisbaixa, torcendo mentalmente para que não tivesse perdido seu celular. Com muito esforço e hora extra conseguiu comprá-lo, e fazia exatamente um mês que quitou a última prestação. Oh, seria tão injusto se o tivesse perdido. — Por favor, Deus...— Resmungou baixo, porém alto o suficiente para que Justin escutasse. O tatuado riu de seu desespero. Ela era uma gracinha nervosa.

Stacy parou de andar quando um braço fechou sua passagem, até então ela não havia notado a presença dele ali. Engoliu seco ao encarar os olhos predatórios que ele possuía naquele instante. Seus lábios entreabertos sendo umedecidos pela língua aveludada a cada segundo. Não! Não podia encará-lo assim. Desviou o olhar, sentindo seu ar abandonar os pulmões vendo a mínima distância que estavam.

Bj Jay | Hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora