🕯️• boa leitura, desculpe qualquer erro!
R T B L
-Jimin! - em meio as conversas e risadas altas, minha mãe me chamava, provavelmente querendo um favor ou para mostrar aos parentes o quanto eu cresci. Independente do que era, nem respondi.
Eles estavam bebendo e qualquer coisa falada aquela hora era descartada por mim, como em todas as festas familiares em que Tia Akemi trazia caixas de cerveja e vodka para os adultos e uma garrafa de vinho para mim, em segredo é óbvio. Isso por dois motivos: sou menor de idade e meus pais são chatos. Inclusive estou bebendo agora e cada gole é sagrado como se fosse o último álcool da minha vida, pois realmente alguém além da Tia Akemi e eu, poderia descobrir e causaria uma confusão muito drástica.
Na intenção de esconder o álcool, o litro de vinho estava embrulhado relaxadamente num saco de papel marrom, seria meu último gole se não fosse a bêbada da minha mãe entrar do nada no meu quarto, o que me fez esconder rapidamente a bebida no meio das cobertas.
-Filho, você não ouviu eu te chamando? -ela perguntava ainda com um resto de riso no rosto daquelas piadas de tiozão que meu pai fazia - Dane-se também. Você vai pegar a caixa branca no sótão para mamãe? - então ela soluçou- Aquela que tem uns baralhos e outros jogos.
-Você já passou dos limites né Dona Park? -falei isso olhando seu cabelo bagunçado e sentindo o cheiro de cerveja vindo dela- Eu não gosto do sótão, você sabe.
-"Eu não gosto do sótão, você sabe"- disse debochando da minha frase. Ela parece uma criança mimada quando bebe.
-Cadê o baralho dessa casa?!! - meu tio gritava da sala.
-Vai lá buscar para gente Jimi- tia Akemi se pronunciou -eu te pago esse favor depois! - Nós sabíamos que favor era esse. Mais uma garrafa de vinho. Que proposta irrecusável...
-Ta bom seus bêbados-revirei os olhos indo em direção a escada da casa que dava na porta quase emperrada do sótão e, se eu não prestasse atenção, não teria escutado minha mãe perguntar que pagamento era aquele que me fez ir sem reclamar. Sorte que eles logo mudaram de assunto.
Minha casa é muito bonita e antiga, já moraram famílias aqui, porém foi tão bem construída que o máximo de estrago que ela tinha era as pinturas desgastadas, mas meu pai sempre retocava todos os anos. Aquela porta do sótão era ridícula, porque não era usada com frequência, então ninguém dava a mínima para a situação dela.
Com muito esforço, abri a porta, o que me fez espanar com a mão o pó, quase areia de tão denso, que caia no meu rosto. Subi mais alguns degraus e tossi, pisando no chão de madeira daquele andar.
Nossa, quanto tempo eu não vinha aqui. Tinha me esquecido como era, até que existia uma janela e como tinha tranqueira aqui em cima. Uma gaiola vazia pendurada no teto, uma caideira de balanço quebrada jogada no canto, um pião de brinquedo em cima de uma banqueta colorida ao lado de uma porta quebrada em baixo da janela e porque um piano estaria juntando sujeira aqui?
-Puta que pariu quanta poeira -disse em voz alta, colocando o colarinho da camiseta no meu rosto, cobrindo o nariz e a boca.
Olhei os três cantos, mas somente no quarto encontrei a caixa branca. Quer dizer, duas caixas brancas.
Fui até elas e tirei uma de cima da outra, olhando o que havia na menor antes. Retirei alguns desenhos meus de quando tinha mais ou menos seis anos, umas velas estranhas e usadas, embalagens fazias e uma lata de Coca-Cola amassada, ou seja, um lixão guardado.
Arrastei a caixa branca maior para perto mim. Estava meio colada a tampa, mas consegui arrancar, o que fez eu me arrepender na hora e me perguntar que porra é essa.
A primeira coisa que eu vi foi um pentagrama inscrito num círculo, a estrela dentro da circunferência ou sei lá que merda é essa. O grande símbolo relacionado a magia estava num baú pequeno de madeira e me chamou muito atenção.
Peguei-a e sai daquele lugar com minha vinda ao sótão concluída, pois não havia achado o baralho que minha mãe pediu e provavelmente não teria o meu favor pago pela Tia Akemi, mas o "baú mágico" me chamou muito mais atenção.
Desci as escadas e bati com força a porta para fechar e se dependesse de mim, nunca mais voltar ali.
Quando eu ia avisar os bêbados da sala que não havia encontrado o jogo, avistei os mesmos jogando a porcaria do baralho. Sim, eu fui lá a toa, talvez não tanto assim.
Fui ao meu quarto e tranquei a porta, fui em direção a minha cama e coloquei o baú em cima dos cobertores. Peguei uma camiseta suja que estava jogada no canto da cômoda ao lado da cama e tentei tirar um pouco da sujeira que estava por fora da caixa de madeira.
Bebi o resto do vinho e abri com muita curiosidade a tampa do baú, tirei algumas coisas de lá não sabendo muito bem o que era e coloquei bagunçadamente na cama. Remexi as coisas e vi que se tratava de um tabuleiro maleável medonho.
Peguei o mesmo em minhas mãos observando cada detalhe, cada número, cada letra, me fazendo arrepiar.
Além do tabuleiro tinha algo parecido com uma lupa.
Dei uma gargalhada que enchia o quarto, qualquer pessoa que passasse por perto da porta, ouvia minha risada.— Sério isso? Porque diabos isso estava lá em cima?— disse ironicamente olhando confuso pro tabuleiro que ainda estava em minhas mãos.
— Que cafona! Parece aqueles negócios de filmes de terror.— após dizer isso, arregalou seus olhos, Jimin ficou pasmo ao lembrar do que se tratava aquele tabuleiro.
— não é possível!— disse largando o tabuleiro em cima de sua cama.
• espero que tenham gostado deste capítulo, me desculpem por qualquer erro.
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ritual that became love • Jikook
Horror{Em andamento...} Até que ponto alguém pode chegar para ter seu amor verdadeiro? Jimin é aldacioso e procura ajuda num tabuleiro diabólico. [ Não aceito adaptações desta obra!] Capa feita por: @kuromijk Feat com: @miminieh