*no outro dia*
Começo o dia como sempre, mas já com a cabeça na noite que iria ter. De certo seria uma noite bem diferente, até porque sairiamos como se fosse a primeira vez, mas eu sentia que iria ser ótimo.
Acordo cedo e saio para correr no condomínio, e logo que volto levo Louis ao colégio. Chego em casa e vou fazer minhas horas na academia.
-Bom dia, irmãzinha. - Gesine diz adentrando a academia.
-Bom dia. - digo ofegante correndo na esteira.
-E então, já pode me falar sobre seus chupões ou...
-Calada! - digo sorrindo. - ontem tudo foi bem confuso.
-Sim, eu percebi.
-Eu transei com Chris pela manhã, por isso cheguei tarde em casa. Foi bom, mas ele acabou discutindo comigo no carro e acabamos "brigando" - saio da esteira e ela sobe logo em seguida. - depois ele veio se redimir e vamos sair hoje.
-Hm, isso é bom. - ela fala maliciosa e eu reviro os olhos. - mas e quanto a Carrie?
-Aquilo não foram nada mais que beijos, Gesine! - sento numa cadeira de exercícios para as pernas e começo a faze-los. - ela dizia ser um teste e eu não deixei de parar, convenhamos mas ela beija muito bem.
-Você é louca. - sorrimos juntas.
-Sim, eu sou. Mas mudando de assunto, como vai seu casamento?
-Vai muito bem. Eu e Raymond estávamos com planos mas ele está viajando no momento, não sei se vai dar.
-Que tipo de planos? - saio da cadeira de exercícios e vou a sua frente na esteira.
-Estávamos pensando em ter um filho, mas eu tenho muito medo de não poder lhe dar um filho. - ela corria muito rápido, parecia nervosa. - a mamãe quase me perdeu e você tem problemas hormonais, eu tenho medo de fazer exames e ver o que não quero.
-Ei, vai com calma! - diminui o fluxo da esteira. - você mal pode respirar!
-Desculpa, eu só estou nervosa. - ela desliga a esteira e sai da mesma. - ele quer muito ter filhos e eu não quero decepciona-lo.
-Você não vai. - ela estava ofegante demais. - e se você não puder dar filhos a ele, ele vai entender perfeitamente, porque ele te ama acima de qualquer coisa.
-Espero que você esteja correta. - ela sai da academia e sobe as escadas.
Aquilo me fez confusa, não estava entendendo muito bem o que ela quis dizer e me deixou bem preocupada. Subo as escadas e adentro meu quarto, tomando um banho e colocando um vestido leve acima dos joelhos e ficando descalça pela casa, o que por sinal eu adorava.
Vou ao quarto de Gesine e a encontro na varanda, aquilo parecia ter cheiro de algo que eu não sabia o que era...
-O que foi, queridinha? - ela diz sarcástica ao se virar para mim e tentar esconder as lagrimas.
-Não me venha com seus sarcasmos para esconder a dor de dentro. - paro ao seu lado e encosto no meio fio de vidro - o que está acontecendo?
-Está acontecendo que eu já fiz mil exames e nada. Somos casados a 10 anos, Sandy.
-Você não sabe se era pra ser. Você tomava seus remédios e não havia planejado nada, sem contar que vocês usam proteção
-Não mais, eu na verdade só tomava meus remédios mas mesmo assim...
-Gesine, calma. Sai com ele e conversa sobre. Não sofre por antecedência!
-Ele volta amanhã... - ela olha em meus olhos. - eu tenho tanto medo...
-Não tenha medo. Se eu superei uma traição, você supera qualquer coisa. Você sempre foi mais forte do que eu.
-Obrigada... - nos abraçamos por um tempo e ficamos conversando sobre a minha noite com Chris.
Almoçamos todos juntos depois de Louis chega do colégio e esperamos Cheryl chegar. Com certeza eu escutaria um sermão por conta de ontem e mais um sermão por hoje, mas eu na verdade não ligava. alguns minutos depois e ela chega com algumas revistas na mão e as jogam sobre a mesa do escritório, me fazendo levantar e ir até o mesmo.
-Pronto, agora está melhor? - varias manchetes de jornal falavam sobre nos dois.
-Na verdade eu estou sim. Ele foi o único homem que me levou pra cama depois da separação e quer saber? Foi ótimo, foi muito bom, foi maravilhoso! Eu confiei nele e ele não fez nada de mais a não ser me levar pra casa dele e cuidar de mim. Ele só transou comigo no dia seguinte depois que eu acordei. Ele dormiu de roupa comigo só pra me respeitar, e sabe qual é o melhor disso? Você não liga. Você não liga pra mim ou para a porra da minha felicidade, enquanto eu estou fazendo todas as merdas que você me manda fazer só para dar uma de queridinha da mídia você só se preocupa na verdade com você mesma. Cheryl, eu quero que se foda todas essas revistas, porque assim como você, eles não sabem o que houve ontem a noite, eles apenas deduziram! A minha vida sou eu quem cuido, e se você não quer ser minha amiga e passar apenas como uma profissional, ok. Não tem problema algum, mas se você não fica com ninguém porque é bitolada em trabalho que as vezes eu não te dou, o problema é seu! Eu quero alguém sim! Talvez não seja ele, mas eu vou procurar, nem que seja um animal, mas eu vou procurar e vou encontrar, porque eu quero ser amada de novo. - saio do escritório e bato a porta, subindo ao meu quarto e me trancando no mesmo.
Estava bem nervosa, era bem perceptível, mas agora não iria pensar nisso, um homem me esperava daqui umas horas e eu precisava estar linda ou ao menos apresentável.
Tomo outro banho e começo a me arrumar. Faço meu cabelo ficar levemente ondulado e armado, deixando os mesmos caírem por trás dos ombros. Coloco um vestido preto acima dos joelhos, um pouco brilhante mas nada espalhafatoso e com uma abertura nas costas. Saltos altos pretos em um tom escuro e finos, com abertura nas pontas me deixavam uma figura bonita em frente ao espelho. Eu gostava do que via.
Uns minutos antes das oito e escuto a campainha tocar e Chris adentrar a casa a minha espera. Gesine sobe as escadas e me vê de costas pra ela, mas via sua expressão pelo espelho...
-Uou! - ela diz quando me viro. - você está maravilhosa!
-Obrigada! - pego minha bolsa. - mas agora eu vou descer porque tem um homem a minha espera lá em baixo.
Vou descendo as escadas e vejo sua figura de costas pra mim encostado sobre a parede. Chego perto de seu corpo e o abraço por trás.
-Vamos? - falo em seu ouvido e ele se vira pra mim.
-Nossa. - ele me afasta de si e me olha de cima a baixo. - você está maravilhosa!
-Você também está - digo arrumando seu blazer. - mas deveríamos ir, já está tarde.
-Para onde vamos?
-Me da a chave? - estendo a mão esperando ele colocar a chave sobre a mesma.
-Não! - ele me encara serio e solta um riso fraco.
-Vamos no meu carro então! - seguro em seu pulso e vou pegar uma das milhares chaves que estavam na cozinha.
-Quantos carros você tem?
-Seis! - pego uma das chaves. - mas eu não uso muito eles, então geralmente uso dois ou sei lá, cada hora um.
-Você tem um carro...
-Para cada tipo de lugar que eu vá - completo. - exatamente amorzinho! Agora vamos.
-Sim, vamos... - o puxo pela gola da blusa até um dos carros e entramos no mesmo. - você vai mesmo dirigir descalça?
-Sim, eu vou. Olha o tamanho desses sapatos! - o mostro. - são enormes, não quero matar você.
-Eu continuo com medo de morrer com você diante de um volante.
-Se eu tenho 6 carros, obviamente sei dirigir bem. - sorrio pra ele e vamos a caminho do lugar que o levaria.
-Uma boate? - ele diz ao chegarmos no lugar.
-Não, meu doce. - coloco os sapatos e saio do carro, segurando em seu braço e indo para a entrada. - é um restaurante sofisticado. Se quiser pode descer pra essa maluquice toda aqui de baixo, mas geralmente eu faço meu jantar na parte de cima e vou pra casa.
-Você conhece esse lugar a quanto tempo?
-Tempo suficiente. Eu vinha aqui quando isso ainda era apenas uma boate. - sorrimos e entramos.
sentamos em uma mesa e olhamos para a parte de baixo. O que nos separava era um vidro. Luzes de neon faziam o lugar diferente, e a batida da música era o que deixava o lugar divertido.
Ele se senta a minha frente e pedimos uma bebida antes de qualquer coisa...
-Realmente é um bom lugar. Eu não conheço muito daqui, a maior parte da vida passei em Londres. - arqueio as sobrancelhas e passo meu salto entre suas pernas, mas tento fingir que nada estava acontecendo.
-Estou andando com um europeu? Quanta audácia da minha parte. - sorrimos juntos e percebo que ele estava gostando do que estava fazendo. - aqui é ótimo, eu gostava daquela bagunça lá em baixo mas agora não mais.
-Você bagunça muita coisa ainda... - sua voz sai falhada.
-Como?
-Nada. - ele continua. - mas então, queridinha da América...
-O que foi, capitão América? - tomo um gole da bebida deixando batom vermelho em minha taça de vinho.
-Como ousa? - ele aponta pra baixo se referindo a minhas carícias.
-Eu estava testando você - tiro a perna de perto dele e as cruzo. - você não conseguiria ser meu melhor amigo.
-Ah não? - ele sorri alto em tom sarcástico.
-Não. - coloco os cotovelos sobre a mesa e apoio meu rosto sobre as mãos. - você não conseguiria.
-Digo o mesmo a você.
-Isso é um desafio? Está desafiando mesmo Sandra Annette Bullock? - franzi meus olhos ao encara-lo.
-Isso na verdade é uma ordem. Eu estou ordenando você a resistir a mim
-Vamos ver quem vai resistir a quem primeiro, Chris Evans. - levanto da mesa e pego em seu pulso.
-Onde está indo?
-Vamos relembrar, meu doce... - e o carrego para o andar de baixo do local...