Reviravoltas

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Quando Andrew decidiu ceder e fazer sociedade com o Império Grey, ele ficou muito mal. Se sentia envergonhado por não ter conseguido segurar as coisas que seu pai lutou tanto em vida pra conseguir. Mais era necessário naquele momento, ou era a sociedade ou a falência.

Ele fazia reuniões semanais com fornecedores e possíveis investidores, e nunca tinha ficado nervoso em nenhuma delas. Mais essa reunião com a filha do Senhor Grey, tinha lhe tirado a noite de sono, ele estava nervoso em negociar com uma jovem de 20 anos, qual a experiência que ela tem com negócios?

O horário marcado pra reunião já estava chegando e ele foi pro hotel, onde marcaram de se encontrar. Alex já estava o esperando 

_ Bom dia chefinho.

_ Bom dia Alex, o que é que você quer?

_ Não quero nada. Só te dizer, sei lá, vai que a senhora Grey aparece com a filha, você poderia jogar seu charme.

_ Por Deus Alex, você só pensa nisso? Em tentar se enriquecer nas custas dos outros?

_ Aaaa, mais vai falar, isso resolveria todos os problemas, a mulher é mais que rica.

_ Na boa, fica na sua. Eu vou me preparar pra reunião.

_ Tá estressadinho. Acho que tá precisando de mulher.

Alex vivia enchendo a paciência de Andrew, apesar das brincadeiras, ele também não aceitava o fato de que Andrew pediu pra Meredith abortar uma criança, ele podia ter milhares de defeitos, mais jamais pediria para alguém tirar a vida de uma criança.

O tempo passou rápido, e logo todos estavam na sala de reuniões na espera pela filha do Grey, Andrew esperava a "Filhinha de papai", "mimada", "riquinha", ou sabe-se lá o que definiria uma jovem de 20 anos que se achava empreendedora.

Quando a porta se abriu, Andrew esperava uma jovem com roupas, sapatos e bolsa de grife, andando em um salto agulha, e se sentindo a rainha. Mais o que entrou na sua sala, foi uma jovem comum, de tênis, jeans e um sobretudo preto. Cabelos loiros soltos, maquiagem leve, nada extravagante, ela era linda.

Ela esbanjou simplicidade ao cumprimentar todos, sorrindo, e não demonstrou nervosismo algum. Só o fato de ter olhado profundamente nos olhos de Andrew que ele achou estranho.

A reunião começou como várias outras, conversando sobre o contrato. Enquanto Mark fazia perguntas, Andrew não deixava de notar a jovem, tão decidida, focada e dona de si, sabia o que fazer e como se portar o tempo todo, ela estava o fazendo lembrar de alguém do passado, estava o fazendo lembrar dela, da sua Meredith.

_ Então senhor Deluca, tem alguma dúvida?

Anne perguntou o pegando de surpresa.

_ Sim... é.... No contrato consta que vocês tem uma construtora e pedem exclusivamente. Porque?

_ Bom senhor Deluca, nossa construtora é responsável por construir e reformar todos nossos hotéis. Se o senhor pesquisar sobre, vai ver que nossos hotéis, 53 agora pra ser mais exato, todos tem uma forma de arquitetura e design único.

_ Nisso aí eu concordo. Eu conheço alguns dos hotéis da Franquia Grey, e não encontrei em nenhum outro a riqueza de detalhes.

Mark falou.

_ Vocês devem ter uma equipe gigante de profissionais.

_ Sim, trabalhamos com uma equipe bem capacitada e competente. Pretendemos com 3 meses pretendemos inaugurar o primeiro hotel com a sociedade entre os Grey e o Deluca.

_ Ótimo. Isso é muito bom

_ E senhorita Grey, como a exclusividade da reforma vai ficar por conta de vocês. Vocês pretendem trocar o nome dos hotéis?

_ Não senhor Deluca. Todos ganharam uma nova fachada, mais o nome continuará o mesmo, apenas com a assinatura Anne P'Grey.

A reunião seguiu como planejado, todas as propostas atendiam as demandas de todos. Ninguém sairia por baixo. Andrew, ainda teria 60% dos lucros e o nome Deluca'S ainda seria valorizado. Então não seria tão humilhante assim.

_ Bom, acho que terminamos aqui.

Anne disse se despedindo.

_ Sim, acho que resolvemos tudo.

_ Senhor Deluca, um último pedido, peça para um responsável, enviar todas as plantas dos hotéis por e-mail para a doutora Wilson, ela vai repassar para a minha arquiteta.

_ Tudo bem. Eu mesmo farei isso.

_ Então, até amanhã. Eu volto com todos os contratos para serem assinados. Foi um prazer negociar com o senhor.

Anne estendeu a mão para Andrew que se apressou em pegar. E novamente uma sensação estranha. Ele ainda não estava acreditando, que uma pessoa tão jovem, poderia ser tão competente, incrível e linda. Realmente muito linda.

Anne e Jô se despediram de todos e foram embora. Deixando aqueles quatro sem reação na sala de reuniões.

_ Cara, a menina é um gênio.

Alex disse a Andrew.

_ Eu confesso que estou muito surpreso. Não sei. Ela é bilionária e aqui na nossa frente parecia uma de nós. Nada de luxo, uma pessoa comum.

Andrew completou

_ E muito educada, paciente e sabe exatamente o que quer e o que tem que ser feito.

Cristina disse olhando pro nada.

Todos ficaram surpresos, realmente Anne não ligava pro luxo, ela era comum, tinha uma vida comum, e vivia como qualquer outra pessoa..

♡♡♡

Assim que todos sairam da sala de reuniões e cada um foi cuidar das suas obrigações, Andrew foi pro seu escritório separar as plantas dos hotéis para enviar a advogada. Na gaveta com os desenhos das plantas e também os discos com a forma digital de cada Hotel, tinha uma lembrança que Andrew evitava olhar a anos. Um porta retrato com a última foto que ele e Meredith tiraram juntos, no dia da colação de grau. Ela estava linda, na foto, sorria feito menina, abraçada com ele.
Olhar para aquela foto, doía de uma forma terrível. Ele sentia saudade, remorso e principalmente amor.

Ele passou os dedos pelo rosto de Meredith, e nem percebeu que estava chorando. Ele sempre pensava se tudo não teria sido diferente de eles tivessem ficado juntos, lutado por tudo juntos, e hoje o que lhe restava eram apenas as lembranças.

Ele se lembrou que precisava enviar as plantas para a advogada da Senhorita Grey, e nem percebeu que colocou o porta retrato sobre a mesa do escritório.

Ele fez tudo o que precisava, enviou tudo e logo recebeu um e-mail da Dra Wilson confirmando que havia recebido tudo certo.

Foi pra sua casa, que não ficava muito longe do hotel, tomou um bom banho, pediu uma pizza e logo foi dormir. O dia tinha sido cheio.