Reviravoltas

18

Quando Anne voltou pro apartamento, Meredith já estava terminando de colocar a mesa do almoço.

_ Que cheiro bom mãe.

Anne se aproximou roubando uma cenoura da salada

_ Anelyse Grey

_ Tá bom, tá bom, tô indo lavar as mãos.

O tempo poderia passar e elas nunca perderiam a alegria e o amor entre as duas. Anne tinha um problema sério em lavar as mãos, quando criança ela dizia que se levasse muito iria ficar transparente, e mesmo agora já uma mulher, ela sempre gostava de provocar a mãe.

_ Prontinho senhora Grey, agora vamos comer que eu tô com muita fome.

_ Muito engraçada você.

As duas se sentaram a mesa e se serviram.

_ A Jô não quis subir com você?

_ Não, ela disse que tá muito cansada e que precisava dormir um pouco antes de redigir o contrato.

_ Então deu tudo certo?

_ Deu sim, eles realmente estavam interessados na sociedade, já tinham estudado todo o contrato e não quiseram mudar nada. Apenas algumas dúvidas, o que era de se esperar não é.

Meredith queria mesmo era perguntar sobre Andrew, mais não queria precionar a filha, ela sabia que se pra ela era difícil, para a filha estava sendo ainda mais.

_ A senhora não vai perguntar nada mãe?

_ Eu, perguntar o que? Você já me disse tudo...

Meredith tentou desconversar

_ Perguntar sobre o Andrew mãe, sobre o cara que é meu pai?

Anne falou toda cheia de graça.

_ Anelyse não fala assim.

_ Eu sei mãe, meu pai é o Cristian e sempre vai ser. Mais o Andrew, eu tenho os olhos dele.

_ Eu sei...

_ Ele é lindo mãe, a senhora tem um ótimo gosto pra homens viu.

Anne riu da cara de vergonha da mãe.

_ Sério mãe. Ele é um cara lindo, maduro, acho que o tempo fez bem pra ele, pelas fotos que você me mostrou, ele está diferente, não sei. Alguns fios de cabelo branco, dão um charme.

_ Você foi pra uma reunião ou para apenas reparar no Andrew?

_ As duas coisas mãe. Eu resolvi tudo, e reparei nele. Eu não pensei que eu queria tanto conhecê-lo, até realmente conhecê-lo entende? Ele me olhou nos olhos, você sabe mãe, essa sociedade não é apenas no papel, é no sangue também.

_ Eu sei. E não pensei que você fosse agir assim. Tão madura. Tão dona de si. Você me enche de orgulho filha.

_ Eu pedi pra enviarem as plantas dos hotéis para a Jô repassar para a minha arquiteta, e espero que ela consiga me entregar um hotel para inaugurar em três meses!

Anne riu.

_ Aaa isso não será um problema.

_ E mãe, você pretende vê-lo?

_ Eu não sei. Realmente não sei se eu estou pronta pra olhar pra ele

_ Mãe, foram 20 anos.

_ Eu sei Anne, mais é que a dor ainda existe entende. Toda vez que eu olho pra você, e vejo o tanto de momentos e coisas incríveis que vivi ao seu lado, eu lembro dele me pedindo pra abortar você, eu não teria vivido nada disso