2. O segundo beijo

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Ao voltar para Lanling, Jin Ling se sentiu sozinho e até mesmo abandonado. Ele agora via Mo Xuanyu como um conselheiro e os juniores da seita Lan como bons amigos. Bons o suficiente pra que fossem mais próximos do que os jovens de sua própria seita.

Como não tinha muitos amigos, sempre que estava na torre de carpa a maior parte do seu tempo era preenchida por passeios pela cidade, onde ele sempre estava acompanhado de Fada. Alguns bajuladores o ofereciam doces e até mesmo tocavam músicas e faziam apresentações teatrais em sua homenagem, mas a verdade é que ele não se sentia pertencente aquele lugar. Queria voltar para Yummeng, mas não estava disposto a ouvir as reclamações de Jiang Cheng. Então vagava pela cidade na maior parte do tempo, sem muitas preocupações.

Naquele dia, Jin Ling se sentia especialmente sozinho. Todos os servos da seita LanlingJin estavam organizando uma conferência de discussão e nem mesmo Fada o animava. Jin Ling decidiu ir numa casa de chá, onde jovens se apresentavam tocando uma guqin de sete cordas. Eram músicas populares, que não o encantavam, mas, ali ele podia beber algum vinho sem ser incomodado. Foi quando duas damas se aproximaram, oferecendo flores e tentando chamar a sua atenção.

Vendo aquelas moças que se ofereciam sem nenhuma vergonha, Jin Ling logo lembrou do corpo de JingYi, dos lábios se SiZhui e começou a se perguntar se com aquelas garotas seria melhor. Com certeza seria melhor, afinal, ele não era um corta mangas. Dando maior atenção a conversa das garotas que o paparicavam, Jin Ling percebeu que a mais bonita delas usava vestes cor de rosa por baixo do robe verde-água. O leve tom de rosa se repetia nos lábios da jovem e o aperto do robe contra seus seios era sugestivo.

Jin Ling nunca se viu como um aproveitador e naquele momento ele começou a se sentir culpado por pensar em tomar aquela jovem que mal conhecia. Pediu que um servo trouxesse uma bandeja de frutas e mais duas xícaras de chá, ele queria se redimir, por observar os seios da moça. Depois de alguma conversa, Jin Ling descobriu que a garota se chamava Xiao Ying, ela havia sido adotada por um líder de uma pequena seita subordinada à LanlingJin e já o admirava a bastante tempo. As vezes, a garota ia escondida para tocar sua Xiao de bambu naquela casa de chá, onde muitos admiradores contemplavam sua beleza.

Jin Ling passou a tarde acompanhado das duas garotas, mas não demorou muito a retornar para a torre de carpa, acompanhado de Fada, que havia rolado na areia com o cachorro de um mercadante. Dentro de dois dias a torre de carpa sediaria a conferência de discussão. A ornamentação com flores e tapetes já estava esplêndida. O cheiro de deliciosas comidas rodeavam todo o espaço e servos caminhavam de um lado para o outro com barris de vinhos, peças de jade. Algumas jovens bailarinas ensaiavam peças que seriam apresentadas durante a conferência. Seu tio GuangYao sabia mostrar o poder de LanlingJin e Jin Ling não iria atrapalhá-lo enquanto estivesse lá. O mais difícil seria reencontrar Jiang Cheng depois da discussão que tiveram. Mas essa era a menor das preocupações do jovem naquele momento. Ele estava muito obcecado sobre se ser um corta-mangas realmente seria contagioso. Durante toda à tarde, mesmo entretido por Xiao Ying que estava quase esfregando os peitos em sua cara, toda vez que Jin Ling olhava para os lábios da moça, sentia o sabor dos lábios grossos de SiZhui sustentando os seus.

Naquela noite ele mal dormiu. Pensava em suas mãos tocando o corpo de Lan Yuan, seus lábios descendo para a sua clavícula, beijando seu pomo-de-Adão distinto, sua mente fugia para o cheiro de vinho e lavanda que garoto emanava. Seu corpo se tornava rijo e ele não conseguia controlar a vontade de se tocar com as mãos, pensando em como seria melhor se os lábios de SiZhui estivessem ali.

O que incomodava Jin Ling era que quando ele tentava substituir a imagem de SiZhui pela da pequena Xiao Ying, sua ereção falhava. Não era como se a garota não fosse bonita, mas inadequada. Os olhos não pareciam tão doces. Os lábios não poderiam ser tão macios e carnudos. Até mesmo o riso daquela garota não parecia ser delicado o suficiente. Mas como SiZhui poderia parecer mais feminino que uma garota para seus extintos?

Quando Jin Ling despertou da noite conturbada, decidiu que retornaria à casa de chá. Beijar uma garota quase desconhecida não poderia ser considerado mais descortês que beijar dois rapazes consecutivamente. E assim fez, depois de se banhar e pentear o cabelo de maneira impecável, saiu com fada para a mesma casa, onde a pequena Ying já estava sendo cortejada por pelo menos quatro homens, enquanto tocava sua Xiao. Ao vê-lo, a garota acenou e o dedicou uma canção. Três músicas depois, ela tomou a iniciativa de oferecê-lo uma xícara de chá e se sentou, cheia de assunto, obviamente imaginando que o jovem estava encantado por ela e havia tornado àquela casa por sua causa.

Xiao Ying discretamente havia aberto um pouco mais o decote do robe antes de se sentar ao lado de Jin Ling.

Ele pediu uma, duas, três jarras de vinho. Na quarta finalmente chamou a garota para um passeio.

"Xiao Ying, o que você acha de mim?", ele perguntou, meio cambaleante enquanto caminhavam. "Você é um pouco irritadinho, mas muito bonito. Não sei, tem algo fofo na maneira que você arrasta essa cadela para cima e para baixo, me faz querer cuidar de você", a garota explicou, se abaixando para fazer carinho em Fada. A cadela gostava de atenção, então logo se deu bem com Xiao Ying. A medida que se afastavam do centro comercial, Fada brincava mais e se soltava e Jin Ling se sentia encorajado. Ele segurou os ombros de Xiao Ying e olhou em seus olhos "posso beijar você? Não ache que sou um tarado nem nada, só queria beijar você uma vez", o pedido deixou a garota levemente surpresa "Sabia que você estava interessado, mas já?", perguntou sorrindo, não havia sinal de negação em suas palavras. Mas Jin Ling estava bebado e entendeu que ela tinha se sentido ofendida "desculpe... oh, desculpe mesmo!" Ele tentou puxar fada pela coleira para voltar à torre carpa, quando a garota se aproximou de repente e selou seus lábios rapidamente.

Jin Ling congelou. Então era assim que as mulheres eram beijadas? Nenhum calor? Genitais despertando, rostos enrubescendo, nada? Ou foi só porque havia sido muito rápido? Ele segurou com ambas as mãos o pescoço de Xiao Ying e a puxou para um beijo mais demorado. Dessa vez, ele tentou reproduzir o que havia acontecido antes. Deslizou suas mãos pelas costas pequenas, fazendo com que a garota se sentisse encorajada para apalpa-lo também. Mas, nem mesmo quando sentiu o corpo da garota se aproximar do seu e os seus seios se encostarem contra seu próprio peito, nem quando apertou com força seus quadris, pressionando o seu corpo contra o dela, nada parecia adequado. Era pequena demais, magra demais, os peitos eram muito grandes, os lábios muito finos. O quadril estreito. Nada parecia convidativo naquela garota e Jin Ling percebeu que ultrapassara o limite do bom senso - continuava beijando e tocando o corpo de uma garota que não lhe era atrativo, corpo esse que ele não estava interessado. Ele estaria despertando sentimentos numa garota que não era nem um pouco interessante?

Jin Ling decidiu se afastar da garota e devolvê-la a casa de chá. Quando questionado se voltaria para vê-la no dia seguinte, usou a desculpa de estar envolvido numa grande conferência, onde todos os líderes de seita estariam presentes.

Já em seus aposentos, Jin Ling se perguntava o motivo para que de imediato Xiao Yi tivesse se tornado tão desinteressante. Ele não poderia falar que ela era feia, ou que lhe faltasse educação. Sua música não era a melhor, mas poderia entreter. Seu gosto para roupas e acessórios era refinado. Mas faltava algo. Uma protuberância quando o roçar de quadris começava. Algo capaz de despertar intimamente e molhar as vestes internas.

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