2 am. Festa em um bar local.Após doses incontáveis, tragadas que queimaram meu peito, veio a tontura.
Como era costume, fui tentar retomar
meu controle no banheiro.Enquanto via meu reflexo naquele espelho, uma sombra se fez presente. Escutei uma voz enrouquecida: "Não acha que já está bom?".
Era uma mulher madura, com seus 40 anos. Alta, cabelos acobreados, olhos verdes e uma pele de marfim. Belíssima.Acordei dos meus devaneios.
Conhecer aquele timbre revirou meu estômago. E, por marra, respondi: "A noite apenas começou."
Sorri de canto.
Ela franziu o cenho.
"Se você diz."
Se aproximou. Olhou-me, buscando alguma permissão.
Assenti com a cabeça.
Senti suas mãos nas minhas. Levou para a torneira, as lavou. De modo suave, afastou meu cabelo e, com o toque molhado, alisou minha nuca, deixando-a úmida. Apertou levemente a lateral do meu pescoço, ao ponto de sentir uma sensação intensa.
Curvei-me.
Minhas pernas fraquejaram,
minha respiração ficou pesada...Desejo mais...
Ela se afastou.
"Ao menos se recupere."
Saiu sem olhar para trás.
E eu só consegui soltar em meio a um suspiro: "Que porr* aconteceu aqui?"
Sai atordoada do banheiro. Tateando pelo breu daquele promíscuo evento. O som estrondava, mas, aos meus ouvidos, era indiferente. Estava focada. Quase sóbria. Muitos rostos, mas nenhum era o que meus olhos buscavam.
Encontrei.
Estava ali. Quieta. Com um copo de whisky na mão, e, na outra, acariciava a perna de uma mulher. Um sorriso de canto em seus lábios. Encarava-me curiosa.
Arqueei a sobrancelha. "As pessoas são confusas." - pensei.
Estava dormente. Nada importava. Fazia meses que não sentia nada.
Voltei para minhas companhias. Vazias. Entorpecidas. Agitadas. E eu me forçava a fazer parte daquilo; afinal, não existe um manual ensinando como dizimar todas as dores.
Entre beijos. Abraços. Afagos. Tragos. Mordidas. Conversas no ouvido. Sentia os olhos de alguém sobre mim. Era ela.
"Deixe-me em paz. Deixe-me cair nesse buraco. Eu não preciso que me salvem." - minha mente repetia, tentando afastar toda inquietude que àquela mulher causava.
6 am. Decidi ir para casa andando.
Um carro estaciona ao meu lado, em plena rua.
Escutei: "Vai me deixar sumir?"
Ela desceu. Chegou perto.
Parei. Continuei olhando. Séria.
"Mas ainda nem começamos a brincar, doce anjo." Acariciou a lateral do meu pescoço com o dedo, percorrendo a pele sobre minha jugular.
Meu ventre estremeceu.
Baixei meu olhar
Queria mais...
Mais contato..."Céus, estou surtando." - murmurei.
Me aproximei, fazendo toda sua mão encostar em minha derme.
Ela trincou o maxilar.
"Boa, menina."
_______________________________________
Meu jeito de escrever é diferente em várias ocasiões. Depende de como me sinto, ou também de como foi.
Enfim, espero que gostem de entrar na minha mente. 🖤
VOCÊ ESTÁ LENDO
RED (Lésbico)
AdventureHistória de Audrey e Eleonor. Envolve a dinâmica BDSM, mas o relacionamento delas não se limita a uma D/S. Enquanto tentam se conhecer, em meio a descobertas e limitações, um sentimento inesperado é plantado. - Aborda fetiches e tabus não tão bem...